Capítulo 015

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Um Amor Inesperado -
Capítulo 015 -

Três semanas depois –

Mercedes estava no jardim cuidando de suas plantas junto com Alícia, quando de repente o timbre da campainha ecoa pela casa, chegando ao jardim.
Mercedes: Se for para mim, diga que eu não estou. Há não ser que seja alguém muito importante, me chame.
Alícia: Sim senhora. - diz saindo
Alícia vai à porta, e ao abrir, se depara com quem menos esperava.
Alícia: José, o que faz aqui? - indaga sorrindo
José: Não posso, não consigo e não tenho forças suficientes para viver longe dela. Ela está? - indaga sorrindo
Alícia: Está sim. Está no jardim. - diz sorrindo - Entra!
José: Magdalena está? - indaga preocupado
Alícia: Não. Acabou de sair com o Valentín. Eles estão namorando.
José: Fico feliz por ela, e pelo rapaz. - diz - Posso ir vê-la?
Alícia: Claro que sim. Já sabe por onde é não é?
José: Sei sim. - diz
José se encaminha para o jardim atrás de Mercedes. Ao chegar, ele a encontra de costas para a porta. Ela estava abaixada mexendo na areia de uma de suas roseiras. Ela esperava por Alícia, porém a voz que se atreverá a falar não era nem sombra da voz de uma mulher.
José: Mercedes. - a chama
Ela paralisa ao ouvir a voz do seu amor. Lentamente ela se levanta e se atreve a olhar para trás, se deparando com um sorriso apaixonado, um olhar brilhante e uma bela orquídea branca.
José: Eu juro que tentei te esquecer por um momento durante todos esses dias, porém é impossível. Eu não posso e não consigo viver longe de você. - diz sorrindo
Mercedes se aproxima com os olhos marejados e ele dá alguns passos em sua direção.
José: Me aceita de volta em tua vida, e ao teu lado, como seu homem de confiança, e seu amor? - indaga a olhando
Mercedes sorrir emocionada e o beija lentamente. José corresponde a abraçando e as línguas se encontram. Elas dançam ao mesmo ritmo de saudade e desejo.
Após o beijo, eles se apartam.
Mercedes: Eu te aceito de todas as formas. - diz
José: Pra você. - diz lhe entregando a orquídea
Mercedes: Obrigada! - agradece sorrindo
José: Você está ainda mais linda. - diz sorrindo - Esse seu novo visual te deixou mais atraente. - confessa
Mercedes sorrir tímida e José lhe rouba um beijo.
Alícia: Pensei que jamais voltaria a ver uma cena como essa. Meus parabéns! - diz sorrindo
Mercedes: Você é uma das que mais torce por essa relação, não é dona Alícia? - indaga sorrindo
Alícia: Pois sim, afinal, vejo nesses olhos o quanto se amam e o quanto não podem ficar separados por muito tempo.
José: Isso é verdade, mais eu não quero arrumar problemas. Eu voltarei a trabalhar com a Mercedes, porém não irei me envolver com ela. - diz
Mercedes: Vamos continuar separados? - indaga perplexa
José: Eu prefiro assim meu amor. Eu só quero te ter novamente quando a Magdalena me aceitar. - diz - Eu não quero ser a causa de um problema entre vocês. Peço meu emprego por que eu sei que você necessita, pois confia muito em mim, então te peço que me aceite de volta como seu empregado, mais como seu amor, apenas quando a Magdalena se decidir.
Mercedes: Será um inferno viver te tendo ao meu lado sem ao menos poder te beijar.
José: Faremos um esforço, sim? Não vamos complicar as nossas vidas, e a vida da sua filha, eu não quero isso. Eu não quero ter que te deixar para sempre.
Mercedes: Se você quer assim, eu concordo. - diz lhe fazendo carinho
Alícia: Vamos comer algo. - convida
José e Mercedes confirmam e os três se encaminham para a cozinha.
Entre conversas eles comem e não percebem as horas que se passaram até que escutam o barulho da porta.
Mercedes e José se separam e Magdalena chega à cozinha.
Magdalena: Você aqui? - indaga - O que veio fazer?
José: Boa tarde, senhorita. - cumprimenta - Sei que pedi demissão, porém eu não posso me ausentar dos meus compromissos profissionais com sua mãe. Há coisas que são restritas e apenas eu sei, então resolvi pedir meu emprego de volta.
Mercedes: E eu o aceitei. - diz
Magdalena: Você o que?
Mercedes: Não vamos confundir mais as coisas, filha. José quer apenas o trabalho dele e eu não posso demiti-lo, confio apenas nele, pois em todos esses anos ele foi o único que trabalhou para mim, e que me é fiel em todos os meus assuntos.
