"No primeiro aniversário da Eleanor ao meu lado, eu sai com minha mãe para comprar algo para a Eleanor, e meu gosto sempre foi bem peculiar. Minha mãe queria levar um tênis no qual ela tinha certeza que Eleanor iria gostar, eu impliquei com o sapato por achar horrível e decidi comprar um suéter azul com algumas manchinhas rosas, como era de se imaginar, Eleanor odiou meu presente e infelizmente não soube disfarçar (realmente o suéter não fazia a cara dela). Desde aquele dia em diante, nós dois decidimos que seria melhor fazermos o presente a próprio punho, sem ter que gastar muito."
Estou no meu quarto tem mais ou menos uns dois dias tentando fazer um presente perfeito para a Eleanor, ela já está completando seus dezesseis e ainda mantemos nossa promessa acesa. Por fim decido fazer uma caixa explosiva, daquelas que é cheia de tutorial na internet, sinto que hoje é a data perfeita para pedir a Eleanor em namoro, já tem quase sete meses que a gente só fica, eu nunca criei coragem o suficiente para dar tal passo. Fiz a caixa, colei três fotos em cada extremidade do cubo e na quarta extremidade colei um papel escrito "Você quer ser minha namorada?" e dentro da caixa coloquei vários bombons e claro, um saquinho pequeno com pó de café e alguns vales do Starbucks. Com tudo pronto decido me vestir e ir para a casa dela, sou pego de surpresa no meio do caminho.
-Vem-ela me puxa forte para trás da casa
-Que foi Eleanor?- a olho tenso, tentando disfarçar o nervosismo
-Louis, eu tenho que te mostrar uma coisa- os olhos estavam cheios de lágrimas, ela estava tremendo demais e olhando para mim por busca de resposta
-O que...- eu ia perguntar o que havia acontecido mas ela me interrompe
-Louis, você tem medo de mim?- ela me olha aflita e logo depois olha para os lados, tentando ver se tem alguém nos escutando, eu fiquei intacto, ela me pegou totalmente de surpresa com essa pergunta - tem Louis? - ela olha no fundo dos meus olhos, implorando pela minha resposta, eu apenas faço sinal negativo com a cabeça, ela sorri aliviada - Então vem, tenho que te mostrar uma coisa - ela vai andando para a imensidão do jardim de sua casa, que se estendia até uma imensa floresta que cerca nosso condomínio. Ali onde ninguém vai, a chamada "Floresta Maldita". Por que? Bom, vou te explicar. Logo depois que a família de Eleanor se mudou para cá, diariamente ouviam-se gritos de homens vindo daquela floresta, todos chegaram a suspeitar da minha nova vizinha, mas quando seu pai se tornou prefeito de Londres, todos eliminaram suas suspeitas, mas o que mais nos assustava era que dias antes dos gritos, pessoas desapareciam e logo apareciam mortas em outra cidade, chamamos a polícia milhões de vezes para ver o que era, mas ninguém nunca achava nada por ali.
Enquanto eu e Eleanor andávamos, eu tentava decifrar o que ela tinha para me mostrar, talvez estivesse exatamente me levando para lá para mostrar que não há nada demais e não tenho ao que temer ou talvez queria apenas ficar sozinha comigo. No caminho tive muito tempo pra pensar, em voltar (talvez), na Eleanor, na minha mãe e na escola, o que me recordava momentos e pessoas horríveis, como Jake, um filho da puta que enfia minha cabeça na privada desde o sétimo ano do fundamental. Ele é secretamente apaixonado pela Eleanor, e desde que soube que eu e Eleanor tínhamos um caso, começaram outras agressões físicas e também verbais.
-Se eu pudesse matá-lo...-eu falo em voz baixa olhando para a caixinha que ainda não dei a Eleanor
-Oi? - ela me olha sorrindo de lado e depois para a caixinha - O que é isso? - aponta pra caixa
-É pra você - eu estico o braço a dando - mas só abra quando chegar em casa - sorrio tímido e continuo meu silêncio, Eleanor apenas me olha e sorri como criança
Procuro pensar em coisas positivas e acabo saindo da Terra, dando uma volta em Júpiter, Marte e tocando as estrelas. Quando eu estava chegando perto demais do sol, Eleanor me tira dos meus devaneios para me mostrar aquilo. Eu quase não acredito, estou tremendo e acho que a qualquer momento vou desmaiar, ela já havia me contado do que era capaz, mas eu nunca quis acreditar. Isso... Isso é demais pra mim.
Claro que eu sabia que ela desejava fazer isso, mas nunca pensei que ela realmente o faria.
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she is the devil
DragosteEle sempre soube o que ela poderia fazer, afinal, é vizinho dela há anos, mas se envolveu demais com quem pouco conhecia, observá-la pela janela de seu quarto por um determinado período de tempo não era o suficiente para saber quem realmente ela é...