Já fazia um mês desde o término com Matteo.
Eu fiquei doente. É idiota da minha parte ficar doente por causa de homem, ainda mais eu que julguei tantas garotas por fazerem o mesmo. A verdade é que eu não havia amado antes e era por isso que eu julgava tanto.
Me entreguei ao Matteo enquanto ele só estava comigo para afogar as mágoas de um relacionamento que ele jamais esqueceria. Tentei arrumar motivos para fazê-lo voltar para mim, para fazer com que a culpa fosse igualada, mas eu não estava tentando esquecer James. Quando decidi que seria de Matteo, eu estava totalmente entregue e tentando me recuperar de um trauma.
Passei uma longa semana na cama chorando e sem comer. Fui para o hospital e rezei para Deus que eu encontrasse Matteo por ali, para que ele viesse me ver, mas ele nunca soube. Minhas primas fizeram questão de esconder o meu estado deplorável e vergonhoso. Quando meus pais estavam prestes a me internar em uma clínica psiquiátrica, eu decidi reagir.
Eu era Arabella Pasini e nenhum homem deveria me abalar, nem mesmo se aquele homem fosse Matteo Bianucci. Aliás, principalmente um Bianucci!
Passei a ir à escola provocante, chupar pirulito de um jeito sedutor e sorrir amigavelmente para os garotos. Não que algum deles fosse me levar para a cama, nem perto dos meus lábios eles chegariam, mas eu faria questão de mostrar ao Matteo o que ele perdera.
Descobri que Matteo passara a fumar e todo o intervalo ia para o pátio fazer isso escondido dos inspetores. Era ridículo e lamentável. Ele se afastara dos primos, já que decidiram ficar do meu lado. Sabia que podia ser coisa da minha cabeça, mas eu não vira Matteo atrás de Betsy ou com ela. Talvez eu só estivesse preocupada demais em ser provocante e fazer ciúmes no garoto estragado.
Eu não reconhecia mais Matteo. Aquele com quem eu namorara, que eu amara tanto, a quem eu me entregara nua e crua, não existia mais. Morrera de forma trágica e estava enterrado em minhas lembranças. Era triste o quanto um ser humano poderia se destruir de uma hora para a outra sem um bom motivo.
Também havia observado que Matteo estava triste, abatido, com olheiras. No início pensei ser por sua avó, mas quando ela saiu do hospital e ele continuou a se degradar pouco a pouco, eu soube que algo estava errado. Talvez ele estivesse sofrendo para conquistar Betsy. É, com certeza era isso.
Perla e Dante iam às mil maravilhas. No que se dizia a casal perfeito, eles com certeza estavam anos luz de mim e Matteo - que já não era um casal. O quanto podiam demonstrar carinho em público, eles o faziam. Ou pelo menos Dante fazia. Perla era mais desapegada e levava a gravidez aos trancos, sentindo muito enjoo e desejo. Era cada vez mais difícil esconder a barriga também.
- Nós vamos contar. - Perla falou pela milésima vez naquele dia na praça.
- Quando? - Cruzei os braços, erguendo as sobrancelhas.
Bianucci e Pasini tinham um lugar especial na praça que ficava parcialmente abandonada no bairro. Ninguém conseguia nos perturbar, era quase como nosso santuário. Porém sempre faltava um integrante dos Bianucci.
- Eu não sei, OK? - Perla se levantou e acariciou a barriga pouco protuberante.
- Hoje é um bom dia.
- Hoje? Por que hoje? - Franziu o cenho na minha direção.
- Eu não sei... Por que você está ficando do tamanho de um planeta? Você precisa de um pré-natal!
- Fala baixo, Arabella! - Dante surgiu em minha frente, abraçando minha prima. - OK, nós vamos contar hoje. Principessa, temos que cuidar do nosso filho. - Acariciou sua barriga e minha prima cobriu sua mão.
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Entre Segredos e Pizzas
Fiksi RemajaUma rivalidade antiga entre famílias pode deixar um gosto extremamente gostoso em se apaixonar pelo inimigo. Mesmo indo contra a razão e tudo o que ela acredita, Arabella tem a dura vontade de jogar tudo para o alto e apenas deixar acontecer. Não es...