O único som que se ouvia nos corredores do grande Palácio de Murets era os saltos da princesa batendo com força no chão.
Em quanto cinco criadas corriam atrás de uma das herdeiras do trono, os servos que passavam por ali já imaginavam mil e uma ideias do porquê de Aurora Morhent de Valencia passar pelos corredores com tanta raiva.
Todos já conheciam o temperamento explosivo da princesa, mas sempre que ela abria a boca para revelar o motivo, era uma surpresa para todos.
Uma dica dos mais velhos que viviam no Castelo era; não proteste absolutamente nada sobre o temperamento da princesa Aurora.
Mas se em uma remota possibilidade de isso acontecer, a princesa falava obscenidade sobre o assunto e despejada uma cachoeira inteira de raiva em cima da pessoa.
Mas o que surpreendeu até mesmo os guardas foi quando Aurora virou em direção do corredor cuja paredes eram cobertas de ouro. O único lugar que aquele corredor levava era o que ninguém quase ousava se aproximar. Onde apenas as camareiras entravam, e ainda sim com vários guardas para terem a plena certeza de que não roubariam nada.
Os aposentos do Rei.
As criadas que perseguiam Aurora arregalaram os olhos, e se colocaram a correr mais de pressa.
—Pelas fadas... — uma serva sussurrou ao avistar as portas dos aposentos. — Princesa! Por favor, majestade! — clamava a serva, que temia o que o Rei poderia fazer. Se elas não conseguiam nem impedir uma princesa de pouco mais de um metro e sessenta e cinco de estatura, invadir os aposentos Reais, quem diria cumprir com suas obrigações. Bem, todos sabiam que a princesa era um ser endiabrado quando queria alguma coisa, nem que tivesse que rolar na lama do pântano mas asqueroso, Aurora rolaria para chegar ou conseguir seja lá o que quisesse. Mas as servas estavam ali para cuidar da educação da garota, o Rei não aguentava mais saber que sua filha tinha respondido alguém de forma obscena.
Mas tudo o que Aurora fazia era andar, praticamente correr até as grandes portas, ela não se importava se seu pai iria se irritar com a presença da filha, nem se ele iria querer tirar fio por fio da cabeleira dourada da princesa. Ela só se importava em tirar uma explicação para a cena ridícula que viu mais cedo no jardim.
As servas pensavam como uma garota de saltos conseguira “caminhar” tão de pressa e elas que usavam sapatilhas de boneca não conseguiam ao menos acompanhar os passos da princesa.
Mas quando suas pequenas mãos alcançaram as maçanetas de ouro fazendo um pequeno calafrio se instalar em seu corpo pela superfície gelada, e abriu as grandes portas com um estouro, a princesa teve seus olhos avistando a visão do inferno.
Aurora arregalou os olhos, estava petrificada olhando fixamente para a cama do Rei. E quando as criadas finalmente a alcançaram não tiveram reações muito diferentes.
Céus... Ela estava muito encrencada.
A grito da Rainha foi agudo, cheio de vergonha, em quanto o Rei praguejava e cobria o corpo da mulher com o lençol de seda fino.
Infernos! Seu pai acabaria com sua cachopa em dois tempos pela intromissão de algo tão... Tão peculiar.
Ela acabara de ver seus pais semi nus.
Rapidamente uma criada tapou os olhos de Aurora com as duas mãos, em quanto os guardas corriam para fechar as portas, a princesa ficou sem fala, a imagem do pai em cima da Rainha iria ser difícil de tirar da mente perturbada da garota.
VOCÊ ESTÁ LENDO
A Dona da Coroa
Fiksi SejarahUm reino ancestral, o que tinha mais memórias registradas em livros do que qualquer outro que se atrevia a existir, o que mais caia na boca do povo com burbulinhos e lendas. Alguns legendavam de estória, outros de história. Mas não era isso que imp...