Ok.
Se o que escritores fazem é escrever, aqui estou.
Acabei de ler o Writer's Manifesto do Jeff Goins, e ele me diz para escrever apenas pelo amor de escrever.
Isso mesmo, não para ser publicado, não para ser lido. Escrever apenas para escrever, para expor o que eu tenho aqui dentro, para falar o que eu tenho para falar, mesmo que eu não saiba o que seja.
Então, aqui estou, escrevendo.
Algo me diz que devo começar falando sobre a minha Voz.
Sim, Voz com V maiúsculo. É o que em inglês é chamado de The Voice, que é um termo que eu gosto muito e o reality show acabou estragando.
O que é a Voz? A Voz, meus amigos, é esta que vos escreve agora. Ela não é sobrenatural, não é espiritual, não tem nenhum fantasma escrevendo por mim. A Voz faz parte de mim, eu gosto de considerá-la como meu escritor interior. Eu diria que ela só aparece quando eu estou escrevendo, mas isso seria mentira. Ela aparece o tempo todo, dando pequenas dicas na minha cabeça, sobre o que eu deveria escrever. Falar sobre ela foi uma dessas dicas.
Mas voltando, eu disse que estou aqui hoje escrevendo, pois isso é o que escritores fazem, certo?
Bem, não é o que eu tenho feito nos últimos dias, meses. Eu sou aquele tipo de escritor no mesmo estilo do famoso "crente domingueiro". Só escrevo no domingo? Quem dera fosse isso. A verdade é que eu só escrevo em Novembro.
Novembro?
Sim, Novembro. É o mês em que acontece o NaNoWriMo. É quando pessoas do mundo todo se reúnem com um objetivo comum, realizar a maratona do escritor, escrever um livro de 50.000 palavras.
E por que eu só escrevo em novembro? Estamos em novembro agora? Não. Na verdade, hoje é Sábado, 25 de Janeiro de 2014.
Exatamente dois meses atrás eu estava "finalizando" meu livro para o nanowrimo.
Está entre aspas porque eu nunca cheguei a finalizar ele.
Eu fiz as 50.000 palavras, sim, mas o livro não está pronto. Ele não tem final, e às vezes eu chego a duvidar até mesmo se ele tem algum meio. Às vezes eu acho que eu escrevi 50.000 palavras apenas de começo da história. Eu tenho certeza de que dei voltas e voltas sem chegar a lugar nenhum. Os personagens se moviam, mas não havia uma história sendo contada.
Isso me decepcionou.
Acontece que, vencer o nanowrimo não fez com que eu gostasse mais de escrever e passasse a escrever todos os dias da minha vida. Vencer o nanowrimo fez com que eu percebesse que eu passei 30 dias escrevendo um livro que eu não sei terminar.
Sabe no que isso resultou?
Resultou em hoje, dia 25 de Janeiro de 2014.
O que estou fazendo aqui, agora, exatamente?
Bom, queridos amigos, este é meu manifesto. Eu cansei de fugir, de esperar, de tentar alternativas. Eu cansei de apagar o passado, esquecer que eu tenho dois livros para terminar, ou até mesmo reescrever.
Eu cansei de tudo isso, porque eu percebi que eu me sinto verdadeiramente feliz quando estou escrevendo, com minha incrível companheira, a Voz.
Sabia que não existe a Voz para a programação?
Não existe, eu posso dizer isso porque minha profissão até o momento é exatamente essa, programador.
Você sabe o que eu sinto quando estou programando?