CAPÍTULO X
Michael- Uma loja de roupas!!! - Brook pareceu animada em dizer isso. - Não aguento mais esses moletons sem graça! - Embora concordasse com ela, não queria passar meu tempo comprando roupas.
- Um parque, talvez? – Ally opinou
- Parque? – Na boa, tudo o que eu mais queria era ficar um pouco longe de árvores e de pernilongos irritantes. Jack pegou o folheto de minha mão e começou a folear.
- No catálogo tem dois museus. O Museu de Artes e o Museu de Ciências Naturais.
- Ciências Naturais!!! – A loirinha disse. Ela poderia ser linda e gostosa, mas por que insistia em nos levar para o meio do mato?
- Por mim tudo bem. – Allyson concordou.
- Então temos um veredito.
Não acredito que eles vão me arrastar pra chatice de um Museu de Ciências.
Para variar, ignoraram todos os meus argumentos ótimos do porque não ficar ouvindo uma velha chata falando do quão legal foi a empolgante vida dos dinossauros. Mike ignorado com sucesso! Infelizmente não tinha muito o que fazer, então apenas os segui.
Por sorte, estávamos perto do local. Só andamos alguns quarteirões e então chegamos a gigante área de conhecimento.
Seguimos pela rua até chegarmos à outra calçada. Na entrada havia uma cabine de vidro com uma moça vestindo um uniforme preto e vermelho engraçado.
- Boa tarde – Ela diz sorridente. – Quantas entradas?
- Quatro.
Quis tanto corrigir a fala de Jackson para "Três", mas preferi não provocar ninguém. Estava de bom humor.
- Entradas para o Museu, IMAX ou Planetário?
- Oh... Eh... – Ele se vira para nós. – O que vocês preferem?
- Morrer. – Digo dramático.
- Senhor, – A funcionária do local chama a atenção de Jack para si. – Temos os pacotes também. O Museu + IMAX, O Museu + Planetário ou o Museu + IMAX + Planetário.
- Quanto sai esse último?
- U$ 31,00 para cada um.
- Tudo bem. Quatro entradas, por favor. – Mike ignorado com sucesso.
Ela digita alguma coisa no computador, imprime quatro entradas e Jack paga com o dinheiro que tinha em sua mochila.
- Obrigada, tenham um bom dia.
E logo já estávamos dentro do Museu de Chatices Naturais.
A gatinha loira ainda estava abalada por ter perdido sua amiguinha sem graça, mas parecia distraída e maravilhada com o que via. A Srta. Arrogância compartilhava dos mesmos sentimentos que ela e o Sr. Estupidez as seguia observador.
Durante um bom tempo segui atrás deles em passos curtos, me alegrando a cada momento com as maravilhosas coisas que tinham naquele gigante mundo de conhecimento. Que lugar tedioso. Meu Deus. Ficar parado na rua esperando Noah seria mais empolgante que aquilo.
As meninas quiseram seguir para a exposição dos dinossauros. Me pergunto, por que? Se eu quisesse ver osso eu comprava um frango, comia e empilhava os restos no prato.
A sala era grande, e até que bem bonita, mas ainda assim me fazia querer deitar ali mesmo no chão e dormir. E como o esperado, à direita se via ossos, à frente mais ossos e à esquerda, adivinha só? Ossos! Eu estava na Ossolândia.
- Coitadinho desses pobres animais. – Brook diz olhando os fósseis. – Deve ter sido horrível morrer com a queda de um meteoro. Não dá nem pra imaginar o quão doloroso foi.
- Acho que foi uma morte rápida, o impacto, o fogo e tudo mais. – Ally diz.
- Ah, vamos perguntar pra Chloe. – Tentei me segurar, mas foi uma ótima piada. Ri alto.
Aparentemente eu fui o único a achar isso. A alegria no rosto da loirinha sumiu gradativamente e sua cabeça pendeu devagar. Se Allyson tivesse a habilidade de soltar balas pelos olhos eu teria morrido metralhado naquele mesmo instante.
- O que foi? – Digo em defesa. – Qual é, foi só uma brincadeirinha.
- E que brincadeirinha, em? – Jackson diz sarcástico.
- Vão se ferrar! Não tem senso de humor.
- E você tem algum senso pelo menos? – Aquele idiota já estava começando a me irritar. Ele veio todo autoritário e atacante em minha direção. – Brook acaba de perder uma amiga querida e você está aí fazendo piadinha com o luto dela?
