Prólogo

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Tudo começou no Jardim de infância, era a volta dos alunos depois das férias de verão e eu o ví la, o aluno novo quietinho no seu canto brincando com seus carrinhos enquanto as crianças se matavam correndo para lá e para cá para serem os primeiros a pegarem os brinquedos mais legais da caixa de brinquedos da escola. Vi ele naquele canto se divertindo sozinho e achei quilo tudo muito engraçado, desde a primeira vez achei ele diferente e então resolvi me juntar a ele.

— O que você faz ai sozinho? Vem brincar com a gente. — E então ele me olhou de canto e disse:

— Eu até iria, mas os meus brinquedos são muito mais legais.

— Hey, isso não foi algo muito bonito de se dizer, tem brinquedos legais também aqui e você poderia dividir os seus com a gente. – Ele olha dos carrinhos dele para mim e depois para os carrinhos dele de novo 

– Meus carrinhos são novos, só vou se você me prometer que ninguém irá quebrá-los. – me lembro de ter dado risada daquela preocupação dele com seu brinquedo, porém prometi de mindinho que cuidaria dos carrinhos dele feito minha vida.

  – Tudo bem, então eu vou, mas antes como você se chama? - ele pergunta já se levantando do seu cantinho e indo em direção ao grupo de crianças.

   – Elizabeth e você?

– Dilan.  

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Nunca fui de excluir as pessoas , sempre que chegava alguém novo na escola eu era a primeira a puxar assunto justamente porque eu sabia como era horrível ser " o aluno novo" e foi exatamente isso que eu fiz com o Dilan e então desde aquele dia nós nunca mais nos separamos, em toda a escola que ele se matriculava eu me matriculava junto, lembro que sempre pedíamos para cair na mesma sala, no ensino fundamental as crianças nos perguntavam se eramos irmãos e lembro de olharmos um para a cara do outro e respondermos que sim, porém conforme fomos crescendo esse meu sentimento por ele foi começando a tomar outra forma e hoje no colegial nos perguntam se somos namorados, nos ainda nos entre olhamos só que a resposta que sai da boca dele  ainda é a mesma " não, ela é minha irmã" e eu nunca pensei que essa frase um dia iria me machucar tanto. Que sentimento ruim querer ter o que nunca vai poder ser seu, já deixei de dormir incontáveis noites pensando em como seria se esse meu era uma vez que eu invento todas as noite realmente acontecesse, porém não é porque o céu está nublado que as estrelas morreram não é mesmo? Pelo menos é o que eu escuto por ai e é esse pensamento que me ajuda a levantar todas as manhãs para viver mais um dia inteiro lotado dos meus faz de conta.

Meu faz de contaWhere stories live. Discover now