CAPÍTULO 16

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      Eu sentia uma dor insuportável na cabeça, eu não lembrava de nada, pelo menos não do por que de eu estar numa cama de hospital com aparelhos pelo meu corpo, olho para o lado e vejo meu pai sentado na poltrona, ele está dormindo, olho para a frente e escuto uma voz ao meu lado, uma voz que me acalma, a voz que me acalmou desde criança.

      — Yumi... — A voz da minha mãe.

      Ela vem em minha direção abrindo os braços para me abraçar e eu a abraço, um abraço calmo cheio de amor e carinho. Ah mãe... como eu senti sua falta, como eu quis esse abraço nos últimos dias e como eu quis que você estivesse ao meu lado vendo o quanto eu estava feliz com o rapaz que eu escolhi para amar.

      — Omma... — Sorrio saindo de nosso abraço.

      — Pelo visto você gosta dos costumes daqui. — Ela sorri — Fiquei tão preocupada.

      Abaixo dos olhos dela estava um tom meio roxo e parecia que ela não dormia a bastante tempo.

      — Achei que estivesse doente, meu pai disse que... — Sou interrompida.

      — Eu estava. Mas Takashi me ligou e disse que você havia sofrido um acidente, então saí de Quioto e voei para cá.

      — Acidente? Mas... que acidente? Eu não lembro de nada. — Olho para uma mesinha com uns 5 buquês de rosas vermelhas.

      — Você caiu de uma escada, eu não sei de onde foi, mas bateu a cabeça.

      — Mãe... A quanto tempo está aqui? — Algumas flores já até estão murchas.

      — A cinco dias. — Ela fala por fim.

      — Cinco dias? — Arregalo os olhos — A quanto tempo estou dormindo?

      — Alguns dias.

      — Tá de brincadeira né? Mãe, me diz, por que eu cai dessa escada? Onde está o Jimin? — Pergunto desesperada tirando as máquinas de mim.

      — Sayumi você não pode fazer isso. — Ela diz num tom de choro.

      No segundo em que tiro o último aparelho a porta se abre, olho para ela e vejo um garoto de cabelos arrepiados para cima, a cor de seus fios é rosa e seu olhar é triste, ele me olha e seu olhar muda de triste para surpreso, seus olhos estão flamejantes, eles brilham e eu adoro vê-los brilhando.

      Levanto rápido mesmo sentindo uma imensa dor por todo o meu corpo, corro até o garoto que está na frente da porta me olhando e envolvo meus braços em seu pescoço, ele parece não acreditar que eu estou ali mas envolve seus braços em minha cintura, aqueles braços quentes que enviam eletricidade para o meu corpo, aqueles braços que me mantiam em segurança toda vez que me envolviam, aqueles braços que pertenciam ao meu tão amado Park Jimin.

      — S-Sayumi... — Ele me aperta leve em seus braços — Que bom que acordou.

      — Que bom que está aqui. — Falo sentindo sua respiração em meu ombro. — O que aconteceu Jimin? Por que caí da escada?

      — Bom... é complicado. — Ele sai de nosso abraço — Eu e o Taehyung estávamos brigando e você nos ouviu, então tropeçou e caiu.

      — Mas... por que estavam brigando? — O olho confusa.

      — Ele disse que nós temos... — Parece difícil pra ele falar — Taehyung disse que temos o mesmo sangue. E por isso, não podemos ficar juntos.

      Eu caí na gargalhada, dei uma risada longa mas fui parando aos poucos quando olhei para o rosto do Jimin e ele estava sério, o silêncio tomou conta daquele lugar e meus olhos estavam transmitindo medo.

      — É brincadeira né? — Segurei o braço de Jimin — Você tá brincando Jimin.

      — Não, Sayumi. — Ele passou sua mão na testa retirando o suor que havia ali — Eu falei com seu pai e ele me contou tudo, você Sayumi... é filha da minha mãe.

      O que? Não, ele não está falando a verdade, Jimin não está falando a verdade, isso deve ser um pesadelo, minha mãe é Sayuri, e não a mesma mãe do garoto que eu amo, não pode ser, assim eu não poderia ama-lo, não da forma que eu amo. Meu mundo ta caindo de novo, ta tudo desmoronando outra vez, parece um círculo vicioso de desgraça, é sempre a mesma coisa, mentiras e mais mentiras, mas essa era a pior delas. Meu coração que o Jimin havia consertado com seu amor agora estava quebrado outra vez, estava no chão como ele costuma estar.

      — Mãe... — Olhei para trás — Isso é verdade? — Meus olhos já tinham lágrimas e ela só baixou sua cabeça — Mãe responde.

      — Yumi... — Sua voz era trêmula — Sim, mas não importa quem trouxe você ao mundo, eu sou sua mãe... — A interrompi.

      — Mentiram pra mim, mentiram de novo. — Minha voz ecoava alto naquele quarto de hospital.

      — Sayumi eu preciso ir. — Jimin disse.

      — O que? Não Jimin, você não pode. — Segurei em seus braços — Você não pode me deixar, eu amo você.

      Ele tirou minhas mãos de seus de seus braços e disse sem olhar pra mim.

      — Eu não posso ficar com você.

      — Mas Jimin... — Fui interrompida.

      — VOCÊ NÃO ENTENDEU SAYUMI? — Ele gritava e meus olhos estavam transbordando de lágrimas. — NÓS SOMOS IRMÃOS GAROTA, NÃO PODEMOS TER NADA.

      Ele respira fundo e olha pra mim.

      — Eu achei que me amasse. — Limpei as lágrimas e ele passou seus dedos por seus fios rosa.

      — Eu não posso amar você como eu quero. Eu não posso te ter onde eu desejo. — Ele está confuso como eu — Eu já me sinto mal por ter dormido com você e... Eu não posso ficar perto de você, por isso... eu me alistei pro exército e pretendo seguir essa carreira.

      — Você o que? Jimin você não pode, eu não vou deixar você ir. Você não vai! — Eu estava tão desesperada.

      — Eu não preciso da sua permissão. — Jimin estava sendo tão frio que aquilo me deixava paralisada.

      Ele virou para a porta e saiu do quarto, eu tentei ir atrás dele mas eu não conseguia, não conseguia me mexer, aquilo foi um choque tão grande que a única coisa que fiz foi sentar no chão e chorar.

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