Capítulo 10

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A coisa me larga e começo afundar e afundar, por uma fração de segundos acho que estou apenas delirando, mas uma mão me puxa novamente para a superfície.

  — Me solta. Eu não sou ela —  eu grito. 

— C-calma moça. —  o ninfa de cabelo vermelho em tranquiliza.—  você está bem?

— Sim, desculpa.

Pego impulso e saio da água. Me balanço com a intenção de remover o excesso de água do meu corpo, meus cabelos em sua tonalidade amarela está completamente molhado e sua pontas longas cacheiam. O ninfa me olha sem entender nada, suas bochechas ainda estão coradas, eu nunca conheci um rapazinho tão tímido.

— O que houve? você estava se afogando? —  ele pergunta evitando olhar em meus olhos.

— Não— balanço a cabeça.— sim, eu estava. 

Finalmente me dou conta de que tudo que eu passei dentro do rio não era alucinação, muito menos sonho, eu realmente vivi aquilo, eu estava dentro d'água, e podia respirar. Era mágico, todos os seres marinhos me protegiam e pareciam felizes em me ver. Alvin parece está formulando uma pergunta.

— Você vai para a Academia? 

— Sim. —  respondo rápido.

— Você pode me ajudar a chegar até lá? —  ele pergunta um pouco envergonhado.

— Um ninfa na Academia? —  ele dá um sorriso tímido.

  — Eu estou substituído o fada que morreu. Sou o ninfa mais sem poder, sabe o mais fraco. —  posso ver a mágoa em seus olhos.

— Não é os outros que decidem o valor que você tem, então não deixe ninguém ditar o seu valor. —  ele sorri abertamente.

— Vamos? 

— Sim.—Eu passo as mãos pelo meu corpo e a água evapora.

  — Você é uma fada da água. —  ele afirma.

Só então percebo que o mesmo que aconteceu com a Lúcia está acontecendo comigo. A faísca de escuridão que foi plantada em meu coração está frutificando. Preciso encontrar a luz verdadeira, antes que seja tarde demais para mim, antes de me tornar como ela. Como Lúcia. Alvin e eu estamos voando em direção a Academia, quando sem querer esbarramos em uma fadinha sem brilho. Ela abaixa a cabeça e diz sem nós olhar.

— Me perdoe, eu não... —  ela levanta a cabeça e posso ver que é Amanda. —  tinha te visto.

— Amanda. —  ela dá um sorriso fraco.

Olho para Alvin sem saber como apresentá-los, como direi que ele está substituindo Sandro, finalmente reparo na expressão de Alvin que está encarando Amanda de uma maneira fascinada, como se estivesse estudando cada um dos movimentos dela. Seus olhos brilham e uma faísca de um sentimento desconhecido se acende em seu olhar, eu sou apenas uma coadjuvante nesse momento estranho. Amanda coloca uma mexa solta para atrás de sua orelha, suas bochechas estão coradas, seus olhos estão apagados, ela veste um vestido de folhas verdes. Ela está lutando. Eu acredito nela.

— Quem é esse? —  ela pergunta roca. Antes que eu responda Alvin se precipita.

— Sou Alvin —  ele agarra a mão dela e a beija. —  ao seu dispor. 

— Sou Amanda. —  ela mal olha nos olhos dele.

— Você está bem? —  o que aconteceu com aquele cara tímido de agora a pouco?   

— Você não soube? minha ligação morreu — nos lábios de Amanda há um sorriso triste, em seus olhos uma tristeza angustiante, seus olhos se molham suavemente até que uma lágrima rola, ela soluça e se desmancha ela lágrimas.

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