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ATUALIZAÇÕES...

Ola pessoal, como voces estão?

Passando para atualiza-los... eu recebi uma proposta de publicar minhas obras em uma outra plataforma, e por este motivo esta obra agora só terá os 5 primeiros capitulos, os demais para quem se interessar em conhecer, ou quem quiser reler, estaram disponiveis na plataforma da Dreame e deixarei o link abaixo:

https://m.dreame.com/novel/wdK2CpOkD+CTrbtClMM90Q==.html


"Opostos se atrem" - Carmen passou a acreditar nisso no instante em que seus olhos encontraram Marina. A garota mais popular da escola, não aquele tipo "patricinha", pelo contrário, jogava no time de futebol, andava mais com garotos que com garotas, exeto quando estava "ficando" com alguma, seu andar pelos corredores do colégio lhe dava uma certa autoridade, ninguém se quer tentava mexer com ela, e só se dirigiram à ela quem realmente a conhecesse. Marina tinha cabelos negros que iam até a altura da cintura, mas que viviam presos num rabo de cavalo, o que de forma alguma lhe deixava menos atraente, seu corpo possuia curvas que mesmo ela sendo lésbica, os garotos não controlavam seus olhares quando ela passava.
Pessoas como Carmen nunca entravam no caminho de Marina, pessoas como Carmen, sentavam nas primeiras fileiras da sala, faziam todas as lições, e não abriam a boca. Pessoas como Marina, sentavam no fundo da sala, agitavam nas aulas, zuavam todo mundo, não faziam lições e ainda assim eram adorados por todos.
Carmen e Marina estavam na mesma turma à dois anos, desde o primeiro ano (Ensino Médio), e a partir do momento que Carmen à viu pela primeira vez, soube que seu coração tinha fraquejado por uma fração de segundo, o que a fez olhar para Marina todos os momentos que podia. Quando ela passava por sua carteira para se sentar no fundo da sala com os amigos; quando ela atravessa o refeitório indo em direção a sua mesa junto com o time; nas aulas de educação física, quando Marina ficava suada e sua camisa se apertava nos seios à deixando sexy, e fazendo Carmen desejar beijar todo seu corpo; até mesmo quando elas saíam do colégio e Carmen via Marina jogar seu skate no chão e ir embora com os cabelos ao vento.
Carmen estava sentada no chão da biblioteca entre a ultima prateleira e a parede de um tom creme que não era tão dura quanto parecia. Relia as páginas de algum livro que nem se quer leu o título, seus olhos passeavam pelas palavras sem realmente lê-las, seus pensamentos estavam distantes dali, estavam especificamente em Marina, que agora devia estar em um dos box do banheiro com "Ray" , o que a deixava com uma raiva evidente. Não que tivesse algum motivo para sentir ciúmes, só o fato de que Marina ficava com qualquer uma, independente de ser lésbica, bi, ou até hetero..se a garota demostrava um interesse, não passava nem dois dias até os boatos se espalharem - então Carmen pegou sua mochila e decidiu passar as últimas três aulas ali, escondida, não estava preocupada em ser pega, pois sabia que ninguém nunca era pego estando na biblioteca com algum livro em mãos, era só mentir dizendo que não havia professor na sala de aula, e nenhum supervisor parecia disposto a subir no quarto andar para verificar.
A garota soltou os cachos e os deixou cair sobre o rosto, que agora esquentavam com uma evidente vergonha...Quando soube que Marina estava prestes a ficar com "Ray" uma garota da mesma turma delas, porém mais popular e com muito mais chances de ter Marina por cinco minutos ou até mesmo uma semana - Marina nunca ficava tanto tempo com ninguém, exceto quando depois de um tempo ficava novamente com a mesma garota que ficará antes -decidiu segui-las, e acabou por se arrepender quando seus olhos se depararam com aquela cena erótica em um dos corredores que ficavam vazios no intervalo. Carmen quis sumir naquele momento, e se preparou para dar meia volta, mas seus pés se enrolaram um no outro e ela caiu de cara no chão. Soube pelo baque forte no chão que agora as duas garotas bem atrás lhe encaravam, e deviam estar se segurando para não cair na gargalhada. Com o rosto vermelho Carmen se levantou sem olhar para tras e correu - agora estava ali, se xingando mentalmente por ser tão burra, mas não conseguia controlar seus pensamentos sempre giravam em torno de Marina, desde o primeiro dia.
...
Duas semanas foi o suficiente para Carmen se apaixonar, o suficiente para Marina se tornar sua "Crush". Suficiente para perceber que não importava o que acontecesse, Marina nunca lhe daria bola, nunca passaria horas à olhando como a garota fazia, nunca ao menos trocaria uma mínima palavra se quer com ela.
Por quê Marina olharia para uma garota como eu?! - Carmen pensava todas as vezes que imaginava uma troca de olhares entre as duas (só imaginava) - O que Marina veria numa garota baixinha, de cachos loiros, (um tom mais escuro que da maioria) que mais ficavam presos num coque que soltos, uma garota que era a mais '"nerd" da turma, que não passava um dia sem um livro diferente, uma garota sem graça que se quer matinha um equilibro estável, vivia caindo por aí, e que tinha mais problemas em casa que qualquer outra pessoa..Ah, "casa" Carmen quase se esquecia de casa quando chegava na escola, na verdade vinha à escola para poder deixar sua casa por algumas horas. Mas, nunca o suficiente para fazer seu pai se tornar menos grosso, e mais paciente. Incontáveis vezes Carmen chegou em casa e o pegou batendo em sua mãe, corria para ajudá-la, mas era maltratada da mesma forma e muitas vezes pior. Depois de espancada seu pai a trancava no quarto e não lhe deixava ir a escola no dia seguinte, para que ninguém notasse o roxo nos braços, ou as vezes no rosto. Carmen não entendia como sua mãe poderia aguentar aquilo, Carmen não queria que a mãe aguentasse aquilo,chorava junto ao travesseiro quando ouvia os gritos dele vindos do andar debaixo, já havia se tornado uma rotina, qualquer coisa lhe fazia se zangar e descontar em mamãe, até mesmo problemas no trabalho, ou quando algo simplesmente não lhe agradava.

A garota em fim chorou, chorou o coração partido e a desilusão de um dia poder sentir o calor dos lábios de Marina nos seus. Chorou se preparando para o que encontraria quando chegasse em casa. Chorou pela mãe que ainda uma mulher tão jovem e forte, agora estava tão triste e andava como se carregasse um peso enorme nas costas. Chorava por ainda ter dezesseis anos e não poder ajudá-la, não poder se quer se ajudar.

Opostos - Romance LésbicoOnde histórias criam vida. Descubra agora