Magdalena: Ele está se aproveitando disso para se aproximar.
José: Se eu quisesse me aproximar eu não precisaria trabalhar para ela, simplesmente a seguiria por onde fosse. - diz - Mas esse não é o caso. Eu apenas quero meu emprego de volta. Sou o braço direito dela, independentemente de qualquer pessoa, e qualquer relação que tivemos fora do meio profissional. Tanto que, estou aqui a sua espera.
Magdalena: A minha espera, para quê?
José: Para lhe comunicar sobre a minha decisão. Se eu quisesse ficar com a sua mãe eu já teria ido embora para que a senhorita não me visse, porém a esperei para que depois a senhorita não inventasse pretextos para sair ou fugir de casa.
Magdalena: Ainda bem que o fez. - diz convicta - Em quê você veio?
José: Vim no carro que sempre usei.
Magdalena: Gostaria de ir para o povoado.
Mercedes: O helicóptero está na revisão.
Magdalena: Vamos de carro. Está cedo e podemos chegar cedo.
Mercedes: Não acho uma boa ideia. Eu tenho o centro noturno esse final de semana, e não gosto de viajar muito de carro.
Magdalena: Mercedes, durante essas três semanas fomos quase todos os dias ao centro noturno, o que custa faltar um final de semana? E sobre viajar de carro, é até melhor, assim podemos ver outras paisagens.
Mercedes pensa um pouco e acaba decidindo ir.
Mercedes: Está bem. Vamos arrumar nossas roupas. Você vai conosco, Alícia?
Alícia: Não senhora. Eu ficarei. - diz
Mercedes: Está bem. Vamos arrumar nossas coisas e logo saímos, sim?
José: A seu dispor, senhora. - diz sorrindo
Mercedes e Magdalena vão para seus quartos e arrumam suas coisas. 
Após elas se despedem de Alícia e eles seguem para o povoado, chegando horas mais tarde.
Ao chegarem, eles são recebidos por Beatriz, Marina e Rebeca.
Beatriz: Não sabem a alegria que tenho em tê-las aqui. - diz sorrindo
Mercedes: A alegria é sempre nossa. - diz sorrindo
Magdalena: Eu gosto de vir aqui, me sinto livre, não sei explicar. - confessa
Beatriz: Vocês vieram com o José?
Mercedes: Sim, ele me pediu o emprego de volta e eu não pude recusar. É meu homem de confiança. - diz sorrindo
Marina: Fico feliz que esteja de volta, José. Seja bem vindo. - sorrir o olhando
José: Obrigado senhorita Marina. - sorrir
Beatriz: Vocês chegaram na hora certa. Vamos jantar. - diz
Magdalena: Isso é muito bom. - sorrir abraçada a Marina
Todos se encaminham para a mesa, e entre conversas, eles jantam.
Rebeca: Deveríamos sair todos. - diz
Mercedes: Eu não quero sair, prefiro ficar em casa.
Beatriz: Eu também. - diz
Magdalena: Então vamos apenas nós três. Você, eu e a Marina.
Marina: Eu acho ótimo.
Rebeca: Combinado então. Noite das mulheres. - sorrir animada.
O tempo passa e logo chega às nove horas. Magdalena, Marina e Rebeca se arrumam e logo saem, deixando Mercedes, José e Beatriz sozinhos.
Beatriz: Estava esperando Magdalena sair para perguntar, vocês estão juntos ou apenas o José voltou a trabalhar? - indaga sorrindo
José: Voltei apenas para o meu trabalho. Eu quero evitar brigas entre Mercedes e Magdalena.
Beatriz: Ela continua com essa implicância?
Mercedes: Sim, e de verdade eu não sei quando isso mudará. - diz triste
Beatriz: Ela irá se dá conta do quanto José te ama Mercedes. Isso é só ciúme.
José: Por isso é melhor continuarmos separados. - diz - Qualquer hora dessas, ela vai pensar direito e vai perceber que o meu sentimento pela Mercedes é sincero.
Beatriz: Agora irei para meu quarto, vou deixa-los a sós. Boa noite!
José e Mercedes: Boa noite.
Beatriz sai e José sem conter sua saudade logo puxa o rosto de Mercedes e a beija. Ela sorrir, porém logo corresponde.
José: Eu confesso que terá momentos em que eu não irei me controlar para te beijar. - diz sorrindo
Mercedes: Eu sei, e quando você perder o controle eu estarei te esperando com saudades imensas. - diz o olhando - Eu te amo, meu amor.
José: Eu também, minha vida.
José e Mercedes namoram por um bom tempo até que ele decide ir.
Mercedes o leva até a varanda, e sem conter a saudade, José a beija mais uma vez. Mercedes corresponde tenebrosa, e ao término ele vai embora.
Após a ida de José, Mercedes vai para o quarto, toma banho, se arruma e logo se deita, adormecendo em seguida.
O final de semana passa em um piscar de olhos, entre passeios, logo chega a hora de Magdalena e Mercedes regressar à capital.
Marina: Ainda está cedo. - diz
Mercedes: Oh meu amor, não podemos pegar a estrada à noite, é muito perigoso. Se o helicóptero já estivesse pronto, iríamos à noite, mais de carro, prefiro ir ainda de tarde.
Marina: Compreendo. - diz triste
Mercedes: Prometo que da próxima vez iremos de noite. - diz sorrindo
Marina: Está bem.
Mercedes: Se cuida, e juízo hein? - sorrir a abraçando - Eu te amo.
Marina: Eu também.
Mercedes dá a benção de Marina e todos se despedem.
Magdalena e Mercedes entram no carro e logo José da à partida.
Durante o caminho, Mercedes e José vão conversando e Magdalena apenas os observa.
Depois de quase uma hora de viagem, José percebe um carro vindo atrás. Ele continua seu trajeto e não se importa, até que esse mesmo carro bate na traseira do carro, fazendo Mercedes e Magdalena se assustar.
Magdalena: O que está acontecendo? - indaga nervosa
Mercedes: Acho que ele bateu sem querer. - responde
José olha pelo retrovisor e acelera.
O carro que os segue também acelera e mais uma vez bate na traseira do carro.
Mercedes e Magdalena começam a se assustar e José acelera.
O carro também acelera e acaba ficando lado a lado com o de Mercedes. José diminui a velocidade e vai atrás.
O carro que está na frente diminui também a velocidade e fica na frente deles.
Após alguns minutos, José tenta ultrapassar o carro, mas o carro bate no de Mercedes. Ela já assustada manda José ultrapassar de uma vez, porém nesse momento, o carro com toda velocidade bate no carro de Mercedes que é arremessado com toda força para fora da estrada, e que capota uma vez, ficando de cabeça para baixo.
Após isso, o carro foge e os deixa para trás.
Com o impacto do arremesso, os três ficam desacordados por longos minutos, até que José desperta e percebe tudo. Ele olha para um lado e olha para trás, se desesperando rapidamente ao ver a metade do rosto de Mercedes cheio de sangue, e Magdalena completamente inconsciente com um corte na testa.
José: Meu Deus. - diz a si mesmo soltando o cinto.
José cai de cabeça, e após conseguir se mover bem, ele sai do carro.
Por mais facilidade, José retira primeiro Magdalena e a deita no chão, em seguida ele vai para o lado de Mercedes e a retira devagar, porém com muita dificuldade.
Ao conseguir retirar ambas do carro, José liga para uma ambulância.
Enquanto espera, José tenta despertar ambas, porém sem sucesso.
Após vinte minutos, Magdalena reage. Gemendo de dor, ela desperta desnorteada.
Magdalena: O que houve? - indaga - Aí que dor. - diz pondo a mão na cabeça
José: Sofremos um acidente.
Magdalena ao ouvir a palavra acidente, rapidamente se desespera e percebe Mercedes inconsciente no colo de José.
Ao vê-la cheia de sangue, Magdalena se aproxima.
Magdalena: Mãe! - chama - Mãe, por favor, desperta. - pede chorando
José: Calma Magdalena, ela vai despertar, calma. - pede tenebroso
Magdalena: Você já ligou para uma ambulância?
José: Já, estão a caminho.
Magdalena: Mamãe, por favor, não me deixa. - pede desesperada
José apenas a olha e sente uma imensa dor.
José: Ela vai despertar. Fique tranquila. - sorrir levemente
Magdalena o olha enquanto faz carinho em Mercedes.
O tempo passa e após vinte minutos, a ambulância chega.
Mercedes é posta em uma maca e em seguida na ambulância, assim como Magdalena e José. Enquanto eles seguem para o hospital, Magdalena e José são examinados.
Enfermeira: Vocês estão bem, apenas estão nervosos pelo susto, e esse corte só levara dois pontos. - diz os olhando
José: E ela? Por que não acorda?
Enfermeira: A batida foi de mais impacto para ela, porém ela vai ficar bem. - diz
Eles seguem de volta ao povoado, e ao chegarem ao hospital, Mercedes é levada para o doutor de plantão.
José: Ela vai ficar bem. - diz a Magdalena
Magdalena chora copiosamente e em um momento de dor, ela abraça José.
Enfermeira: Acompanhem-me, por favor. - pede
José e Magdalena a acompanha e, ao chegarem a uma sala, a enfermeira fazem os curativos de ambos.
Após, eles voltam à recepção e esperam por notícias de Mercedes.
Magdalena: Liga para a Marina. - pede
José: Vou ligar.
José sai e liga para Marina.

