☆Por: Bianca☆
Todas as bambolas haviam acabado de sair. E, pelo que me constava, os bambolottos também estavam à caminho da Academia.
Enquanto eu descia para a cozinha, com a intenção de lavar e secar alguns pratos, percebi uma sombra na passarela ao lado. Como o clima de Halloween era intenso, pulei de susto, e me virei para ver quem era.
Pela segunda vez, quase alcançei o teto, de tanto choque.
- Olá, Biancaneve. - disse Daniel, sorrindo encantadoramente.
Pus a mão sobre o coração, revirando os olhos. Porém, não pude deixar de perceber que naquela noite ele vestia um terno, o que o deixava mais atraente ainda. A sorte era estar escuro o bastante para que não percebesse minha vermelhidão.
- Olá, senhor Daniel. - realçei a palavra, de propósito, para vê-lo franzir as sobrancelhas - é incrível como todos parecem ser italianos por aqui.
Era verdade. Eu até sabia falar um pouco, o suficiente para entender o que ele havia dito. "Biancaneve" significava "Branca de Neve", apenas por me chamar "Bianca". Bufei.
- Possivelmente. Sou um italiano com orgulho, diretamente da região praiana de San Felice Circeo. - falou, fazendo uma reverência engraçada. Isso explicava sua pele dourada - ma che dire di te, Biancaneve, da dove viene? (N/A: Tradução no final do capítulo)
Lentamente, abri e fechei a boca. Ainda não sabia se confiava o suficiente nele para dizer.
- Portsmouth. - murmurei, meio carrancuda. Aquilo era tudo o que ia dizer, sem entrar em mais detalhes.
- Hum. Então não fica muito longe. - provavelmente percebendo que era um assunto ruim, Daniel virou-se de lado, observando a demais escuridão do poço - que tal... que tal darmos uma volta, hein? Todos os Frequentadores estão em reunião mesmo.
Balançei a cabeça levemente, sem prestar atenção. Então, arregalei os olhos, encarando-o.
- Quê?! - exclamei, um tanto alto demais.
Eu estava em choque por duas razões: a primeira, era ele estar me chamando para sair. E a segunda, mais assustadora ainda, era ouvir sobre a "reunião" da Sociedade.
- O que foi? - perguntou, sem entender o motivo de tanto alarde.
Respirei fundo, tomando coragem. Cada nervo de meu corpo estava tenso.
- De que reunião você está falando? - perguntei, lentamente.
Ele, então, suspirou, como que com muito pesar.
- Estão decidindo quando vão começar a realizar contratos. - meu queixo caiu - ou seja, eles estão combinando quando irão começar a comprar as bambolas e bambolottos.
O medo me atingiu violentamente. Cheguei até a cambalear para trás.
- Ei! Você está bem? - perguntou, preocupado, ao notar minha reação.
Me afastei de seus braços.
- Ah... céus... Deus... Alessa... - gaguejei, atropelando as palavras.
Então, me virei.
- Desculpe. Te vejo outra hora, Daniel. - falei, correndo.
- Ei! - exclamou.
Observei-o uma última vez, apenas para vê-lo respirar fundo, tentando se recompor.
- Daniel. Pelo menos avançamos um pouco. - sussurrou, tentando convencer a si mesmo.
Não tive tempo de corar ou sorrir secretamente. Apenas corri para o quarto de Alessa, o coração batendo à mil por hora.
Novamente, o pior havia começado.
☆
☆
☆Ma che dire di te, Biancaneve, da dove viene? = Mas e você, Branca de Neve, de onde vem?
Oi gente!!! Bônus especial. Espero que estejam gostando da história.
Bjsss, votem e comentem!!!
VOCÊ ESTÁ LENDO
Porcelana - A Sociedade Secreta (Completo)
Fantasy☆Sociedade Porcelana - Livro 1☆ "Pareciam bonecos em uma estante. Seus rostos, tão lindos, não tinham emoção alguma. Suas peles, tão brancas e sem marcas, pareciam porcelana. Seus olhos, tão multicoloridos, pareciam pingos de cor em uma tela vazia...