Capítulo 122

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Por Christopher

Não tiro a razão de Dulce de estar chateada, afinal eu não suportaria ouvir outro cara chamando Dulce de gostosa na minha frente ou longe de mim, principalmente longe. A ameaça de Dulce me deixa preocupado. Estou mentindo, mas é para uma boa causa. Se Dul descobre de Amanda com certeza vai querer que eu saia do emprego que já foi um sacrifício para conseguir.
Não vou deixar que Dulce descubra de Amanda e darei um ponto final com essa mulher agora mesmo.

Christopher: "Amanda, o restaurante hoje após meu expediente você pode me encontrar?"

Guardo o celular e sigo para o ponto de ônibus mais próximo para pegar a condução para o trabalho. Não vou chegar atrasado, mas chegarei em cima da hora.
Penso em como seria se Dulce nunca mais olhasse em meu rosto, se me negasse seu amor, seus beijos, seus carinhos. Não imagino mais minha vida sem Dulce. Não há vida sem Dulce. Não conseguiria prosseguir sem a companhia de minha ruiva. Se ela não fizer parte da minha vida, não há sentido viver, pois Dulce é como se fosse o meu oxigênio. Não sei mais viver sem ela.

Talvez você se pregunte o porquê eu estou mentindo para Dulce e pondo o nosso relacionamento em jogo, mas para ser mais verdadeiro, nem eu sei. A resposta mais sincera que consigo encontrar é que estou com medo. Eu nunca tive um relacionamento antes de Dulce e todas as mulheres com quem passei um pequeno período saindo eu sempre as enganei. Não quero fazer o mesmo com Dulce, mas eu não sei reagir a essa situação. Eu a amo e não quero traí-la. Não vou traí-la. Não posso traí-la.

Consigo pegar meu ônibus assim que eu chego ao ponto mais próximo de onde estava. Sento-me próximo a janela. O ônibus não está muito cheio, mas também não está vazio. Duas quadras depois entra no ônibus Fabrício. Quando o vejo fico pasmo. Pois é. Fabrício é um dos caras de meu pai, mas estranho ele estar em um transporte publico se todos os caras que acompanham meu pai te mais dinheiro do que eu tinha quando era "rico".

– Ucker? – Ele pergunta, não acreditando que está me vendo, e acredito que eu esteja fazendo a mesma cara.

– Fabrício? – Pergunto de volta.

– Cara! É você! – Ele sorri e senta-se ao meu lado, me cumprimentando com um toque de mão – Pensei que você estivesse preso!

– Fala mais alto! – Ironizo pela sua inconveniência.

– Foi mal! – Ele sorri – Mas que bom te ver!

– É bom te ver também cara! – Respondo – Por que você está andando de ônibus?

– Porque eu não tenho um carro. – Ele responde como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

– Claro que você não tem um, até porque a ultima vez que te vi você tinha sete.

– Não Ucker! Eu não tô mais com teu pai. Eu sai dessa da vida, mas antes de ser preso, claro. – Ele diz sorrindo da situação.

– Ah tá! Então está pobre? – Pergunto.

– Pobre, não, mas posso dizer que estável. – Ele responde.

– Hum... Que bom então! Voltou para cá?

– Sim... Mas e você cara? Como tá a vida? – Fabricio pergunta.

– Tá dando pra levar. Consegui um emprego, estou namorando com uma ruiva linda e estou morando com a minha mãe por enquanto.

– Entendo. Ah! Acho que fiquei sabendo! A que trabalha no banco né?

– Sim. Como sabe? – Pergunto curioso.

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