Enfim, acertos

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Pov. Steve

 Acordei com a claridade que entrava pelas brechas da janela em meu quarto, olhei ao redor e vi a cama vazia e bagunçada de Tony, 10:35 marcava no relógio em cima do criado mudo ao lado. O lugar estava silencioso, acho que eu estava sozinho.
 Levantei e fui até a cozinha passando pela sala, sim, eu estava sozinho. Preparei um café bem quente e peguei algumas rosquinhas de milho que tanto gostava.
 Hoje seria meu encontro com Anthony, por incrível que pareça, era meu primeiro encontro. Mas claro, não conto isso a ninguém, 19 anos de idade e a única coisa que consegui foi ir à festas de aniversários infantis.
 Obviamente eu não queria estragar nada, ele parecia tão experiente e mesmo que fosse apenas um passeio no parque de diversões, eu estava nervoso. Terminei meu café e fui para o sofá na sala onde fiquei assistindo a um filme que passava na TV, quarteto fantástico. 
 Estou tão ansioso hoje, poderia estar indo rápido demais com meus pensamentos. Essa semana poderia jurar que algo aconteceria se eu não mantivesse meu bom senso.
 No final daquela tarde eu estava lendo um livro sobre bruxos no quarto, quando Tony entrou e começou a se despir em minha frente, restando apenas sua cueca boxer preta. Tentei desviar o olhar, mas querendo ou não minha atenção voltava a ele, mesmo que fosse indiretamente. Ele sorriu para mim e seguiu para o banheiro, minhas bochechas esquentaram e tenho certeza que estava da cor de um pimentão. Me controlei para não cair em sua provocacão e acabar o seguindo, enquanto o meio em minhas pernas começava a ficar apertado. Se eu tivesse sorte, hoje seria o inicio de tudo isso.
 Estava tentando prestar atenção no filme, mas relembrando dessa cena o lugar parecia estar ficando mais quente. Ouvi o barulho de chaves e me ajeitei no sofá.
- Ah, oi Steve. - Tony falou entrando com Marley o soltando da coleira, ele veio correndo até mim.
- Bom dia pra vocês dois, onde foram?
- Pensei em correr um pouco. Marley estava inquieto então o levei, mas acho que ele acabou correndo mais que eu, como sempre.
- Você não tem jeito né?! - brinquei olhando para Marley enquanto ele tinha suas patas em minhas pernas.
- Preciso de um banho.
- Vocês dois precisam, o que acha?
- Certo, eu dou um banho nele também - ele disse revirando os olhos. - Vamos lá garoto. - levou Marley contragosto para o banheiro. 

 Pov. Tony
 
 Deitei na cama após o banho, e sem ter tempo para pensamentos, dormi.
 Acordei com meu despertador, que antes mesmo de conseguir desligar Marley veio correndo e o derrubou no chão o fazendo parar de tocar.
- Obrigado, só não o coma. - disse sorrindo para ele que latia para o despertador balançando o rabo.
 Levantei e peguei o despertador do chão, marcava 16:20 nos ponteiros. Dei uma olhada nos cômodos e Steve não estava em casa, decidi me arrumar para sairmos quando ele chegasse.
 Enquanto me arrumava percebi que não foi uma boa idéia... Eu tinha medo de altura, e se ele quisesse ir em um brinquedo alto? Odeio admitir meus medos.
 Coloquei uma blusa cinza com estampa de um reator azul no meio, não sabia o seu significado mas quando eu comprei me pareceu bem familiar. Uma calça preta e um tênis da mesma cor, eu gostava de cores escuras. Por fim passei um perfume enquanto ajeitava meu cabelo frente ao espelho.
- O que acha, garoto, estou bonito? - perguntei para Marley que estava sentado à minha frente. Ele espirrou e seguiu para sala.
- Vou considerar isso como um sim.
 Sentei ao seu lado no sofá e em menos de cinco minutos alguém bateu na porta.
 Abri a mesma e dei de cara com o loiro que usava uma camiseta social azul clara, uma calça jeans azul escura e um penteado impecável.
- São para você. - ele estendeu a mão e me entregou um buquê de rosas vermelhas.
- Obrigado Steve, são muito bonitas! De verdade. - peguei - as e coloquei em cima da geladeira, fora do alcance de Marley. O azul de seus olhos parecia mais intenso, ele tinha um sorriso bobo no rosto assim como eu.
- Vamos? - perguntei e ele apenas assentiu. - Comporte - se. - falei para Marley deitado no sofá e saímos para pegar um táxi. 
 

 Chegamos rápido no lugar, não ficava tão longe então passamos apenas alguns minutos no carro. Era final da tarde, o sol estava se pondo e o céu estava uma mistura de cores.
 A luz dos brinquedos começavam a se ascender no parque, deixando tudo mais colorido. Haviam várias pessoas no lugar.

Pov. Steve
 
 Estávamos andando lado a lado pelo lugar que estava bem iluminado, várias pessoas andavam em grupos de família ou amigos, e também em casal, a noite seria divertida para muitos.
 Fomos em direção a um senhor de chapéu e roupas listradas que vendia algodões doces de várias cores.
- Escolha um, Steve.
- Acho que... quero o vermelho!
- Eu quero o azul, é minha cor preferida! - Tony disse entregando o dinheiro ao senhor.
- Aqui está, um azul para você e um vermelho para você. Divirtam - se!
 Agradecemos e continuamos andando.
- Onde quer ir, Steve?
- Eu estava pensando em ir na montanha russa primeiro, a mais alta do parque.
- A mais alta?
- Está com medo?! - dei uma cotovelada nele dando risada.
- Medo? Claro que não, que besteira. - ele bufou pegando mais um pedaço do doce azulado.
- Então vamos! - peguei na sua mão e o puxei pra fila, era nítido seu desespero e aquilo era tão engraçado. Terminamos com nossos doces ali mesmo, e entramos no brinquedo. Fomos logo para o carrinho da frente.
- Ainda da tempo de desistir? - ele me perguntou.
- Não mesmo!
 Os carrinhos começaram a subir os trilhos, Tony estava agarrado as travas de segurança com os olhos fechados. Dava pra ver todo o parque dali.
- Tony abra os olhos!
- Não!
- Abra logo!
 Ele desistiu e no mesmo instante que ele os abriu o carrinho chegou ao topo.
- N-Não acredito! Steve acho que eu vou desma...
 Ele nem pode terminar de dizer e o carrinho desceu a toda velocidade, as pessoas gritavam e algumas levantavam os braços como eu, era uma adrenalina que eu adorava. Ele deu um luping e continuou com suas curvas, subidas e descidas. Até que enfim, parou e todos desceram. 
 Tony saiu cambaleando descendo as escadas da plataforma até se escorar em uma grade.
- Você está bem? - perguntei.
- Acho que vou vomitar! - ele respondeu com uma mão na grade e outra no estômago.
- Nem foi tão ruim assim! - cruzei os braços dando risada. Foi muito legal da parte dele ir no brinquedo para me agradar.
- Vamos fazer algo mais leve agora, que tal irmos naquelas barracas de jogos?!
- Apoio! - ele assentiu com um sorriso no rosto, passei meu braço por cima do seu ombro o puxando para perto e seguimos as barracas.

 A noite seguiu, fomos em vários brinquedos, dos mais altos aos mais pequenos e molhados. Não consegui segurar a risada toda vez que Tony morria de medo, ele acabava rindo junto da situação. Ele me deu um pinguin de pelúcia que ele ganhou em um jogo de dardos.
- Me diverti muito essa noite. - falei enquanto saíamos do parque.
- Eu também, mas ainda não acabou. Quero te levar em um lugar...
 Nós continuamos andando até chegar frente a uma pequena floresta.
- Você quer entrar aí? - perguntei meio incerto.
- Vamos, você vai gostar da vista. - ele disse pegando na mnha mão e me puxando.
A luz do luar iluminava nosso caminho, uma estrada de terra que levava ao topo de uma colina, as estrelas brilhavam forte no céu e aquele sorriso me fazia me apaixonar toda vez que o via, eu não poderia me deixar levar fácil assim, mas sempre que via aquele sorriso eu me entregava mais.
  Subimos e quando chegamos fomos para de baixo de uma grande árvore, onde sentamos em meio as folhas secas no chão encostando na árvore, poderia ver grande parte da cidade daquele lugar, era lindo.
- Que vista incrível!
- Eu costumava vir aqui quando estava chateado com algo, aqui sempre me trouxe paz. - Tony disse sem tirar seu olhar da grande cidade.
 Assim como ele, eu observava a cidade com seus grandes prédios iluminados.
 Depois de alguns segundos apenas ouvindo alguns grilos e a respiração um do outro, senti sua mão segurar a minha, e sua outra ir até meu rosto o virando, fazendo meu olhar se encontrarem com seus grandes olhos castanhos. Ele estava chegando cada vez mais perto, a cada segundo meu coração batia mais rápido em meu peito. Podia sentir sua respiração em meu rosto, fechei meus olhos e até que enfim, ele selou nossos lábios.
 Coloquei minha mão livre em sua nuca, e o puxei para mais perto, juntando nossos corpos. Ele sentou em meu colo e continuamos, pedi passagem com a língua e comecei a brincar com a sua. O beijo começou ficar intenso, suas mãos entrelaçadas em minha nuca, enquanto as minhas desceram até suas costas, até que nos separamos ofegantes.
 Suspiramos com um sorriso no rosto e voltamos a nos beijar sem ligar para as horas, o tempo parou e agora existia somente nós dois.
 Se tudo fosse real, se o sentimento fosse verdadeiro, nunca esqueceremos essa noite.

Amor Vira Lata - StonyOnde histórias criam vida. Descubra agora