A mulher olhou mais uma vez para o relógio dourado de pulso, a décima segunda vez em vinte minutos o coração esta bem mais que apertado, estaciona o carro e atravessou a rua, os seus passos parecem mais lento, as horas e as pessoas andam mais devagar, a chuva cai em um ritmo monótono como se cada gota fosse atirada do céu uma a uma, pela primeira vez ela não se importou em não ter colocado o guarda-chuva na bolsa, as gotas nunca a agradaram tanto, olhou pela vidraça com o cabelo curto caído sobre os olhos, os dedos deslizaram contra a borda da bebida, os olhos perdidos imersos em pensamentos os mesmos olhos castanho que ela causou lagrimas.
Não posso entrar e ouvir um não, ouvir um eu te odeio saindo daqueles lábios avermelhados me desmontaria por inteiro , mesmo sabendo que eu mereço eu mereço ser odiada por minhas atitudes. Duas mulheres passam do meu lado, olho para o vidro, e vejo ela observando as mulheres com os olhos atentos, desce os olhos ate o copo novamente.
Entro mesmo sem nenhum preparo, o meu coração acelera a cada passo sinto um nó se formando em minha garganta e meu coração se acelerando como se eu estivesse presa em um trilho de um trem vendo ele vir em minha direção, chego mais perto da mesa nossos olhos se encontram, é pela primeira vez percebo que ela é capaz de destruir ate as paredes mais resistentes do meu coração, as rachando pouco a pouco com um simples olhar, me perdoe Catarina, não me olhe como se eu fosse a culpada de toda essa situação mesmo eu sabendo que sou.
- Catarina Smith - digo olhando em seus olhos, minha mente grita, os meus dedos formigam para tocar aquela pele, traçar linhas imaginarias pelo seu corpo como a primeira vez.
- Nora Robson - meu nome sai dos lábios dela de maneira fria, como uma lâmina rasgando o meu corpo.
- Posso me sentar - toco na cadeira, ela faz um gesto de aceitação com a cabeça, um bom começo ela me deixa sentar com ela, isso já é bom. Catarine leva o café aos lábios, virando o copo de maneira rápida
- Pode ficar com a mesa, já estou de saída - os olhos correm o meu rosto de maneira rápida as mãos sobem a manga do moletom preto, mostrando os diversos desenhos , se levanta e passa por mim. Por um impulso seguro o braço dela, contra os meus dedos faço círculos contra a pele quente, quero senti-la contra os meus lábios ela fecha os olhos ,subo os dedos pelas tatuagens e fico com o dedo em um dos símbolos, uma borboleta apenas contorno sem nenhum detalhe .Catarina morde os lábios, mania dela que muito conheço , me controlo pra não morde-los ate sentir o gosto dos lábios dela cada vez mais intenso nos meus.
- Tire a mão de mim - desço os dedos ate chegar a mão dela, passo os dedos no dela e tiro a mão.
Ela sai sem olhar para trás eu permaneço sentada, meu corpo pulsa como se estivesse acabado de ser tomada por uma droga que me paralisa, estou perdendo ela, novamente como naquela sala na minha sala, ela chorava feito uma criança que corria pela casa atrás da mãe e não a encontra, queria segura-la contra os braços sentir o seu doce aroma, mas eu a deixo ir só pra não ferir ainda mais ela, prefiro me causar dor a causar uma ainda maior nela, foram apenas cinco meses ela esqueceria, ela teria uma vida toda pela frente amaria muitas pessoas, alguém que também adoraria o modo como ela coloca o cabelo atrás da orelha e sorri quando acha algo estranho, mesmo querendo que essa pessoa fosse eu.
A chuva esta ainda mais forte, Nora atravessa até seu carro, entra e tudo que consegue fazer e afivelar o sinto e se odiar por ter deixado ela ir, Catarina esta completamente encharcada, ainda sente o toque da mulher que destruiu uma parte dela, não corre como as pessoas que fogem da chuva ela apenas a ignora e disfarça como tudo que ela veio fazendo ate hoje.
Acelero o carro e vejo ela atravessando uma rua, abaixo o vidro e a chuva invadiu o carro.
- Entre Catarina - grito, ela se faz de surda e continua a anda, isso me irrita
- Entra eu te levo ate em casa, esta frio vai acabar doente continua a andar e da uma risada alta
- Você fala como se eu fosse importante, pelo amor Senhora Nora Robson - tento apagar aquelas palavras que me ardem como um tapa.
- Apenas entre, não precisar falar nem olhar pra mim , apenas entre Catarina -ela continua andando.
Fecho o vidro e lanço o carro para o estacionamento de um mercado, tranco o carro batendo a porta com a mesma força que a raiva toma meu corpo , corro na rua indo atrás dela.
Duas estranhas, Nora olha para ela a cada passo que da ,Catarina apenas olha pra frente e sente o perfume dela tomando suas narinas, jasmim o mesmo perfume.
- Você deveria estar no seu carro, indo para casa com os planos de fazer a janta depois ir ate o seu quarto junto com o seu marido, os dois se deitarem e tomarem um ao outro, linda e maravilhosa noite de amor - ela cospe as palavras.
Sinto a raiva tomando cada parte do meu corpo, estou pronta para bater nela arrancar as calças e bater naquela bunda tirar a audácia que a dentro dessa menina, empurro o corpo dela contra uma rua escura, sinto o corpo dela se encaixar no meu, minha respiração fica pesada.
- Eu estou no lugar que deveria estar - passo os dedos contra o rosto dela, traçando linhas imaginária ate chegar aos lábios que se abre ao meu toque
- Não, faç - antes dela terminar a frase coloco a perna entre as dela, rosando minhas coxas contra o sexo dela tomo-lhe a boca, quente e doce , como vinho tinto fazendo minha língua formigar e implorar por mais.
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Insensatez
FanfictionHá três anos Catarine fugiu para tentar evitar os seus sentimentos por uma mulher que sempre a teve em suas mãos, mas depois de ter uma briga com seu pai foi obrigada a voltar a Eugene e enfrentar a mulher de belas curvas, cabelos castanho que caíam...