Eu não sei na verdade quando havia sido o momento exato em que você apareceu, mas quando eu percebi você já estava lá.
Por mim, pra mim.
Foi difícil acostumar a simplesmente te ter do meu lado quando eu já havia me apegado àquela ideia de não ter ninguém. Era quase sempre enlouquecedor te ver o tempo todo com aquele sorriso no rosto, com aqueles gestos espontâneos e aquele carinho enorme comigo...
Tão enorme que foi o possível causador de tudo o que eu havia começado a sentir.
Você nunca havia me dito até que ponto eu poderia chegar em relação a você, mas no meu caso, eu jamais te estabeleci algum limite. Talvez, no fim de tudo, este havia sido o problema.
Fechar os olhos, abrir os braços, respirar profundamente e mergulhar de cabeça naquilo que apenas eu alimentei as esperanças foi a coisa mais idiota que eu havia feito.
Ah, você me alertou sobre tantas coisas... O problema é que não me contou que não mergulharia comigo. Você deixou com que eu me afogasse sozinho, até perder completamente todos os controles sobre mim mesmo.
E eu sofri com aquilo; você até mesmo esteve lá, sendo o único espectador da tragédia que minha vida havia se tornado. Naquele momento você me estendeu a mão, mas eu passei a querer muito mais do que apenas aquilo. Eu queria que você abrisse os seus grandes portões e me deixasse entrar em um lugar onde apenas os seus mais íntimos pensamentos já estiveram.
Queria ocupar sua mente... da mesma forma que você ocupou a minha.
Queria ser capaz de chegar até o seu coração e tocá-lo; eu queria desesperadamente ser capaz de fazer com que você sentisse o mesmo que eu sentia todas as vezes que você sorria pra mim.
Mas no fim daquilo tudo, você somente deixou claro que aquilo infelizmente não seria possível.
Porque mesmo que você jamais fosse capaz de admitir pra mim, eu já tinha plena certeza de que o seu coração era uma enorme bagunça, e você nunca me permitiria arrumar tudo de algum jeito.
E aquilo machucava, me fazia chorar por noites inteiras enquanto eu me perguntava por que diabos o amor tinha que ser tão doloroso daquela maneira. O engraçado nisso tudo é que, por várias vezes, era você quem me consolava enquanto eu chorava... por você.
Então eu acabei aprendendo que, o amor, além de doloroso era extremamente injusto.
Tão injusto o quanto nem um pouco seguro.
Mas apesar de tudo isso, eu tinha completa certeza de que aquela não seria – de forma alguma – a primeira e muito menos a última vez que aquilo aconteceria.
Eu certamente iria me machucar outra vez, e outra, e mais outra... Não sei se seria capaz de aguentar, de sair sorrindo de todas as futuras situações dolorosas, mas, eu queria ser capaz de, ao menos pra você, ser forte o suficiente pra sorrir de forma sincera, assim como você sempre sorriu pra mim.
Olhar pra você e ter plena certeza de que eu, de forma alguma, desperdicei o meu amor.
Você não me correspondeu, mas eu decerto passei um longo tempo te amando, mesmo de longe. Porque com aquilo, eu aprendi a deixar meu egoísmo de lado.
Com aquilo, eu aprendi a ficar bem apenas ao te ver imensamente feliz.
Mesmo que sua felicidade não estivesse ao meu lado.
E é exatamente isso que o amor significa.
Pensar mais na sua felicidade do que na minha, não importa quão dolorosa seja sua escolha.
— JW.
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Mess | {Johnlock}
FanfictionPorque você sempre foi uma bagunça, e ainda que eu usasse todas as minhas armas, eu jamais seria capaz de colocar tudo no lugar.