hyung, don't worry

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Matthew entrou no apartamento de forma mais silenciosa possível. Já era tarde, Taehyung podia estar dormindo e ele não queria incomodar, mesmo que estivesse querendo um carinho do outro.

Bateu a porta com cuidado atrás de si e imediatamente, quase por instinto, ligou o abajur de luz amarelada que ficava logo na entrada. Queria ser silencioso, não andaria por aí no escuro, trombando em cada móvel no seu caminho. Porém, a luz que iluminou a sala precariamente revelou mais do que os trechos que permitiriam sua passagem.

Kim Taehyung estava na sala, sentado sobre o sofá. Sua cabeça apoiada no encosto do estofado, os cabelos em um emaranhado liso incrivelmente atraente. Havia fones em seus ouvidos, enquanto mantinha os olhos fechados e as pernas abertas, completamente imerso em um mundo muito, muito distante. Matthew não pode deixar de reparar na pequena ruga de preocupação na testa do hyung e soube que ele não estava dormindo, apenas pensando, como sempre fazia.

Pensando sobre as mesmas coisas. As mesmas preocupações.

Matt suspirou e, em meio ao cansaço que sentia, sorriu. Taehyung sempre divagava demais, perdia o sono com cada o problema, refletia sobre cada detalhe. Não conseguia ver que nada, a não ser o fato de estarem juntos, importava.

Mas Kim Matthew estava ali para lembrá-lo disso, e este não se importava de fazer isso todos os dias.

Aproximou-se sorrateiramente do mais velho, parando em sua frente. Taehyung não se dava conta de nada ao seu redor, estava focado demais na música. Matt então colocou-se sobre o colo dele, uma perna de cada lado do corpo que tanto amava, suas mãos puxando o fio dos fones, atraindo enfim a atenção do hyung.

Taehyung parecia um pouquinho desnorteado quando abriu os olhos, demorou para reconhecer o próprio namorado.

— Matt — sussurrou, como se fosse um tipo de oração.

— Boa noite, hyung — disse o mais novo, inclinando-se para mais próximo do namorado para depositar um beijo nos lábios macios.

Como resposta ao carinho, as mãos de Taehyung espalmaram-se na base das costas de Matt, incentivando-o a ficar ainda mais próximo, nunca a se afastar.

— Como foi hoje? — perguntou o mais velho, ainda sussurrando.

— O mesmo de sempre. Cantei bastante, tomei umas cervejas, contei até uma piada. Ninguém riu.

Taehyung sorriu. Sabia que o talento do seu garoto era grande demais para ser desperdiçado em bares por noite afora, mas pelo menos via que Matt estava fazendo o que gostava.

— Suas piadas são horríveis mesmo — comentou.

— Idiota — disse Matt, aproximando-se mais uma vez para mais um beijo. — O que você estava fazendo aqui no escuro, hein? — indagou, quando separaram os lábios.

Matt seguiu com beijos pela bochecha, maxilar até enfim concentrar-se na curvatura do pescoço do hyung, enquanto esperava por uma resposta.

— Só... — um suspiro —ouvindo música.

— E seus pensamentos? — perguntou Matt, contra a pele macia do outro. — Onde estavam?

— Em você.

Kim Matthew ergueu a cabeça e mirou os olhos do hyung, desconfiado.

— Só em mim? Não minta, Tae.

Sem saída, Taehyung suspirou pesado e fechou os olhos.

— Em tudo o que te rodeia. Em mim. Na nossa situação — disse. — Não está nada fácil, Matt. Você troca o dia pela noite, eu vivo cansado, sobra pouco dinheiro. Quando eu te disse que queria que construíssemos algo juntos, não foi bem assim que eu idealizei.

Matthew quase não escutava o que o outro dizia. Só esperou pelo momento certo de tomar o rosto do namorado entre as mãos, fazendo-o abrir os olhos.

— Nada é como a gente idealiza. Se fosse, eu seria um magnata infeliz, bem estilo ice princess. E olha só pra mim. Cantor de bar probetão e bastante apaixonado, inclusive, por você. Estou feliz assim.

Taehyung sorriu minimamente, sentindo-se menos merda por alguns instantes. Matthew parecia fazer sumir pensamento a pensamento de sua cabeça a cada sílaba que soltava, a cada carinho que fazia. Fazia o mais velho esquecer todos os problemas e focar no que realmente valia a pena: o sentimento que ambos compartilhavam. Sentimento que fazia o coração de ambos saltarem toda vez que trocavam algum olhar. Que fazia as mãos de Taehyung soar de nervoso pela proximidade de Matt apesar dos anos de relacionamento. Que fazia Matthew delirar a cada simplório toque do hyung. Enquanto pertencessem um ao outro, o mundo podia até mesmo explodir, que a bolha de amor que eles tinham permaneceria intacta.

Kim Taehyung foi dando-se conta disso aos poucos, a medida que mantinha o olhar compenetrado ao de seu dongsaeng. Por fim, teve o impulso desesperado de puxá-lo para mais perto. Precisava sentir.

O primeiro toque entre os lábios foi casto, sutil, leve como uma pena. Mas eles queriam mais. Por isso, Taehyung não tardou a pedir passagem com a língua para a boca do outro, que a cedeu imediatamente. Matt retirou suas mãos do rosto de Tae apenas para livrar-se do casaco grosso que antes o protegeu tão bem do frio, mas que naquele momento apenas atrapalhava o contato que queria ter com o hyung. Quando finalmente se viu livre da peça de roupa, passou os braços ao redor do pescoço do mais velho, sentindo o calor emanar da pele sensível. Matthew estremeceu com o contato. Taehyung sentia as mesmas ondas percorreram seu corpo, estremecendo também, e, como reação à isso, apertou ainda mais o mais novo contra si.

Estavam quase desesperados. Era uma batalha de mãos em busca de pele, de carícias, ao mesmo tempo que se esforçavam para manter as bocas juntas.

Separaram-se apenas quando o ar faltou e mesmo assim deram um jeito de manterem o rítimo. Taehyung concentrou-se em arranhar as costas de Matthew por debaixo da blusa que ele ainda usava, enquanto este, sendo o dongsaeng atrevido de sempre, brincava com a pele exposta do hyung.

Matt beijou um ponto atrás da orelha do mais velho, seguindo para morder o lóbulo desta.

— Ei, hyung — sussurrou, a voz rouca e arrastada pelo desejo. — Don't worry. Eu estou aqui.




hey, babes, don't worry
(aquela carinha...)
oq acharam?????????

worried ಇ KARDOnde histórias criam vida. Descubra agora