Um mês se passou. Estávamos em março. Era o dia em que eu ia saber se o meu amorzinho era uma princesa ou um príncipe.
Durante todo o mês, todos estavam bobos. Christopher era o tio mais babão que eu já tinha visto em toda a minha vida. Quando ele vinha na nossa casa, ele nem conversava conosco. Só com a sua princesa. Sim, ele estava na aposta com as crianças e achava que era uma menina. Anna e Carlson já exibiam barrigas lindas. Anna estava com 6 meses e Carlson com 5. Elas se davam bem. Viviam conversando. E, Anna era uma tia babona. Meus pais e os pais de Alec, eram avós bem protetores. Minha mãe não me deixava pegar em uma vassoura e sempre me ajudava à limpar a casa. As crianças passavam a maior parte do tempo comigo. Ou melhor, com Caitlin ou Elijah. Eu fui esquecida. Alec... O que falar sobre Alec? Ele era o pai mais babão do planeta Terra. Dava desculpas para não ir ao trabalho, vivia conversando com seu garotão ou a sua princesinha,... Era a vida que sempre desejei. Eu já estava com uma barriguinha linda, mas pequena. Típica de 3 meses. Comia mais que 10 hipopótamos juntos, mas também pagava o preço de vomitar na maioria das vezes. Fiz o que o médico mandou e me alimentei bem, descansei,... Tudo estava perfeito.
Fui até o banheiro e me despi, pronta para tomar um banho. Eu disse à Alec que eu estava com muita vontade de comer rosquinhas e ele teve que ir buscar. Eu estava sozinha em casa, já que ele levou as crianças até a casa de meus pais. Íamos pra consulta e deixaríamos as crianças na casa deles. Tomei um banho relaxante e depois saí. Me enrolei em uma toalha e fui até o quarto. Vesti uma calça jeans justa e escura, uma blusa branca e estampada com flores, calcei um salto alto amarelo e arrumei minha bolsa com celular, batom e carteira. Penteei meu cabelo, mas o deixei solto.
Onde Alec estava com minhas rosquinhas? Comecei à fazer pirraça. Desci as escadas, com a bolsa na mão e depois a larguei no sofá. Fui em direção à geladeira e peguei um copo de água para passar a fome. A porta se abriu. Alec entrou com um pacote e o deixou sobre o balcão. Sorri e quase me joguei sobre o pacote.
– Pronto, esfomeada.
Olhei pra ele, com a boca cheia de rosquinha.
– Vai ficar gorda... – Ele disse, rindo.
Meus olhos se encheram de lágrimas. Eu odiava quando ele falava isso. Eu não sabia se era por causa dos hormônios ou não. Ele riu.
– Estou brincando. – Ele disse.
Dei língua pra ele e voltei à comer.
– Você já está pronta?
– Sim. – Falei, de boca cheia.
– Então, me espera aí. Eu vou tomar um banho. Já volto.
Assenti com a cabeça e ele subiu.
Depois de devorar o pacote todo, escovei meus dentes e me sentei no sofá, esperando por Alec. Peguei meu telefone e tinha uma mensagem.Anna: É hoje! Como você está?
Camille: Oi! Estou nervosa. Vamos sair daqui à pouco.
Anna: :) A titia está louca para conhecer o amorzinho dela...
Camille: Boba...
Anna: Calma, mamãe... Ciúmes?
Camille: Não. Haha. Como estão Audrey e Caleb?
Anna: Bem. Eles estão brincando.
Camille: E meu pequeno Noah?
Anna: Bem também.
Camille: Ótimo.
Alec desceu as escadas. Ele estava cheiroso e lindo. Ele usava uma camisa social jeans, uma calça jeans preta e um tênis branco.
Camille: Tenho que ir, titia babona.
Anna: Me ligue! Vou morrer do coração aqui!
Camille: Me deseje sorte.
Anna: Sempre.
Guardei o telefone na bolsa e me levantei.
– Vamos? – Ele disse.
– Vamos lá!
Fomos até o carro e tomamos rumo ao hospital. Eu percebi que Alec estava nervoso. Ele apertava o volante com muita força e nem conversou comigo no carro.
Quando chegamos, peguei minha bolsa e entramos, nervosos, no hospital. Alec foi até a recepção e depois voltou. Ficamos esperando e esperando... Até que o Doutor William chegou.
– Olá! – Ele disse.
– Olá! – Dissemos, nos levantando.
Apertamos sua mão.
– Passou tão rápido... Venham. – Ele disse, abrindo a porta e olhando sua prancheta.
Entramos e, de repente, me senti mais nervosa ainda.
– Fique tranquila. Deite-se ali e apenas suspenda a blusa. – Ele disse.
Assenti com a cabeça e engoli em seco. Fiz o que ele mandou. Alec se sentou ao meu lado, em uma cadeirinha e segurou minha mão.
– 3 meses, não? – O médico perguntou.
– Sim. – Respondi.
– Você se alimentou bem como pedi?
– Sim. – Respondi.
– Descansou?
– Sim.
– Tem se sentido cansada, como se não tivesse dormido nada?
– Não.
– Sente alguma dor?
– Não.
– Ainda nem mexeu, não é?
Balancei a cabeça, negativamente.
– O papai tem cuidado da mamãe?
– Mais do que o necessário.
– Então, tudo bem. Preparados?
Assentimos com a cabeça. Ele pegou o gel e passou em minha barriga. Ao encostar o aparelho em minha pele, gelei.
– Fique tranquila. Preciso que você relaxe. – Ele disse, apertando os botões.
Alec estava branco. Como papel. Ri. Seus dedos pareciam estar colados nos meus e vi uma gota de suor em seu rosto.
– O papai está nervoso? – O médico perguntou, sorrindo.
– É... 6 anos desde a última. – Alec disse.
O médico riu. Um som dominou toda a sala.
– O que é isso? – Perguntei.
– O coração. – Ele disse.
Meus olhos se encheram de lágrimas e os de Alec também.
– Que maravilha... Está com tamanho e peso adequados, as batidas estão normais, está saudável. – Doutor William falou.
Ele ainda passava o aparelho e apertava alguns botões. Chegou uma hora em que ele parou o aparelho. Ele cerrou as pálpebras para o monitor.
– Relaxe. – Ele disse, em um tom calmo e ainda com as pálpebras cerradas para a imagem.
Respirei fundo e soltei o ar.
– Está tudo bem? – Alec perguntou.
O doutor não respondeu. Comecei à ficar nervosa. Ele passou o aparelho devagar e o desceu um pouquinho. Depois, parou de novo. Ele sorriu para o monitor.
– Querem saber? – Ele perguntou.
Olhei para Alec e depois, assentimos com a cabeça.
– É... Uma princesa! – Ele disse, sorrindo.
Percebi que havia um rio saindo de meus olhos. Alec sorriu e encheu minhas bochechas de beijos.
– Meus parabéns! Ela está super saudável. É só continuar assim.
Eu só sabia sorrir. Todos os vestidos lindos, as sapatilhas, as bonequinhas, todo o mundo cor de rosa faria parte da minha vida à partir daquele momento. O médico desencostou o aparelho de minha pele e a imagem do monitor se apagou. Ele me deu uma toalhinha e limpei o gel, abaixando minha blusa novamente. Abracei Alec com tanta força que nem sabia como ele estava respirando naquele momento.
– Caramba... – Ele disse.
Eu ri.
– Uma princesa! – Falei.
– Nossa princesa.
Sorri. Fomos até a mesa do Doutor William e ele nos entregou as imagens.
– Continue à fazer o que estava fazendo antes: Se alimente bem, descanse, não pegue peso, não se irrite e nem fique aflita. Tente não desequilibrar tudo o que você conseguiu manter durante esses 3 meses e tudo correrá bem. – Ele disse.
– Tudo bem. Muito obrigada. – Falei, apertando sua mão.
Ele piscou pra mim. Nós nos despedimos e saímos do hospital. Parecemos dois loucos quando sairmos de lá. Alec me abraçou e girou comigo várias vezes. Fomos para o carro, sentamos e suspiramos.
– Quais vão ser as regras da sua filha? – Perguntei, rindo.
– Poucas. Só vai namorar aos 40, vai ter que andar com seguranças, nada de roupa muito curta e não quero garotos perto dela a não ser o irmão. – Ele disse.
– Resumindo: Nada de viver antes de chegar na casa dos 40.
– Tipo isso... – Ele riu.
– Mas... Falando sério... Eu estou tão feliz.
– Caitlin, não?
– Caitlin.
– Tive uma idéia.
– Qual?
– Vamos na casa dos seus pais, não é?
– Sim.
– Depois de irmos às compras.
– Oh, não. Alec... Não tem necessidade.
– É claro que tem. Vamos ver vestidos, brinquedos, o quarto,... Tudo. – Ele disse, ligando o carro.
Eu ri.
Fomos para o shopping. Entramos apenas em lojas de crianças. Compramos algumas roupinhas, Alec comprou tudo para fazer o quarto e levou muitas caixas no carro. Tudo com ursinhos de pelúcia, o berço,... Eu disse que era um exagero, mas ele queria fazer logo. Fomos para a casa dos meus pais. Percebi que os pais de Alec também estavam lá. Caminhamos até a porta e tocamos a campainha. Em menos de 5 segundos, minha mãe atendeu.
– E então? – Ela disse.
– Oi, mãe. – Falei.
– Me desculpe, entrem. – Ela disse, abrindo a porta para nós.
Estavam todos lá, sentados no sofá: Anna, Jordan, Carlson, Christopher, Jade, Andrew, meu pai, Audrey, Caleb e minha mãe se sentou ao lado dele.
– Como foi? – Anna perguntou.
Olhei para Alec e nos sentamos no sofá.
– Então... – Falei.
– Camille...
– É...
– Fala logo!
– Uma menina! – Eu e Alec falamos juntos.
Christopher, as crianças, Jordan e Anna se levantaram e fizeram uma dança da vitória.
– Sabíamos! – Eles disseram.
Todos nos abraçaram. Mostrei as fotos à eles e ficamos conversando. Alec mostrou tudo o que compramos e Christopher disse que ele ia na nossa casa no dia seguinte para ajudar no quarto.
Minha irmã ficou boba. Peguei meu telefone e postei, no Instagram, a foto de um sapatinho rosa. Meus amigos iam pirar.
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À Procura do Amor (EM REVISÃO)
RomanceEle procurava alguém que amasse seus filhos, mas aquela famosa frase veio à tona: "Mexeu com meus filhos, mexeu comigo". * PLÁGIO É CRIME! *