Esse cheiro me incomoda, esse ar me sufoca, eu odeio cheiro de hospital odeio mais ainda quando sou obrigado a vir em um. Meu nome é Guilherme, tenho 18 anos e sim fui obrigado a vir ao médico pela minha mãe ultimamente tenho sentido umas coisas estranhas e ela achou melhor fazer uns exames, um checape geral e agora estou aqui aguardando o doutor me chamar. Enquanto isso vou me descrever como sou, moreno, cabelos bem pretos, 1,77 de altura, magro e um rosto fino, todos dizem que eu pareço um boneco, exagero.
-Guilherme Diniz.
O médico chamou, entrei na sala com a minha mãe, sim não importa a idade que eu esteja ela sempre vai entra comigo na sala do médico.
-Bom dia jovem Guilherme, bom dia dona Ivana podem se sentar, trouxeram o exame desse meninão ai?- Doutor Moretti me conhece desde que eu nasci, ele é o "médico da família"
-Trouxe sim doutor, ta tudo aqui.- Minha mãe disse e entregou os exames.
-Deixe me ver.- Doutor Moretti ficou analisando os exames por um tempo.
Eu estava tranquilo até que eu percebi a cara nada boa do doutor e sabia que dali não sairia coisa boa e já estava com um frio enorme na barriga, até que minha mãe pergunta.
-Ta tudo bem Moretti?
Ele olha meio que com pena, limpa a garganta e começa a falar.
-Não à nada mais difícil para um médico ter que da uma notícia dessa para um paciente ainda mais para o filho de amigos meu.
-Fala logo Moretti você ta me assustando assim! -Minha mãe falou e eu tava apreensivo também.
-O Guilherme está com leucemia.
Ouvir isso foi como se tivesse ganhado um tapa na cara com muita força e caído num abismo sem fim, meu mundo parou eu não tinha reação nenhuma e a frase se repetindo varias vezes na minha mente, eu só ouvia isso "O Guilherme esta com leucemia" enquanto doutor Moretti explicava para minha mãe que já estava chorando.
-A leucemia é uma doença maligna originada na medula óssea, local onde as células do sangue são produzidas. Os glóbulos brancos (leucócitos) são as células acometidas e se reproduzem de forma descontrolada, gerando os sinais e sintomas da doença...
Foi impossível não lembra das coisas feliz que eu já tinha vivido até agora, de todas as minhas conquistas,do meu namoro recente com o Daniel, me lembrei de como fiquei feliz dele me pedindo em namoro em frente a escola toda
flash back
Sempre fui um garoto calmo, meio nerd e poucos amigos era sempre passado desapercebido na escola, eu sou gay e sempre fui muito retraído, tinha minha paixão platônica pelo Daniel o garoto mais lindo da escola e mais hétero. Ele nunca me notou, até que um dia eu saindo da escola fui assaltado por dois caras que acabaram me batendo e eu fiquei jogado no chão Daniel veio passando me viu e me socorreu na hora que nossos olhos se cruzaram ficamos nos olhando fixamente naquela hora eu acho que ele podia ver minha alma da maneira profunda que ele me olhou ele me socorreu e a partir desse dia começamos a ficar amigos e foi numa tarde vendo filme na casa dele que ele me deu o primeiro beijo e naquele dia eu conheci um pedacinho do seu, ele me confessou que tinha se apaixonado por mim, meses se passaram em uma tarde no horário da saída percebi uma aglomeração no meio do pátio, desci pra ver o que era e quando cheguei lá tinha um coração feito com pétalas de rosas com a nossa inicial no meio e ele ajoelhado atrás com um anel, foi impossível não chorar de tanta felicidade com aquela cena.
-Meu pingo de leite eu não vejo mais graça na minha vida se não tiver você, tudo que eu penso tem você no meio e se não tiver, não tem graça e por isso eu to aqui pra demonstrar todo meu amor por você, eu sei que ainda é pouco você merece muito mais mas foi a forma mais simples e romântica de dizer que te amo e que quero você no meu lado pra sempre, você aceita a namorar comigo Guilherme Diniz?
-Eu to sem palavras, e tudo que eu consigo dizer é que eu quero você na minha vida pra sempre e que é claro que eu aceito namorar com você meu Aladdin.
O Daniel é muito parecido com o Aladdin, e diante dessa cena toda demos um beijo na frente de todos e fomos aplaudidos.
End of flash back
-Tem cura?- Eu perguntei rispidamente.
-A gente pode tentar controlar ela...
-EU PERGUNTEI SE TEM CURA.- Eu disse um pouco mais alto assustando um pouco a minha mãe.
-Não.
Mais uma porrada.
-A gente pode controlar fazendo o tratamento correto.-Enquanto doutor Moretti falava me levantei e sai da sala.
-Guilhermeee!!- Minha mãe me gritou.
Eu tava com pena da minha mãe e deveria ter voltado mas eu precisava ficar sozinho e pensar em tudo que tava acontecendo, no meu castelo que aos poucos tava começando a desmoronar. Sai da li e fui pra um lugar que sempre que me sentia mal e precisava pensar, fui para um monte que dava pra ver as principais praias do Rio de Janeiro, me sentei no gramado e fiquei olhando lá pra baixo, o monte era bastante alto e tava um lindo dia de sol e a imagem tava linda eu tava começando a me reorganizar quando meu celular toca, olhei pra tela, e era o Daniel, eu não sabia como contar pra ele e na certa ele terminaria comigo e eu super entendo ele, é muito difícil cuidar de uma pessoa com câncer. Eu não queria perder o Daniel mas também não podia prende-lo e olhando aquela paisagem tive uma ideia pra acabar com tudo isso.
VOCÊ ESTÁ LENDO
-Amores Distantes
RandomConstruímos nossos destinos desde que nascemos, fazemos nossas próprias escolhas, construímos uma caminho para nós trilharmos mas a vida nunca vai ser justa completamente e no fim ela sempre da uma porrada no nosso ego com ás piores armas que ela...