Semideusa : A Filha de Hel e Hades

Capítulo 4

(...)

Espero impacientemente em uma cadeira com três pernas, balanço as pernas freneticamente, os únicos barulhos ouvidos são de ferro sendo esmagado e nossas respirações, suspiro pesadamente pela décima segunda vez, Loki me lança um olhar de repreensão, me levanto e Loki diz : - Onde a criança pensa que está indo?

-Estou indo espairecer, ficar aqui está me deixando com falta de ar.-Digo e puxo o ar apressadamente.

Uma fumaça entra pela minha boca e eu começo a tossir, Loki me encara descaradamente, reviro os olhos e saio da forja.

Caminho preguiçosamente enquanto sou observada por algumas pessoas curiosas, sinto um cheiro de lavanda, que é quase inalavel por causa do forte cheiro de morango, fruta azeda e enjoativa, também escuto algumas vozes​, umas mais irritadas do que as outras, resolvo não dar atenção, até porque não me diz respeito e volto a fazer o trajeto.

Sinceramente não sei nem onde pretendo ir, mas qualquer lugar é melhor do que ao lado do Loki e naquele lugar repleto de fumaça, enquanto caminho tropeço nos meus próprios pés, isso não é novidade, vou de encontro ao chão, suspiro frustada, duas crianças vem ao meu encontro.

-Olá, moça, você está bem?-Diz o garoto menor.

-Sim, estou.-Digo dando uma breve risada.

-Porque está no chão? está machuca?-Diz o garoto maior, ele estende sua minúscula mão, a pego gentilmente e levanto.

-Eu apenas tropecei, não estou machucada, estou bem, obrigada, aliás como vocês se chamam?

-Aden.-Diz o menor fofamente.

-Me chamo Ethan, ele é o Aiden.

-Meu nome é Zara, muito prazer, onde estão seus pais?

-Estão no chalé 3, estávamos dando um passeio.-Diz, Ethan.

-Me mostrem o caminho que levarei vocês até eles, tudo bem?

-Uhum.-Diz, Aiden.

Cada um pegou em uma mão minha, os pais dessas crianças deveriam ensinar que não podem sair por aí acompanhado por estranhos, eles me disseram que o pai deles, Percy, estava tomando conta deles, só que ele dormiu então eles resolveram dar uma volta, irresponsabilidade.
Assim que chegamos eu bato na porta, um homem com uma blusa azul listrada aparece com uma cara amassada, obviamente tinha acabado de acordar, acredito eu que esse seja o pai dessas criaturinhas fofas.

-Ethan, Aiden, oque estão fazendo aí fora?

-Você dormiu e não queríamos incomodar, então saímos um pouquinho, mas a tia Zara nos trouxe de volta.

-Quando eu entrar nos conversamos.-Ele diz e as crianças entram se despedindo.-Muito obrigada adormeci por alguns segundos, me chamo Percy Jackson.-Diz estendendo a mão.

-Disponha, sou Zara.-Digo e aperto sua mão.-Diga para eles não seguirem estranhos.

-Você é filha de quem?

-Hell.

-A Deusa nórdica, aquela com o corpo em decomposição?-Ele diz e eu dou uma risada curta.

-Sim, está mesmo.

-Sou filho de Poseidon.

-Deu pra perceber,enfim.. vou indo, adios.-Digo me distanciando, escuto ele dizendo "tchau" e fechando a porta.

Ao passar de alguns minutos retorno para a forja, Loki faz uma careta, reviro os olhos, espero que bata um vento e ele fique assim pra sempre.

-Algum problema?-Pergunto impaciente.

Loki não responde.

-Onde vamos dormir?-Digo.

-Vocês pretendem ficar aqui no acampamento?-Diz, Valdez.

-Obviamente, não.-Diz, Loki.

-Então vamos pra onde?

-Uma caverna.-Diz, Loki.

Depois de algumas horas, eu já estava morrendo de sono novamente, procurei algo que eu pudesse deitar e dormir, encontrei uma espécie de cama, estava mais pra um sofá, me deitei calmamente sobre os olhares de dois rapazes enxeridos.

-Você não acha que é muito folgada?-Diz, Valdez.

-Sinceramente?, não.

Ele continua a fazer seu trabalho, começo tirando o sobretudo preto juntamente com os sapatos, viro pro lado aposto e coloco o sobretudo em cima de mim, como se fosse um cobertor.
Meus pensamentos vão até minha mãe, espero que ela esteja bem, a certeza dela estar bem é enorme, porém eu ainda tenho medo dela se machucar, eu espero que ela se proteja, ela vai se proteger, ela vai conseguir se salvar e salvar Helheim.

Algumas horas depois...

Sinto algo me suspender, e uma voz irritada começar a falar "Que criança folgada, adormece e eu que tenho que carrega-la, vontade de jogar essa criatura do alto de um penhasco.", provavelmente essa voz é de Loki, eu estava dormindo e agora ele está me carregando, não esperaria essa atitude dele, esperava que ele me jogasse cruelmente no chão, não que me carregasse. Começa a ficar frio e eu começo a tremer, não seu onde se encontra meu sobretudo, ainda estou no colo de Loki, de olhos fechados, fingindo que estou dormindo, apenas por não querer andar, logo sinto que sou envolvida por algo quente, ainda estamos em movimento, passo meus braços pelo seu pescoço e me aconchego no seu colo, a probabilidade dele ter percebido que eu não estou mais dormindo é grande, porém ele apenas continua a andar.
Sou colocada em um lugar muito macio e confortável, aparentemente, estou em uma cama, o lugar ao meu lado afunda, deduzo que Loki tenha se deitado ali, adormeço de vez, sem me dar conta de que estou dormindo na mesma cama em que um Deus está presente, não qualquer Deus, ninguém mais ninguém menos do que ... Loki.

(...)