Capítulo 22

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Depois que a Vanessa foi embora eu percebi que ela me fazia falta.

Percebi que eu até posso não me amar e não saber o que significa amar outra pessoa, mas eu me importava o bastante com ela para mandar tudo isso a merda.

Eu sempre amei foder. Achava alguma menina que eu gostava e levava para algum motel barato por aí e transava. Sempre gostei de fazer sem sentimentos, mas com vários orgasmos. Mas com ela eu queria que fosse na minha casa, na minha cama, com muitos orgasmos também, mas que tivesse um sentido e o sentido parecia ser ela.

Essa mulher está acabando comigo. Eu vou trabalhar eu penso nela, eu vou tomar banho eu penso que ela poderia estar ali comigo e todas as vezes que eu via o outro lado da minha cama vazia eu pensava que ela deveria estar ali.

Eu vou quebrar o coração dela um dia, ou já quebrei depois daquilo, sem nem ao menos perceber e eu não quero isso. Mas eu também não sei como me afastar dela.

Depois que fizemos sexo eu entendi quando alguns caras falam que fizeram amor. Eu fiz amor com ela. Foi o melhor sexo que eu já tive, pois era com ela, eu tive contato com cada canto do seu corpo, com cada perfeição e imperfeição, que para mim a fazia ser tão especial.

Eu queria, por mim e por ela, ser menos fodido. Eu não acho que eu consiga mudar, como não acho que um dia ela será feliz do meu lado, quando menos perceber estarei com o coração dela sangrando sobre minhas mãos. Ela merecia mais, muito mais.

Tudo que eu consigo pensar agora é nela. O quanto ela me deixa loco, o quanto eu queria ela aqui do meu lado agora e o quanto eu sou idiota e não ter aprendido ainda que quando você quer que alguém fique, você precisa dizer.

Pensar que ela saiu daqui sozinha, pensando que eu não a queria aqui e que talvez ela esteja com outro cara que possa faze-la feliz me faz me lembrar da merda que eu sou.

Fui para o bar, que estava quase fechando, estava só uns idiotas que pagam para entrar e acham que seu dinheiro só seria bem gasto se for o último a ir embora, pois aí teria feito um bom negócio. Peguei uma garrafa de vodca. Eu precisa disso tanto quanto precisava dela com a bunda empinada na minha frende novamente.

Cada gole era como uma libertação de quem eu realmente era. Parecia que eu poderia virar o Harry Styles que não teve uma infância fodida, uma mãe biológica loca e uma família incrível depois, porém era muito ingrato para perceber na época. O cara que tem dinheiro para dar e vender, mas não consegue encontrar a si mesmo e sua própria felicidade. Somos todos fodidos nesse mundo. Depende de como você leva a vida depois e eu só levei para baixo.

Quando fui perceber eu já tinha pego minha moto e andava na estrada sem me importar com os limites de velocidade, eu só precisava achar ela, saber que ela não estava com outra pessoa, saber que o que eu sinto dentro de mim ela também sente e que dói tanto quanto.

Não estava nem ai se Ana iria nos descobrir, na família tirando o irmão dela, ela era pessoa que mais me entendia no mundo, quando éramos crianças ela sempre me ajudava nas lições de casa e com as garotas. Me falava que garotas gostam de meninos educados, que abrem as portas para elas, uma pena que eu tenha levado, até agora, todas as suas dicas de forma contrária. Mas não é culpa dela.

Fiquei olhando a porta da casa dela por muito tempo. Depois me sentei contra a porta, minha cabeça já estava girando e pensando se eu deveria bater ou não, se ela iria querer me ver, se ela estava com outra pessoa, se ela estava usando seu pijama preferido, se ela estava nua, se ela dormiu pensando em mim, se agora ela me odiava, se ela ficaria ficaria feliz de eu estar ali ou se ela me expulsaria.

Que se foda essa merda.

Fiquei batendo na porta até que alguém abrisse.

Vou apenas quebrar seu coração Onde histórias criam vida. Descubra agora