- Ah, qual é. A garota conhecia ela a o que? Dois dias? Eram super amigas, em! – Não era minha intenção ofender a loirinha, mas acho que não me dei muito bem nessa.
- Michael! Chega! Já estou cansado de sua arrogância, seu cretino!
- Aah, agora o Sr. Estupidez está querendo dar uma de macho alfa?
- Vai dar uma volta, Michael.
- E se eu não quiser?
- Sai daqui!
- Meninos, – Brook diz. – Está tudo bem. Mike só estava brincando.
- Então acho melhor a criança ir brincar em outro lugar, por enquanto.
- Você me chamou de que? – Me aproximo dele e o empurro no peito.
- Michael, eu não quero encrenca. Só estou falando pra você dar uma volta.
- Vai se ferrar Jackson! – Soquei seu rosto.
- MICHAEL! – Ouço a loirinha me advertir.
Eu e Jackson não brigamos, apenas nos estranhamos por um curto minuto até os guardas do local se aproximarem.
- EI! EI! EI! EI! EI! – Um homem se põe em nosso meio enquanto outros dois seguram a mim e ao moleque estúpido a minha frente. – PAREM GAROTOS!
Por fim os seguranças conseguem nos separar.
- O que estão fazendo? Este é um lugar público, para famílias. Não um ringue de luta livre.
- Desculpe, senhor. – Jackson disse. Aquele garoto além de irritante ainda era cínico. – Não era minha intenção fazer isso. Meu amigo ali se alterou.
- Agora quer jogar a culpa pra cima de mim? – Tento me soltar do guarda que me segurava, mas não consegui.
- EI! ei! – O oficial que estava entre nós pôs a mão em meu ombro tentando me acalmar. – Relaxa ai estressadinho. Qual seu nome?
- Michael.
- Então Senhor Michael, vou ter que pedir que se retire.
- O QUE? EU NÃO FIZ NADA!
- Saia! – Imediatamente o homem que estava me segurando se virou e me empurrou. – Não precisa voltar mais, Sr. Michael.
Que ódio daqueles filhos da mãe!
- Ainda não acabamos Jackson. – Digo andando de costas e abrindo os braços desafiador. Cuspo no chão em sinal de desprezo e sigo meu caminho até a saída do local.
Para ter certeza de minha retirada, dois guardas me escoltam até a porta.
- Obrigado pelo passeio, senhores. – Digo saindo do Museu enquanto eles param na entrada.
Infelizmente ainda tinha que esperar as dondocas saírem daquela merda para continuarmos a viagem. E aonde será que o imprestável do Noah se meteu?
Segui para trás do prédio. Era apenas uma área vazia, com alguns latões de lixo cheios encostados na parede.
Eu estava irado, furioso! Não acredito que aqueles filhos da...
- AAHHRRG!!! – Chuto uma lixeira pequena que tinha no local, fazendo-a voar longe e espalhar o lixo pelo chão.
O céu escureceu misteriosamente. As nuvens claras e brancas cobriram o sol quente e se tornaram escuras. Alguns relâmpagos soaram no ar, mas nada de mais aconteceu.
Me agachei, deixando meu peso sobre as pontas de meus pés e levei os punhos fechados até o rosto apoiando os cotovelos aos joelhos. Acabo abrindo as mãos rentes à testa e entrelaçando os dedos a meus cabelos.
-AAAAAAAAAAHHHHHHHHHRRRRRRRRRGGGGGGGGGGGG!!! – Grito de novo, ao mesmo tempo em que outro relâmpago forte soa no ar.
- Quer saber? – Digo pra mim mesmo. – Dane-se!
Saio em passos largos e pesados em direção ao primeiro bar que eu achar. Não demorou muito até encontrar um.
Num letreiro grande lia-se "Southside Bar | Kitchen" o local era iluminado com várias luzinhas e parecia ser o lugar perfeito para deixar os problemas de lado. Na porta de entrada havia um letreiro luminoso em cima, com os números "3014" e outro ao lado escrito "Open". Entrei e fui direto para o balcão.
- O que vai querer? – A voz rouca e grossa de um velho homem loiro e barbudo se dirigiu a mim.
- Vodka.
Ele não demorou muito e logo já havia um copo de vidro com gelo à minha frente. O homem virou a garrafa e encheu o copo.
A bebida desceu rasgando pela minha garganta. Mas o estranho é que aquilo era familiar. Particularmente não me lembro de algum dia já ter tomado aquilo, mas até mesmo o gosto me era familiar. E cara... que gosto!
Depois de três copos cheios daquele, o homem começou a questionar se eu realmente ia pagar por aquilo, então fui obrigado a dar um pouco do dinheiro. Depois disso o tempo seguiu seu rumo. As pessoas iam e vinham do estabelecimento, uma música não muito boa, mas ainda assim audível tocava no local. Eu apenas fiquei sentado no meu lugar, debruçado sobre o balcão e bebendo um pouco.
Acho que minha resistência alcoólica era bem alta, estava me sentindo ótimo ainda.
Vodka, Whiskey, Absinto, Tequila, Vodka Balkan e daí em diante eu já perdi as contas.
- Mais um! – Disse depois de virar um copo e bate-lo no balcão.
- Eu acho que já deu por hoje, amigo.
- O que?
- Você já bebeu demais.
Sorrio pra ele.
- Já entendi – Digo entre uma risada. – Você quer mais um pouco de grana, não é? – Pego um pouco mais de dinheiro no bolso da mochila que carregava e ponho no balcão.
- O dinheiro eu quero mesmo cara, mas é bom que não vá para casa dirigindo.
Rio da cara dele.
- Como seu eu tivesse um carro. Vamos! Enche ai! – Indico o copo.
Eu estava me sentindo muito bem. Estava mais calmo, eu precisava mesmo de um tempo. Nem lembro mais o porquê eu e Jack havíamos brigado.
- Michael? – Ouço uma voz conhecida. – Michael!
- Ah, graças a Deus! – Outra pessoa diz.
Viro-me para ver quem me chamava.
- Jack! – Era meu companheiro. Tento me levantar, mas a gravidade brinca comigo. Teria ido de cara no chão se ele não me segurasse. – Meu caro amigo, Jack! – Me apoio em seu ombro. – Como vocês estão?
- Está querendo matar a gente? – A loirinha gostosa diz autoritária.
- Calma, amor, eu estava o tempo todo aqui. – Sorrio. – Não fui pra longe.
- Quando Allyson opinou que você estaria enfiado em algum bar enchendo a cara, eu não quis acreditar. Mas para variar, você mostrou que não era o que eu esperava de você mesmo. – Jack diz me arrumando em seus braços.
- Ah, vai. Eu estou ótimo!
- Você não está nem conseguindo ficar em pé sozinho, Michael.
- Você fede. – A ruivinha diz com os braços cruzados.
- E você tem peitos pequenos, e eu não fico jogando isso na sua cara. – Brinco com ela.
- Eu não tenho peitos pequenos! – Ela pareceu indignada.
- Não? – Me fiz de desentendido, embora soubesse que ela tinha razão. – Me desculpe então, só acredito tocando. Posso?
- Mike! – A loirinha me repreende.
- O que? – Aquilo era muito engraçado. Era tão bom gargalhar.
Ouço um barulho de celular tocando.
- Oh Jack, acho que tem alguma coisa vibrando na sua calça em. – Rio um pouco mais com essa piada. Eu era o melhor. Alguém traz um mito pra esse Oscar que eu sou. Por favor.
Ele me senta de novo no banco perto da bancada e atende o celular.
- Alô. – A ruiva se distanciou com ele.
Apoio o cotovelo e jogo a cabeça para trás. Opa! Ainda tem bebida. Pego o copo cheio e o viro.
- Mike – Brook pega o copo de minha mão depois que eu tomo. – Já chega! Você já esta muito alterado.
- Eu? – Rio da cara dela. – Eu estou ótimo! Você que precisa se uma dose. OH AMIGO! – Chamo o barman. – Traz uma tequila pra gatinha aqui.
- O que? – ela diz.
Ele se aproxima com o copo e a garrafa na mão e já o enche.
- Ah, não Senhor! Não... – Ela tentou recusar, mas o homem já havia posto o copo na sua frente.
- Vai! – Incentivo-a – Vira essa.
- Não Mike! Eu não quero.
- Vai – Rio. – Você vai gostar.
- Michael, por favor.
- Não vai beber?
- Não
- Então eu vou. – Pego o copo e viro.
- Mike!!! Chega!!! – Ela pegou o copo e o pôs longe de mim.
- Para de ser estraga prazeres!
- Noah está a caminho. – Jack diz se aproximando. – Você bebeu mais?
- Quem? Eu? – Rio dele. – Não.
- Bebeu. – A gatinha me entregou.
- Shhhiiii! Era segredo. – Ponho o indicador em seus lábios fazendo-a fechar a boca.
- Michael, qual é? – Ally tenta me repreender.
- Sabe o que vocês precisam? – Eles ficam quietos. - Sabem? – Rio da cara de bobões deles. Eles eram engraçados. – Você sabe? – Pergunto para Brook.
- Não, Mike.
- E você? – digo à Ally.
Ela suspira e cruza os braços.
- Não, não sei.
- E você? – Aponto na cara de Jack. Ele bate em minha mão jogando-a para o lado.
- Eu preciso que você cale a boca.
- Não! Errou! Vocês precisam de bebidas. Cadê meu amigo barbudo? – Procuro o Barman. – OH BARBUDO? – O grito.
- Michael, chega. – Jack tenta me impedir, mas o cara aparece.
- Olha aí ele. – Rio um pouco. – Fala sério, ele parece o George Clooney, não? Só que com a barba maior. – Rio um pouco mais de meus pensamentos. – Traz umas bebidas pros meus amigos aqui, por minha conta.
- Não! Não queremos nada. – Jack diz.
- Qual é? Eu que vou pagar.
- Obrigado senhor. – Ele dispensa o Sr. Clooney. – É você vai pagar com o dinheiro que deveria estar sendo guardado para emergências.
- O que de ruim pode acontecer?
- Se esqueceu de que existe um exército de autômatos querendo nossas cabeças?
- É só apertar o botão de desligar e estamos ótimos. – Rio de meu trocadilho.
- Cadê ele? – Noah entra pela porta. – Ah, Achei.
- Noah!!! Se juntou para a festa!
- Não! E você já está saindo dela.
- O que? – Me entristeço. – Não! Acabei de chegar!
- Vamos! – Ele passa meu braço esquerdo por trás de seu pescoço e Jack faz o mesmo com o braço direito.
Fui contra minha vontade arrastado para fora do bar. Poxa, eles não me deixaram nem tomar o copo da sorte.
- Eu dirijo! – Me ofereço.
- Só por cima do meu cadáver. – Ele abre a porta traseira do carro
Depois deles terem me colocado no banco de trás as meninas saem do bar.
- Pagamos a conta. – Ally diz colocando as mochilas no porta malas, depois abre a porta do outro lado e entra no veículo.
- Você é uma fofa, sabia? – Brinco com a cara dela.
- E você um cretino.
- Obrigado. – Sorrio simpático pelo elogio.
Eu estava sentado atrás do banco do motorista, Ally ao meu lado e logo em seguida, na outra janela, Jackson. A gostosona foi sentada na frente, no banco do passageiro e Noah no volante.
Ainda não tinha percebido, mas já estava de noite.
- Bom, estão todos aqui? – Noah pergunta.
- Sim, Senhor Capitão! – Respondo.
- Então vamos. – Ele dá a partida no carro e então saímos em direção ao fim do mundo.
Seguimos em silêncio por um tempo.
- Quanto tempo daqui até Nebraska? – Jackson perguntou.
- De acordo com o GPS, evitando as obras no caminho, 6h30min.
- Uooou – Digo impressionado. – dá pra tirar uns belos cochilos.
- Então por que não faz isso? – Disse a ruivinha do meu lado.
- Calma pequena Ally. Ainda está brava pelo que disse de seus peitos?
- Só cala a boca Mike!
- Okay, Okay, pelo menos dá pra colocar uma música? – Pergunto.
- Claro. – Noah liga o rádio.
A música que começou a tocar era calma e lenta e cá entre nós, era uma bosta.
- Não tem nenhuma estação melhor?
- Não! Deixa nessa. Por favor. – A loirinha insistiu. Ela podia ser gata, mas tinha um péssimo gosto musical.
- Tanto faz. – Bocejo. – Acho que vou dar um tempo.
- Graças a Deus. – Allyson diz.
- Como?
- Nada não, Mike. Boa noite.
- Boa noite. – Respondo já quase dormindo.
Caramba, fazia tempo que não me sentia cansado assim. Apoiei minha cabeça no vidro do carro, ignorando a tremedeira e acabei adormecendo.
Boa noite, Mike.
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Sensitive - Iniciados
Bilim Kurgu"Dizem que existem pessoas que não estão nesse mundo por acaso. Que algumas nascem diferentes pra fazer a diferença, e por mais que tentem esconder-se, o universo da um jeito de revela-los. São esses são os chamados "escolhidos". Após uma nova ordem...