Algumas boas intenções

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Rápido demais para a liberdade

Às vezes tudo cai por terra

Estas correntes nunca a deixam

Eu fico arrastando-as

– Florence + The Machine


Na Mansão Montgomery existiam algumas coisas que eram estritamente proibidas de serem comentadas em qualquer situação. Isabelle obviamente não sabia quais eram, mas poderia chutar que o passado de Maia e as queimaduras de Simon eram alguns dos tabus. Ela ficou contente em descobrir, no entanto, que sua experiência na casa dos pais também tinha entrado na lista de assuntos proibidos.

Ela sabia que os funcionários sabiam que algo sério tinha acontecido: ela tinha voltado ao nascer do Sol, um dia após ter ido, os três que ocupavam a carruagem estavam machucados e Isabelle era a representação do desolamento quando voltou. Maia foi quem lhe ajudara com os curativos depois de cuidar de Jordan primeiro, a pedido dela mesma. Os machucados físicos de Isabelle não eram tão importantes quanto o do segurança.

Isabelle também sabia que Maia tinha uma noção do que acontecera, Jordan com certeza tinha lhe contado pelo menos por alto, ele se importava e confiava demais na dama de companhia. E uma vez que Maia sabia, é claro que Simon também saberia. A Lightwood descobriu, no entanto, que não se importava. Que todos soubessem, que ninguém soubesse, contanto que ninguém perturbasse a ela ou ao irmão, ela estava feliz

Felizmente, a mansão era um bom lugar para se morar.

Isabelle não poderia estar mais feliz por Maxwell. Foram dias foram rápidos e agitados, todos ali estavam tentando se acostumar com a nova rotina de ter uma criança em casa. Maxwell sempre fora uma criança calma e contida, como toda criança Lightwood tinha que ser; por isso, no primeiro dia, Maxwell chamou todos por "senhor" e "senhora", não se manifestava até que fosse incluído na conversa e parecia apavorado por estar em um ambiente desconhecido.

Isabelle não sabia direito o que fazer, mas não precisou agir em nada. Foi Simon quem conseguira quebrar o gelo.

― Lorde Montgomery, poderia me passar a carne, por favor? ― ele pediu baixinho.

Simon segurou o sorriso e passou:

― Aqui está, Sr. Lightwood.

O olhar de Maxwell se iluminou e Isabelle prendeu a risada. O Lightwood mais novo estava acostumado a ser tratado como "moleque" ou "menino" nos melhores dias. Era uma avanço enorme.

― Pode me chamar de Max ― ele disse, a voz muito mais projetada que antes ― É assim que Isabelle me chama.

― Tudo bem ― Simon concordou ― Apenas se de agora em diante me chamar de Simon.

Depois disso, Maxwell mudou da água para o vinho. Ele corria pela casa, brincava com os funcionários, sempre estava atrás do lorde e, apesar de Isabelle repreendê-lo por atrapalhar o noivo, Simon parecia ter rejuvenescido e agora exibia a juventude que tinha, sem o peso de ter um título de poder.

De alguma maneira, eles tinham se tornado amigos. Maxwell agia quase como se Simon fosse o novo Alexander.

Nas manhãs frescas, quando Isabelle se sentava nas cadeiras da varanda, admirava seu jardim ainda coberto de orvalho e os funcionários andando de um lado para o outro já cuidando de suas tarefas matutinas. Era o único momento que a jovem fazia questão de ficar sozinha, por isso trazia a cesta cheia de linhas e agulhas e fingia bordar por algumas horas, antes de Maia vir procurar por ela.

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