Soul Criminal [Justin Bieber Fanfic]

Capítulo 16 - Heartbroken

Meu corpo todo doía, sentia meu rosto dormente, passei os dedos delicadamente por cima e senti as maçãs um pouco elevadas, provavelmente estava com o rosto todo inchado devido aos tapas que recebi de Justin. Abri os olhos com um pouco de dificuldade, o quarto estava todo escuro mas via das poucas brechas das persianas da janela os raios de Sol. Eu reconhecia aquele quarto, até de olhos fechados. Eu estava no quarto dele, na cama dele.

Respirei fundo sentindo o choro engasgado na garganta. Meus olhos ardiam devido às lágrimas que se formavam, eu me recusava a relembrar da noite passada mas era impossível, toda vez que eu piscava vários flashs invadiam o meu consciente. Senti minhas bochechas molhadas e sabia que estava chorando novamente. Agora eu só queria o colo do meu pai me dizendo que tudo ficaria bem, me dizendo que nada mais aconteceria comigo pois eu estaria segura. Eu só queria o abraço dele, a voz dele me acalmando, o toque dele afagando meus cabelos e aquele sentimento de segurança que só ele conseguia transmitir. Eu queria minha casa, minha família de volta, minha vida antiga de volta. Eu queria apenas a minha vidinha pacata com um futuro incerto de volta, eu não sabia o quanto tinha sorte e era feliz naquela época. Deixei um soluço um tanto alto escapar da minha boca e suspirei logo depois. Sentia meu estômago revirar só de lembrar o que aconteceu comigo ontem. Da surra, dos tapas e da humilhação. Agora eu havia finalmente caído na realidade, todos os contos de fadas, as ilusões e a minha mania ridícula de sempre acreditar no melhor das pessoas havia sumido, eu não enxergava o que havia na minha frente, mesmo estando estampado na minha cara. Eu era ridícula, eu era patética. Eu havia me apaixonado pelo meu pior pesadelo.

Levantei um pouco a cabeça e com dificuldade consegui me sentar, respirei fundo e forcei meu corpo a levantar. Eu sentia muita cólica, dor de cabeça, e dores no corpo e precisava urgentemente de um analgésico. Quando finalmente cheguei no meu quarto senti um alívio grande, por mim ficaria o dia todo ali sem dar satisfações a ninguém mas infelizmente meu estômago roncava pedindo por comida. Me arrastando eu consegui entrar no banheiro, me despi vendo os vários arroxeados no meu corpo, as marcas que Bieber havia deixado. Meus olhos estavam vermelhos junto com a ponta do nariz, e eu precisaria de muita maquiagem se quisesse esconder as marcas do meu rosto. Parecia que eu havia entrado em uma briga e me arrebentado toda.
Entrei no box e liguei o chuveiro deixando aquela água quentinha relaxar meus músculos. Passei um bom tempo no banho pensando em tudo e na forma como eu convenceria Pattie e minha mãe a voltar para casa. Se eu ficaria aqui? Nem mais um minuto, já havia conhecido o lado monstro do Justin e não estava afim de revê-lo novamente. Lavei meus cabelos e sai do banho me sentindo um pouco melhor. Troquei de roupa colocando uma legging folgadinha e uma blusa um pouco apertada de mangas. Soltei meus cabelos os deixando secar naturalmente e parti para a maquiagem. Demorei meia hora apenas passando corretivo, base e pó. Passei um lápis nos olhos, delineador e um batom rosinha e me olhei no espelho. Eu havia escondido boa parte dos roxos do meu rosto, a pessoa teria que chegar bem perto de mim para enxergar alguma coisa ali.
Passei uma colônia, calcei uma sapatilha e sai. Eram quase dez horas da manhã quando cheguei na cozinha e me arrependi logo em seguida pois Pattie estava ali com Jaxon. Eu não queria que eles me vissem naquele estado, eu ainda estava abalada e tinha medo de começar a chorar a qualquer momento.

— Eae deportada! — Jax falou me dando um abraço apertado e eu gemi de dor sem querer. — Está tudo bem?

— T-tá sim... só estou com um pouco de cólica. — falei desviando o olhar dos seus me soltando dos seus braços.

— Ah mas eu tenho um remedinho que é tiro e queda nessa cólica! — Pattie falou vindo até mim sorrindo. — Passa rapidinho, vou pegar ok? — assenti sorrindo fraco. Ela deu as costas e logo ouvi o barulho dos seus passos diminuindo. Suspirei aliviada mas ao mesmo tempo recosa, estava apenas Jaxon e eu na cozinha.

Fiquei brincando com os dedos enquanto Jaxon não parava de me observar curiosamente, aquilo estava me incomodando mas eu não queria agir como uma garota insuportável, então apenas fiquei na minha.

— O que foi isso? — estremeci quando aquelas palavras soaram da sua boca e senti seu corpo se aproximar do meu puxando meu pulso delicadamente. Merda. As marcas das mãos de Justin estavam ali presentes, quase dando oi para o Jaxon.

— E-eu bati sem querer na madeira da cama. — inventei qualquer desculpa olhando nos seus olhos na esperança que ele acreditasse. Ele passou a ponta dos dedos no meu rosto fazendo carinho e eu sorri.

— E isso aqui? — ele esfregou um pouco a maçã da minha bochecha e eu me afastei tirando sua mão do meu rosto. — Alícia...

— Não foi na...

Me calei quando vi Justin passar por trás de Jaxon indo até a geladeira. Senti um calafrio enorme e a vontade de sair dali correndo se fez presente. Abaixei a cabeça quando Jaxon mirou o olhar para o mesmo lugar que eu olhava. Justin.

— Foi ele que fez isso em você? — Jaxon perguntou um pouco alto para que Bieber pudesse ouvir e eu me encolhi. — Responde Alícia! — fiquei em silêncio. Eu era muito idiota. — Ele bateu em você?!

Foi tudo muito rápido, quando dei por mim Jaxon já estava em cima de Justin o socando. Dei um grito levando a mão na boca, Jaxon não parava de bater em Justin mas sabia que ele revidaria. Bieber era muito mais forte que Jax. Comecei a gritar indo na direção dos dois, vi na hora que Justin deu uma rasteira nele e começou uma série de socos por todo o rosto. Ele socava com tanta força que se continuasse assim ele acabaria o matando. Coloquei a mão no braço de Justin e fui empurrada caindo no chão. Ouvi quando Pattie chegou gritando e correndo até a cozinha chamando os seguranças, logo dois armários gigantes puxaram Justin e Jaxon apartando a briga.

— Me solta filho da puta! — Justin gritava se debatendo, ele tinha apenas o canto do lábio estourado, já Jaxon estava com a boca e o supercílio escorrendo sangue.

— O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI? — Pattie gritou se pondo entre os dois. Abaixei a cabeça.

— Esse porra me atacou do nada! — Justin gritou ainda tentando se soltar.

— Você... — Jaxon ia falar mas parou me observando. Logo todos os olhares estavam voltados para mim. — Conta Alícia, conta o que aconteceu! — Merda. Merda. Merda.

Olhei para Pattie que me observava como se implorasse por uma resposta. Era agora, era a minha deixa de dar um troco em Justin e ir para casa, eu tinha tudo agora. Tudo estava em jogo. Mas não foi isso que aconteceu, eu acabei sendo covarde mais uma vez.

— E-eu não sei o que aconteceu. — abaixei a cabeça desviando o olhar do Jaxon que me encarava incrédulo. Vi de canto Justin sorrir vitorioso.

— Jaxon vai pra casa, mais tarde eu apareço por lá! — Pattie pediu e Jaxon assentiu sem dizer nada. Os seguranças soltaram os dois mas ficaram apostas caso algum deles avançasse novamente. Ouvi quando Pattie começou a tentar falar com Justin mas sai discretamente e quando estava distante o bastante da cozinha corri na esperança de achar Jaxon.

— Jaxon! — gritei. Ele estava quase entrando no carro. — Jaxon espera! — puxei seu braço e ele me encarou ainda incrédulo.

— Alícia eu não acredito que você... — ele começou a falar mas parou do nada. — Espera... você e ele?

— E-eu não sei o q-que dizer. — não consegui mais segurar as lágrimas. Elas vieram com força.

— E nem precisa. Eu pensei que você fosse mais inteligente Alícia! — ele negou com a cabeça e eu abaixei a mesma. — Está pior do que eu imaginava... você se apaixonou. — ele se soltou da minha mão.

— Jax...

— Eu pensei que você fosse diferente. Pensei que fosse a única imune aquele idiota, mas é igual a todas as outras. Eu não vou contar a Pattie, isso é problema seu, mas você vai quebrar a cara, mais cedo ou mais tarde ele vai acabar com você, porque Justin não ama ninguém, a não ser ele mesmo. E quando isso acontecer... não vem atrás de mim.

E ele entrou no carro e deu partida me deixando parada, sozinha, com apenas as minhas lágrimas para fazer companhia.