Ligação on -

Marina: José?
José: Sim senhorita Marina, sou eu.
Marina: Aconteceu alguma coisa?
José: Aconteceu. - diz - Sofremos um acidente e estamos no hospital daqui do povoado.
Marina: O quê?
José: Isso mesmo. Magdalena e eu estamos bem, porém a senhora Mercedes eu não acredito que esteja, pois ela foi levada e ainda não tivemos nenhuma notícia.
Marina: Aí meu Deus, José. - chora - Eu estou indo pra ir.

Ligação off -

Marina dá a notícia a Beatriz e a Rebeca, e as três se encaminham para o hospital.
Ao chegarem, Magdalena se aproxima de Marina que a abraça.
Marina: Alguma notícia da mamãe?
José: Não, ainda não. - diz
Beatriz: Não vai acontecer nada.
José: A enfermeira que nos socorreu disse que ela estava inconsciente pelo impacto da batida e do arremesso.
Marina: Como foi isso José?
José: Estávamos indo normalmente quando de repente um carro começou a bater na traseira do carro. Ele fez a primeira vez e achamos que tinha sido sem querer, mas ele fez de novo e então eu acelerei. Ele acompanhou e ficou lado a lado com o nosso, eu diminui a velocidade e fiquei atrás. Ele acompanhou e ficou na nossa frente, até que eu tentei ultrapassar. Ele bateu mais uma vez e a senhora Mercedes me mandou acelerar para passar de vez, nisso, ele acelerou e bateu com tudo no carro, nos jogando para fora da estrada e, o carro capotou. Quando despertei consegui me soltar e em seguida tirei ambas do carro. Magdalena despertou, porém a senhora não. - diz
Beatriz: Meu Deus. Isso foi planejado.
José: Não tenho dúvidas. - diz - Mais quem?
Marina: Se Ernesto Contreras estivesse vivo, me atreveria a dizer que foi ele, porém não tem como, ele está morto.
José: Eu não tenho nenhuma ideia de quem pode ser.
Marina: Você não viu a placa do carro?
José: Não tinha placa.
Marina: Qual era o carro? Qual a cor dele?
José: Era um L200 Triton branco. 
Nesse momento o médico chega à recepção.
Médico: Família da senhora Mercedes Artigas?
Marina: Somos nós. Sou filha dela. Como ela está, doutor?
Médico: Eu me chamo doutor Rafael Pérez.
Marina: Eu me chamo Marina Reverte. Como está a minha mãe, doutor Rafael?
Dr. Rafael: Não tenho boas notícias. - diz - Sua mãe bateu forte com a cabeça e entrou em coma.

#Continua.

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