O fogo, com toda sua energia transformadora e inquietude, observava o homem e via que ele estava triste e doente. Foi então que resolveu reunir outros elementos para propor-lhes que o ajudassem, utilizando suas forças e interagindo com aquele ser de...
Um certo dia, o fogo, com toda sua energia transformadora e inquietude, observava o homem e via que ele estava triste e doente. Foi então que resolveu reunir outros elementos para propor-lhes que o ajudassem, utilizando suas forças e interagindo com aquele ser deslocado.
Chamou o ar, a madeira e sua mãe Terra para apresentar sua preocupação. Sua ideia é que cada um tivesse um papel para criarem um ciclo, formado pelo movimento de cooperação entre aqueles elementos. O fogo não sabia bem como ajudá-lo. Sabia apenas que deveriam fazer algo àquele que sofre.
A base de tudo seria a mãe Terra. Era apoiados nela onde tudo aconteceria:
— Eu acompanho com felicidade e proteção a movimentação de meus filhos e apoio a todos para que o ciclo aconteça. - exclamou a Terra.
A madeira, querendo participar, mostrou-se prestativa, falando logo após a mãe Terra:
— Permito que me queime e me transforme em brasa e cinzas. Sei que assim, serei alimento para o fogo e para a mãe Terra. De alguma forma quero ajudar nosso amigo homem.
O ar, muito racional, queria ver aonde aquilo tudo iria levar, comprometendo-se em alimentar o fogo para que trouxesse a força da transformação.
Calada em seu canto, observando como somente as anciãs sabem fazer, estava a avó pedra que mostrava-se feliz com a alegria dos outros elementos em interagir e cooperar, num movimento altruísta.
Para o fogo, tudo já estava perfeito. Já tinha a participação da madeira e do ar, além do apoio de sua mãe Terra. Dessa forma, um ciclo de transformação poderia acontecer.
Até que escutou-se a interferência da sentimental água:
— Calma, calma. Onde pensam que vão? Também quero fazer parte. Somos uma família e desejo colaborar. Sei que posso ter um papel importante.
Chegou a hora, então, da avozinha se manifestar:
— Meus netos queridos, para tudo tem-se um jeito. Aqueçam-me no fogo e assim serei instrumento de transformação de nossa refrescante água.
Agora sim, o ciclo estava completo, tendo todos os elementos interagindo entre si na tentativa de ajudar o homem.
Então deu-se início ao ciclo dos elementos. Apoiados pela Terra e com a ajuda do ar, estavam a madeira e o fogo em queima. Suas lindas línguas e brasas aqueciam a pedra que iluminada, recebia o carinho da água para liberar o som e o vapor. Ambos pelo ar, se transportavam. O som (shhhhhhh) ia o mais longe que pudesse, avisando a toda a natureza e ao homem que o ciclo estava acontecendo. O vapor, aos poucos se transformava em gotas d'água, para alimentar a terra que em breve produziria a madeira, novamente.
O homem, ao ouvir o som e com toda a sua peculiar curiosidade, se aproximou, trazendo ervas, tambor e reza. E assim criou-se a Tenda do Suor, para que o homem, no útero da mãe Terra, pudesse interagir com a sabedoria dos elementos, resgatando sua força na natureza e o respeito a tudo e a todos.
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Esta obra é uma homenagem ao ritual indígena Temazcal
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