Capítulo 8 - Reflection

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Maite: Ei, eu tava procurando você! - Ela exclama, vindo andando a passos mais rápidos.

Anahí: Eu estava aqui, ora. - Respondeu, tentando disfarçar o que acontecera ali.

Maite: Não, você sumiu. - Ela lhe dá um breve olhar de bronca, mas sorri levemente olhando Alfonso ao seu lado. - Que bom que cuidou dela, se eu não olhar, ela se perde. - Riu, brincando e abraçando Anahí de lado.

Anahí: Eu não sou criança. - Respondeu, um pouco emburrada. Alfonso observava as duas um pouco desconcertado. Ele mesmo não se entendia do que acontecera ali com Anahí.

Alfonso: Eu vou..- Ele pensa por alguns segundos- Procurar Christopher. - Decidiu.

Maite: Está na varanda do quarto de Ian. - Falou, sem conseguir se refrear. Se lembrou tarde, e percebeu o que falara. Anahí e Alfonso franziram o cenho, intrigados, mas Alfonso já tratou de sair dali. Estava atordoado. Não podia ter ficado com Anahí, por Deus.

Alfonso sorriu de canto para o lado, e saiu a passos largos descendo as escadas. Anahí o observou até o perder da vista, e Maite aguardou até que ele fosse embora até desatar a falar.

Maite: O que aconteceu? - Ela diz com um sorriso enorme, afobada.

Anahí: Nada. - Fingiu estar confusa e disfarçou. Era péssima em mentir para Maite.

Maite: Eu não nasci ontem, fala logo! - Exclamou impaciente.

Anahí: Ele só me ajudou porque tropecei com o pé. - Deu de ombros.

Maite: Aham, e vocês ficaram aqui conversando sobre seu pé? - Revirou os olhos, esperando.

Anahí: Foi só isso. - Tentou novamente.

Maite: Ok, se você não confia em mim. - Ela já ia saindo do lado de Anahí quando essa, a puxou pelo braço.

Anahí: Ok, tudo bem. Nos beijamos. - Disse, abaixando a cabeça.- Quero dizer, ele me beijou, porque eu não fui beijar ele né porque..

Maite: Ok tá, mas você gostou? - Perguntou em expectativa.

Anahí: Acho que sim. - Estava difícil ela não se envergonhar.

Maite: Eu sabia! Sempre apostei nisso! Você não me engana, Anahí. - Riu, apontando o dedo para a amiga.

Anahí: Pare de falar assim. - Ela tentava tampar o rosto com as duas mãos com tamanha vergonha.

Maite: O que há? Anahí, se você quis e ele também, não há problema nisso. - Falou, óbvia, tirando as mãos de seu rosto.

Anahí: Não vai acontecer novamente. - Decidiu.

Maite: Não se pode mandar no que se sente, Anahí. -Advertiu. Ela a encarou, e ignorou. Não iria falar mais naquilo.

A noite depois disso correu tranquila, a maior parte do tempo Anahí e Maite permaneceram ali, sentadas, conversando, e observando tudo. Sempre vinha alguém falar com Maite para cumprimentá-la, e interrompiam as duas. As diversas amigas que andavam com Maite, cochichavam num canto, criticando a antiga amiga, que deixara todas de lado para estar ao lado de Anahí. Não percebiam que Maite preferia ter uma amiga, que se importasse com ela, que gostasse dela de verdade, não de suas roupas, e que gostasse de sua companhia do que várias, que apenas se importavam com si próprias, e com luxos.

Anahí: Sabe, nunca irei entender porque você trocou elas por mim. - Falou, depois de um tempo pensativa. Estavam esperando o táxi chegar para irem embora, e estavam na porta da casa de Ian.

Maite: Eu nunca tive uma amiga. -Anahí a olhou, franzindo o cenho.- Sabe, como você. Eu tinha companhia o tempo todo, mas eu não sentia que podia contar com ninguém. Elas são legais, mas… -Ela pensou em algum termo, mas não encontrou e deu de ombros.

Anahí: Eu não tinha ninguém antes de você, acho que deve ter percebido isso. As únicas pessoas que eu acho que poderia contar, é apenas com meus primos e minha tia. -Lamentou.

Maite: Mas agora você tem à mim, e eu a você. Sabe que em qualquer momento e em qualquer lugar onde você estiver, eu vou estar lá. Nunca duvide disso. - Puxou a atenção total de Anahí, que a olhava atenta. Ela sorriu para ela ternamente, e as duas se abraçaram. Elas às vezes tinham momentos assim, eram raros, mas só faziam cada vez mais, fortalecer a amizade delas.

Quem pensava que New York estava em paz, se enganou. O trânsito caótico, pessoas discutindo umas com as outras, e uma Emily muito raivosa fizeram com que a cidade amanhecesse turbulenta.

Emily havia viajado no final de semana, e não compareceu a festa de Ian por este motivo. Nem havia sido convidada, mas ela queria ter desejado muito ir.

Soube em meio a cochichos no corredor que Alfonso havia ficado com alguém na festa, e estava a ponto de arrancar seus próprios cabelos, quando o viu, chegando com seus amigos, conversando animadamente.

Emily: Aí está você. Aproveitou bem o final de semana, Alfonso? - Pousou suas mãos na cintura, batendo pé e esperando.

Alfonso: Me esperem no ginásio. - Olhou para Emily confuso, e exasperado, enquanto pedia aos seus amigos para deixarem a sós com a louca parada à sua frente. - Desculpe? - Perguntou, após todos terem se distanciado.

Emily: Você deve achar que sou idiota. Mas eu não sou. Você ficou com uma menina na casa de Ian, Alfonso! - Exclamou, batendo no peito dele. Alfonso franziu o cenho, e deu um passo para trás como se tivesse perdido algo.

Alfonso: E eu te devo satisfações disso, porque… - Continuava confuso, mas aos poucos um tom divertido apareceu em seu rosto. Gostava de ver as mulheres se rastejando por ele.

Emily: Porque, Alfonso? Não seja idiota. - Revirou os olhos.

Alfonso: Eu acho que você as vezes confunde um pouco as coisas… - Tentou, mantendo a calma.- Não temos nada. - Gesticulou como se estivesse falando com uma criança.

Emily: Até quando? Eu sou a pessoa que te apoia, fico com você pra tudo, faço tudo o que você quer, e ainda sou apenas uma ficante? - A raiva transparecia, mas uma expressão triste também.  

Alfonso: Me desculpe, mas sim. Se isso não ficou claro, e você não quer como está, é melhor pararmos. - Gostava de Emily. Para ele, era uma garota bonita, que sabia o que quer, e o atraía. Mas era só, ele não queria nada além do que tinham.

Emily: Eu não quero que acabe. - Estava começando novamente a se humilhar. - Eu prometo que não te pressionarei mais. - Se odiava por isso, mas não podia perdê-lo.

Alfonso: Que bom que nos entendemos. - Ele lhe deu um selinho e caminhou até o final do corredor. Emily observou ele abraçar uma garota de lado, e mordiscar sua orelha. Ela bufou novamente, totalmente humilhada, deprimida e triste. Porque tudo tinha que ser assim? Ela não sabia mais o que fazer.

Mas o que sabemos bem o que acontece em histórias assim, é que, quando uma pessoa se propõe a ter uma pessoa contigo, ela vai até o final, e não mede esforços para tê-la. Emily por sinal, acabara de descobrir que um novo “eu” nascera dentro dela.

Intensity - 1° Temporada Onde histórias criam vida. Descubra agora