•Chapter one-Pain•

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-Todos dias não deixam de ser normais, todos os dias eu tenho que para aquele hospício, vulgo, escola. Todos dias sofrer bullying, todo dia ter que aguentar pancadas de um “valentão”, todos dias são um desastre, eu sou caçoado por todos, tenho que ficar sozinho no intervalo, não conto pros diretores porque vai ser a mesma coisa, eles vão da uma “bronca” nos alunos que estão fazendo a coisa errada, e depois os alunos me surram, a única coisa boa na minha vida, é quando eu chego em casa, e tenho, todas minhas roupas, meias, eu amo aquilo, é o meu lugar favorito, eu amo me vestir e ver o quanto eu fico fofo naquela roupa, mas aí eu me lembro, que se minha pai descobrir, eu não vou ser tão feliz, eu vou chorar, me afogar na minhas lágrimas, eu amo meu pai, mas a homofobia que ele têm isso mexe com minha estrutura- digo a mim mesmo, enquanto estou me olhando no espelho, sangrando, as mãos deles acertaram minha boca em cheio.
Saio do banheiro depois de ter limpado o sangue, coloco uma das mãos a frente de meu rosto para não perceberem, a aula passa, e aquilo estava doendo, o caminho para casa estava quieto ninguém gritava “Olha o gay” ou “olha lá o escrotão” estava feliz por isso, vou chegar em casa e poder “largar” deste mundo, entrar em meu mundo com minhas fantasias imaginárias, minhas roupas, diferentes, entrando percebo que a porta de meu quarto estava entre aberta, olho pela frecha que tinha na porta, todas minha roupas, meias estavam rasgadas em cima da minha cama, quem fez isso?
Enquanto estava me perguntando o “por que?” sinto algo puxar meus ombros com força para trás me desequilibro, e acabo caindo, sinto uma dor enorme, logo depois sinto chutes em minhas costelas, e ouvi “eu te criei para ser homem, não ‘mariquinha’ e os chutes continuavam, eu só estava, sinto uma mão em minha gola de camisa me levantando, e alguém dizendo “isso deve ser por causa de suas amizades” já não conseguia discernir quem era que estava ali, sinto que sou solto, mas não tenho forças para levantar, então fico ali no chão grunhindo de dor.
[...]
Alguns minutos depois, percebi que minhas forças haviam voltado, acho que isso quer dizer que eu não morri, levanto e vou ao banheiro, levanto minha camisa enfrente ao banheiro, e eu estava todo roxo, toquei em um para ver se ainda doía, acabei por quase gritar de dor, desço e vejo minha Omma sentada no sofá chorando, sento ao lado dela, e ela me abraça
“Eu não consegui fazer nada, me desculpe” disse ela enquanto acariciava os meus cabelos, “você vai para um internato, seu pai não te quer mais naquela escola” Eu sinceramente quero agradecer a meu pai nesse exato momento, mas acho que se eu chegar perto dele é possível que ele quebre uma cadeira em minhas costas.
“Não foi sua culpa Omma” disse enquanto enxugava as lágrimas que escorriam pelo seu rosto “vc não podia ter feito nada Omma, meu pai iria bater em você e eu me sentiria culpado” disse para ela, e solteira dei sorriso para ela para ela ver que estou “bem”, acabo adormecendo no colo de minha Omma.
Acordo com uma dor de cabeça, olho pro local, estou no meu quarto, vejo, que tem malas na porta do quarto, provavelmente minha mãe fez elas, espero que ela esteja melhor.


Little Tears • VhopeOnde histórias criam vida. Descubra agora