R. I. P, to the girl you used to see.
Her days are over, baby she's over.
- Rita Ora feat. Tinie Tempah
— Você pode senti-las? – uma voz feminina e mansa me pergunta. – Essas energias?
Meus olhos estão fechados. Sinto uma brisa leve invadindo o meu corpo. É como se eu estivesse mirando o extenso oceano e as ondas que crescem e batem sobre a areia. Consigo também sentir o perfume cítrico de Louise com maior intensidade.
— Sim. – murmuro.
— E o que elas transmitem para você?
Descrevo tudo que sinto. Ainda digo para minha mentora que as ondas me dão segurança e conforto, mesmo ficando incomodado com a exposição do meu interior.
— Perfeito. Abra os olhos.
Os rastros de luzes vão invadindo o meu campo de vista. Na minha frente, está uma sorridente Louise, usando um vestido rodado branco, com contornos em azul-claro. No seu decote, um leque quadrado fica aberto. Lucas estaria se mordendo de raiva sabendo que eu tenho “aulas particulares” com a Louise.
— Essa é outra característica padrão entre espers de eletricidade: percepção da energia. – diz. Os seus braços vão voltando ao seu corpo – Isso serve para facilitar a localização de adversários ou companheiros.
Depois que eu e Rafaela aceitamos a missão de cumprir nossa função como espers, tenho treinado diariamente. Bem, a Rafaela não, já que seu mentor não deu as caras até hoje.
Fora esses treinos com a minha mentora, Louise, o Senhor tem tratado de nos informar alguns aspectos da natureza do espers. A primeira delas é a nossa essência. Existem três tipos de essências: eletricidade, fogo e sombra. Minha essência é a elétrica, assim como Louise e Breno. Soltamos raios elétricos, conseguimos eletrocutar indivíduos, e toda aquela parada de eletricidade que não tive o menor interesse em aprender nas aulas de física.
Rafaela e o seu mentor desaparecido são de essência fogo. Nenhuma surpresa.
E por último temos Guilherme, que possui a essência de sombra.
A segunda informação são os nossos poderes sobrenaturais. Cada esper é especializado em algum tipo de habilidade. Guilherme, por exemplo, consegue se teletransportar de um lugar para o outro e ficar invisível. Já Louise cria multibraços para gerar ondas elétricas.
Terceira: os tais dos receptores de poderes. Resumindo, é uma arma para usarmos nossos poderes sobrenaturais “moderadamente”. Podem ser usados espadas; revólveres; foices; nunchaku, como Louise; ou um báculo mágico, como o Guilherme.
O Coramanda 2300 é uma espécie de rosa dos ventos, onde cada direção nos leva para um local do computador. A direção “leste”, por exemplo, nos transporta para o mundo dos humanos. Na “noroeste”, se localiza o “Armazém de Uniformes e Receptores de Poderes”, ou simplesmente AURP. Lá ficam armazenadas tudo isso e o vestiário dos espers.
A primeira vez em que eu e Rafaela entramos por lá, recebemos os nossos respectivos uniformes e armas (falar receptores de poderes enche o saco). Rafaela é dona de dois revólveres que, segundo ela, tem o triplo do peso do Guilherme. Frescura da Pimentinha. E eu? Sou dono de uma jaqueta. Uma peça de roupa. Não tem espada, foice, machado, arco e flecha ou um báculo mágico. Minha jaqueta não é nada mais que um moletom amarelo e preto, que serve tanto como uma arma quanto um uniforme.
Pelo que eu entendi da explicação que a Louise me dera, essa jaqueta tem a função de me proteger de ataques de vírus e humanoides. Dentre os meus poderes está o “Campo de Energia”, onde “fecho” uma área com um círculo elétrico. Quem está lá dentro não sai, e quem está fora não entra. Nesse campo, minhas fontes elétricas ficam ainda mais poderosas, portanto tenho maior facilidade em eletrocutar os meus inimigos. Minha segunda habilidade é de materializar armas elétricas. Um exemplo disso foi o pedaço de foice que joguei em Louise. A minha jaqueta tem a função de controlar a materialização dessas lâminas, para que eu não desgaste muito minha essência.
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Paralelo
Fiksi IlmiahHenrique Martin e Rafaela Escarlate são dois jovens estudantes, habitantes da metrópole Light City. Ambos tiveram uma forte relação no passado, porém atualmente tratam um ao outro como meros conhecidos. No entanto, um acontecimento sobrenatural e...