30. Matteo

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NOTA INICIAL: Eu sei que muitos de vocês estão pensando "que merda tá acontecendo? por que você fez isso?". Bom, primeiro que toda a história tem seu clímax e nós chegamos à ele. Essa não era a ideia inicial, eu fui amadurecendo aos poucos isso e não achei que daria muito problema (pensei que Blue ia dar mais do que ESEP hah), mas deu. Primeiro que se eles fossem irmãos eu nem colocaria eles se beijando e/ou sentindo algo um pelo outro. Segundo que Bella é realmente filha do Bianucci, isso não vai ser desmentido, porém tem muito caroço nesse angu e muita coisa vai sair do passado Bianucci-Pasini. Vai ter muito para digerir, mas vamos com calma que se eu soltar de uma vez vocês vão ficar mais "wtf" ainda.

Boa leitura!


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"Na natureza tudo que muda tão rápido causa grandes turbulências, entre amor e ódio não é diferente."


Eu não sei como foi o caminho até a sala de espera do hospital, não sei como foi o caminho até em casa, não sei nem como consegui trabalhar. Só sei que eu estava no modo automático, falando quando era perguntado e nunca mexendo no celular. Aquele aparelho parecia tóxico demais agora. 

Francesco pareceu perceber meu estado e me deixou no caixa, pelo menos ali eu poderia ter algum tipo de paz sem precisar trocar mais do que meia dúzia de palavras com cada cliente. Era só sorrir, cobrar a comanda, perguntar a forma de pagamento, agradecer a visita e pedir para voltar sempre. Pronto.

Mas por que a cena da minha avó não saía da minha cabeça?

Eu era irmão de Arabella? Como funcionava aquilo? Então uma relação entre Pasini e Bianucci não era a primeira em nossa geração? Mas que ótimo, eles esconderem isso por tempo o bastante para eu transar e amar minha própria irmã.

Dio mio, eu não conseguia sequer sentir nojo de mim mesmo.

Eu chamei o médico e perguntei se a minha avó tinha algum tipo de demência, se o coração afetou o cérebro. É lógico que eu sabia que não poderia ser, mas tinha que ter uma mínima possibilidade. Ela só podia estar alucinando!

Mas não, ela não estava sob efeito de nenhum medicamento e com certeza não tinha nenhum problema mental.

Dei um soco na caixa registradora e assustei Francesco que ajudava Dante a fechar as portas da pizzaria. Francesco fez um sinal para o irmão, que assentiu e então meu melhor amigo se aproximou.

- O que aconteceu? - Perguntou, apoiando uma mão em meu ombro.

- Eu não consigo fazer a contagem das notas do caixa. Sempre me perco. - Bufei, voltando a separar as notas uma a uma.

- Não, você me entendeu muito bem. Está assim desde que saiu do quarto de nona.

Parei a contagem das notas de imediato e me virei para ele.

- Podemos não falar disso agora? - Pedi.

- Praça depois que todos forem dormir?

- Leve o cigarro. - Murmurei.

- Então o negócio ficou mesmo sério. - Deu um tapa em meu ombro e se afastou para ajudar o irmão com as mesas.

Onde estava Luigi afinal de contas?




Depois de Francesco verificar se todos estavam dormindo, fomos até a praça. Aquele lugar agora guardaria um segredo obscuro até mesmo pra mim. Sentamos em um dos bancos - coincidentemente, o mesmo de quando Perla anunciou sua gravidez. Peguei um dos cigarros de Francesco e ele repetiu o gesto, acendendo-os e dando uma longa tragada.

Entre Segredos e PizzasOnde histórias criam vida. Descubra agora