Perdão

168 8 12
                                    

Mais um copo de whisky e ele teria de ser levado para o hospital.

A noite tinha sido longa (e solitária). Não sabia o que fazer para conseguir fechar os olhos sem ter que pensar no cheiro maravilhoso que ela possuía. Ele a amava e temia que isso não mudasse nunca.

Durante a semana, acabava se distraindo com o trabalho, uma vez que conseguira seu emprego no HCT de volta. Mas os fins de semana eram sempre dolorosos.

Sentou-se na cama e desabotoou a camisa, tentando lidar com todo aquele sentimento e levando sua mente para o dia em que tudo foi por água abaixo.

1 MÊS ANTES

HOSPITAL CENTRAL DE TORONTO

– A gente precisa conversar com mais calma. – Ela sussurrou.

– Eu não quero ouvir nada de você. Não quero que você se aproxime novamente de mim. Eu estou pedindo. Por favor.

– Eu amo você, German...

Ele respirou fundo ao escutar ela chamá-lo pelo primeiro nome. Nunca fizera isso antes. Não que lembrasse.

– Chega! – Suspirou. – Você era a última pessoa do mundo de quem eu esperava uma coisa dessas. A última.

– Eu queria te manter longe de mim, porque... Você mexia comigo. Eu me apaixonei por você desde o primeiro momento. – A voz dela era cortada por pequenos soluços.

– Eu não quero mais ouvir. – Passou a mão pelo cabelo e continuou: – Tem algumas coisas suas na minha casa. Se quiser, eu mando deixar no seu apartamento.

Angeles não conseguiu falar mais nada depois daquilo. Ele estava tentando ao máximo ser frio com ela, mas não estava tendo tanto sucesso, pois a amava.

Sabia também que ele queria falar mais coisas e destruir o coração dela, mas não era capaz. Não poderia fazer isso com a única mulher que amou verdadeiramente. Nunca o faria.

– Eu não quero mais te ver. – Ele falou baixo e folgou a gravata.

Naquele momento, Angeles jurou ter visto lágrimas caírem dos olhos cor de mel que ele tinha. E ela estava certa.

– O que vai dizer para a Violetta? – Criou coragem para perguntar.

– Vou dizer que quase me casei com uma mulher que destruiu minha carreira.

– Perdão... – Ela tentou se aproximar.

Não tinha o direito de ficar triste com o que ele dizia, porque ela até merecia aquilo tudo.

Aproximou-se um pouco mais dele e acariciou o rosto no qual escorriam lágrimas.

German sentiu um calor tomar conta do seu corpo, exatamente como em todas as vezes que estava perto dela. Mas não se deixou levar por tal atitude.

Afastou a mão dela devagar e respirou fundo, saindo da sala.

-

Pouco tempo depois de German ter voltado a trabalhar no HCT, Angeles decidira que não tinha condições de estar no mesmo lugar que ele. E mesmo com todos os pedidos de Max de que não fizesse nada, ela acabou pedindo afastamento.

Tinha continuado na cidade, mas se recusava a frequentar qualquer lugar que German já tivesse ido ou que ainda costumasse ir. Evitava ao máximo não ter nenhuma ligação com ele, pois sabia que ele não queria e estava apenas fazendo o que era certo.

It Must Have Been LoveOnde histórias criam vida. Descubra agora