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Lissa POV

Acordei com meu celular tocando/gritando Just Saying. Minha vontade era de jogá-lo na parede e voltar a dormir, mas era provavelmente algo importante. Tateei a mesinha ao lado da minha cama em busca do celular, quando o achei peguei e atendi.

– Bom dia, luz do dia – disse a voz do outro lado da linha.

– O que você quer, Clary? – respondi de mau humor.

– Grossa.

– Não me culpe, culpe a TPM.

– Isso não é TPM, é SDA – ela disse.

– Que?

– Saudades do Ashton.

– Essa conversa de novo não – eu disse sem paciência. – Você tá pior que a minha mãe.

– Viu até sua mãe concorda comigo – ela disse rindo.

– Concorda tanto que até descobriu o que OTP significa.

– Sua mãe me assusta. Anyway, você não pode se trancar no quarto todo dia e dormir o dia todo e depois passar a noite acordada vendo os vídeos dele.

– Eu não tô...

– Nem tenta mentir, eu liguei pra sua mãe – ela me interrompeu.

– Olha, eu tô bem, sério mesmo – eu insisti. – Hoje vou sair com a Joyce e os amigos dela e enquanto isso você aproveita sua viagem com o Michael. Por falar nisso, onde vocês estão agora?

– Em algum lugar do Chile, estamos meio perdidos e nenhum de nós dois consegue entender o povo aqui.

– Nisso que dá não prestar atenção na aula de espanhol – eu disse rindo. – Boa sorte e não morram de fome.

– Tenha uma boa festa hoje e não deixe a Joyce te embebedar.

– Pode deixar – disse antes de encerrar a ligação.

Olhei as horas e me espantei ao perceber que já passava das sete horas da noite. Levantei-me com um pulo e fui me arrumar.

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– Eu não quero te ouvir choramingando por causa de um garoto. Olha a quantidade de caras lindos aqui – minha amiga disse olhando os homens da festa. – Um deles vai te ajudar a superar esse Austin.

– Pela milésima vez, Joyce, é Ashton e eu não quero ficar com ninguém. Eu só tô aqui porque a Clary e minha mãe estão de complô pra me fazer sair de casa.

– Você era muito mais legal antes desse garoto aparecer na sua vida – ela disse dando um gole na sua bebida. – De toda forma, você tem que se divertir um pouco, bebe alguma coisa ou vai dançar. Só não fica parada no canto com cara de quem morreu.

– Tudo bem.

Joyce saiu em direção a um grupo de ex-colegas de escola. Eu conhecia boa parte das pessoas naquela festa, mas não queria conversar com ninguém. Após alguns minutos, eu apenas desisti, peguei uma bebida e fui para o jardim dos fundos para ficar sozinha. Minha paz durou por cinco ótimos minutos, até que eu escutei passos vindo em minha direção.

– Sabe, Lissa, você não deveria se esconder aqui quando tem tanta gente que não te vê há muito tempo lá dentro.

– Se eles se importassem teriam vindo atrás de mim, Daniel – eu disse rolando os olhos.

– Por isso eu vim.

– Você não se importa e não finja que sim, eu te conheço.

– Quebre o coração de uma garota e ela nunca irá te perdoar – ele disse com a visão focada nas pessoas da festa. – Olha, eu admito que fiz muitas burradas quando estávamos juntos, mas isso ficou no passado. É hora de superar.

– Admiro que você tenha coragem de falar que errou, mas isso não muda nada entre nós.

– Tudo bem, então me deixa apenas te levar pra casa – ele disse por fim – Eu sei que é isso que você quer mesmo.

– Vou aceitar, mas só porque minha mãe me proibiu de ligar pra ela antes das onze.

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A viagem de carro foi silenciosa, graças a Deus. Minha situação com Daniel era um tanto complicada. Nós dois namoramos por alguns meses há dois anos, depois ele terminou comigo. Nosso relacionamento inteiro foi uma merda, mas eu gostava dele demais pra terminar então em um belo dia ele me deu um chute. Como dizem: o primeiro coração partido a gente nunca esquece.

– Chegamos – ele anunciou quando estacionou em frente a minha casa.

– Obrigada pela carona.

– Tudo pela minha garota.

– Daniel, eu não sou sua garota – eu disse irritada. – Você me chutou dois anos atrás.

– Sim, mas eu era um idiota.

– Então você continua sendo, as pessoas não mudam.

– Você e essa sua teoria idiota – ele disse com um pequeno riso.

– Ela me salva de querer voltar com idiotas como você.

– Lis...

– Não me chame de Lis – eu o cortei imediatamente.

– Lissa, eu sinto muito pelo o que eu fiz, por tudo.

– Eu não me importo mais com o que você fez há muito tempo – eu disse dando ombros.

– Então porque não podemos tentar de novo?

– Daniel, eu não dou segundas chances – eu disse já nervosa. – Eu te disse isso no dia que começamos a namorar, você fodeu com tudo e eu não vou voltar atrás.

Eu saí nervosa do carro. Daniel murmurava alguns palavrões que eu estava grata por não conseguir escutar. Entrei em casa e me tranquei no meu quarto, como de costume. Andei de um lado para o outro, indecisa até que finalmente decidi voltar atrás. Peguei meu celular e disquei um número que, tanto meus dedos quanto meu coração, conhecia muito bem.

Always By Your Side // 5SOS (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora