As Cronicas do Príncipe Rá - Uma Historia do Universo de Hades

Capitulo 1

Rá'as Mehkdrill

Escalando a montanha de Elendil, ao norte do Monastério de Rá, Mehkdrill sentia-se forte e poderoso. Havia anos que ele não tinha essa sensação percorrendo seu corpo. Desde que seu pai o atual Faraó de sua raça ordenou que sua indisciplina fosse curada no antigo e assustador Monastério de Rá, onde os treinos da mente são tão precisos quanto os treinos de batalha. Seu Mentor Kaas Iomhi lhe ensinou muitas coisas, e também lhe contou muitas histórias das antigas eras e dos feitos errados que seu povo fizera. A Terra de Hades é um lugar onde se deve seguir as regras e as ordens à risca, caso contrário a punição sempre será a morte. Dizia seu Tio Yoren, "Antes de fazer pense, mas pense bem. E se pensar muito é por que não deve fazer". Nesse instante Mehkdrill não estava tão interessado em saber de pensar, queria apenas se aventurar ao menos uma vez fora das muralhas do Monastério, sem ter que dar satisfação seu mentor, apesar dele saber onde ele estava indo. Só que não por ele. Kaas Iomhi é um Rá muito generoso. Apesar de ser firme na disciplina, ele sempre aceita receber as punições pelas falhas de Mehkdrill para poupa-lo. E por conta disso Mehkdrill tem um senso de lealdade para com ele, como se ele fosse seu outro pai.

Saltou de um cume para a encosta de um rochedo, que se projetava ainda mais alto. As mãos agarraram com força e conseguiu continuar sua escalada sem dificuldades. Dali onde estava podia avistar o vasto território dos povos Ankh como chamavam os outros distantes. As construções tinham um nome que seu mentor dizia vir das visitas inapropriadas de Rás ao outro mundo, o mundo proibido. Diziam que nesse outro mundo, os Rás eram deuses poderosos. A concepção de deuses lhe fazia rir. Ao passo que, rir disso era algo muito errado. Ele devia chorar. Pois devido a estas infrações os povos de Rá e Anúbis sofrem preconceito. Não só eles, mas todos praticamente acabaram querendo sentir o gosto de serem deuses.

Mehkdrill estava chegando ao topo, e viu ao longe, as construções "Egípcias" como chamavam. O Monastério era uma enorme pirâmide com quatro obeliscos em cada canto, estes eram torres de vigia para proteção contra criaturas da região. Ultimamente não estão mais tendo problemas com certas coisas, mas antigamente toda noite ouvia-se histórias de que um guarda foi pego desprevenido e devorado vivo. Deixou de lado essa lembrança medonha, e olhou a cidade de Rá. Uma ferida cinza e branca, como um tapete cheio de relevos em uma grande planície verde e bonita. O Rio Nilo atravessa o meio da cidade, o que fortalece a pesca e a economia que seu pai tanto luta para manter. É impressionante observar que várias vilas surgiram ao redor da grande cidade, e no centro era onde ele morava. Um grande palácio de telhados dourados e vibrantes, projetava sua imponente sombra por sobre quase toda a parte norte da cidade, conforme o sol caminhava no céu. Yorden devia estar lá falando com seu pai o Faraó Mehk, nesse instante. Lhe dando conselhos políticos para manter o governo. Os Vassalos do Faraó são famílias muito tradicionais e costumam querer um líder forte para coordenar suas ações. Apesar é claro de que querem uma chance de entrarem na família real. Mehkdrill já está ciente de que tem muitas mãos para desposar. A questão é que não tem interesse algum em se casar, pelo menos não agora. E seu casamento é algo arranjado para manter a paz entre os quatro Faraós. Porém Anúbis ofereceu um acordo com alguns problemas que estão ocorrendo no Nilo, que seu pai está cogitando aceitar. E ele será obrigado a se casar com Naftari. A moça é linda, e o que tem de beleza também tem de víbora. Mehkdrill já teve o desprazer de conhece-la nos eventos de confraternização dos povos. Ocorre vários durante o ano. Nunca deixou de se lembrar quando Naftari tentou forjar que estavam se agarrando em uma tenda. Ela se ofereceu a ele no dia, armando uma emboscada dentro da tenda de armas. Muito ingênuo, ele foi até ela e quando negou se deitar com ela, a moça o agarrou e o jogou no chão subindo sobre ele como se estivesse cavalgando um alazão selvagem, e nesse momento alguns festeiros adentraram no recinto e os viram. Foi complicado dizer que aquilo foi armação e só foi somado a seus erros e constrangimentos que causava a seu pai. Seja como for, ele sabe que ela é uma víbora traiçoeira e não pretende se casar com alguém assim.