[19] Desculpas.

6.6K 776 193
                                    

- Você já entrou no lago? - Pergunto assim que estaciono o carro em frente à nossa casa. - A água é limpa e é tão bonito, aqui.

Ela nega com a cabeça, saindo do carro. Balanço a cabeça e a sigo para dentro. Por que ela parece triste?

- Está tudo bem? - Questiono e ela assente.

Margot está sentada no sofá lendo um livro. Ela semicerra os olhos por alguns instantes e dá os ombros. Nina suspira e corre escadas à cima.

- Onde estavam? - Margot questiona assim que jogo as chaves sobre a mesa de centro.

- Levamos Natalie em casa e paramos para comer. Acabamos por dormir no carro. - Dou os ombros, seguindo até a cozinha.

- Cody e Tori estão preocupados. Deviam ter avisado. - Ela diz alto suficiente para que eu possa ouvir.

- Eu sei. Nossos celulares descarregaram. - Aviso, abrindo a geladeira.

- Ela ficou muito tempo sem tomar os remédios. - Ela comenta. - Viu se as mãos dela tremem? Ela chorou? Algum ataque de pânico? - Ela questiona e sei que ela está na cozinha, porque sua voz está mais próxima.

- Eu não notei sobre as mãos, mas ela não chorou e não teve nenhum ataque de pânico. Ela só parece um pouco triste. Mas ontem ela estava muito bem. - Digo simplesmente.

- Eu volto já. - Margot suspira.

Bebo minha água e vou até o meu quarto. Ponho meu celular para carregar e decido tomar um banho. Acho que preciso. Então tomo um banho rápido e fico sem ter o que fazer. Quando eu morava na cidade, eu jogaba futebol com os meus amigos, saía com a Natalie e fazia, sei lá, outras coisas aleatórias. Comprava livros, estudava, ía a um café e trabalhava em vários empregos, as vezes, mas agora estou longe da cidade. Não há muito o que fazer, senão apreciar a natureza. Ponho uma camiseta branca que comprei em uma loja velha de discos, que tem "Oasis" escrito. É uma das minhas favoritas. Pego um dos meus shorts de algodão e os visto. Sento-me na minha e ponho meu notebook sobre a almofada que ponho em meu colo. Olho para as caixas que preciso desempacotar por uns instantes. Não vou fazer isso agora. Não mesmo.
Também olho para o livro da Nina que tenho que terminar. Estou em um bom processo lendo-o antes de dormir e em meus tempos vagos. Estou aprendendo muito sobre a sua doença e eu sinto muito. Muito mesmo.

Abro em minha página do facebook, a qual nao entro há bastante tempo. Olho algumas das notificações e vejo algumas das coisas que meus amigos compartilharam. Eu tenho todo o colégio. Não me considero popular, mas quando você é legal com as pessoas, elas gostam de você. Eu tento ser legal com todo mundo. Não para gostarem de mim, mas para que eles saibam que têm amigos. Sou amigo de todos e se alguém precisa de ajuda, não vejo um porquê para não me procurar. Ajudaria com prazer. Não entendo as garotas e garotos populares que andam entre si, e são idiotas com todas as outras pessoas. Acredito que todo mundo mereça respeito.

- Oi. - Uma voz simples vem da porta. É a Natalie. - Se você está, sei lá, me evitando, pode dizer. - Ela suspira, arrumando seu jeans. Fecho o notebook e sorriso perante a sua insegurança desnecessária.

- Por que eu faria isso? - Reviro os olhos, colocando o aparelho ao meu lado.

- Eu não sei. Talvez eu esteja sendo uma namorada ruim. Não é minha intenção ficar te pressionando. - Ela suspira, encostando-se no portal.

- Você não me pressiona, Ali. -Chamo-a pelo apelido que seus pais a chamam e ela tanto odeia, mas acha apelativo.

- Você está apelando, Adam Collins. - Ela abre um bonito sorriso.

Noto que ela não tem nenhum rastro de maquiagem sobre o seu rosto. Sinto-me nostálgico.

- Desculpa. Eu sei que estou distante, esses dias. Eu só gosto de cuidar dela.

- O que posso fazer se meu namorado é tão caridoso com a santa Nina? - Ela diz, caminhando até mim e se sentando em meu colo.

Já sei como isso vai terminar: minha mão sobre a sua boca para abafar os gemidos dela.

- Não é caridade, Natalie. E é realmente idiota da sua parte falar assim dela. - Suspiro.

- Ok, desculpe. - Ela revira os olhos.

- Não gosto quando fala assim dela e de outras pessoas. Realmente não gosto. - Anuo. - Quero ajudá-la.

- Nós só damos remédios à pessoas doentes. Ela está bem, Adam. - Ela suspira.

- Ela não está bem e merece alguém que se importe. - Acaricio seu rosto. - Qual o seu problema com isso?

- Eu tenho medo. Só isso. - Ela insiste, mexendo a cabeça.

- Medo de quê?

- De te perder. - Ela abaixa a cabeça e eu franzo o cenho. - De que você se apaixone por ela. Adam, ela é uma garota bonita.

- Você me acha tão superficial assim? Sabe que não sou assim.

- Não, eu sei que você aprecia mais que apenas a aparência, mas acontece que ela tem mais que apenas aparência.

- Você vai falar disso todas a vezes que me vir? - Digo, um tanto quanto irritado. - Eu namoro com você. Ponha isso na sua cabeça linda. Sei que não estamos passando muito tempo juntos, porque você tem treino e eu também e está preparando sua festa e tudo mais, mas poxa, Nat.

- Ok, desculpe. - Ela balança a cabeça.

- Também te devo desculpas.

- Pronto. - Ela gargalha.

Uma gargalhada adorável. Inclino-me para beijá-la. Eu adoro beijá-la.

- Tranque a porta."- Digo quando ela começa a mover seus quadris sobre os meus. Natalie corre até a porta e vira a chave antes de correr de volta para mim. - Não podemos fazer barulho.

- Então não pare de me beijar.

(...)

- Tenho que fazer compras para a festa. - Ela pega seu sutiã largado no chão.

- Está bem perto. - Assinto. - Está ficando velha.

- Sem dúvidas. - A garota revira os olhos com o sorriso ao vestir sua calcinha. - Você vai de que?

- De Adam Collins. - Sorrio.

- Ah, fala sério.

- O que vai usar? - Questiono.

- Uma fantasia de coelha da playboy. Quero ficar sexy. - Ela ironiza.

- Você é sexy. - Rio. - Fala sério.

- Estou brincando. Eu estava pensando em ser uma abelha. Mas é difícil achar para adultos. - Ela mexe a cabeça, vestido sua blusa.

- Hum. - Digo, dando os ombros.

- O que você vai vestir?

- Não sei. - Afirmo. - Vai convidar a Nina?

- Ela não vai. - Natalie ri.

- Você não vai morrer se convidar, sabe.

- Ok, eu convido. Não vejo problemas. - Ela revira os olhos também.

- Obrigada.

_______

História editada até aqui.
Qualquer dúvida, leia a introdução ou deixe um comentário, pois eu responderei :)

O Silêncio Entre Nós Onde histórias criam vida. Descubra agora