4

33 6 0
                                    

Egoismo, todos nascemos egoistas, é um sentimento humano embora ruim.

aos poucos vamos aprendendo a dividir e compartilhar, tem vezes que sentimos tanta felicidade que não nos cabemos em nós, e necessitamos repartir com álguem .

E tem as pessoas vazias, sempre procurando um modo de se completar, nem que seja por um instante, Carmen era uma delas .

O vazio de Carmen era maior do que ela mesma, estava numa espécie de vicio, buscando algo que não sabia oque era .

a felicidade é um estado de espirito, é uma sensação momentânea, são momentos inconstantes e indefinidos, mas parecia que a alegria de Carmen acabava mais rapido que o normal, de modo que era impossivel determinar seu humor, viver com ela era não saber oque dizer ou fazer .

Os garotos eram infantis demais, eles nem conseguiam faze-lá rir de verdade, Carmen precisava de mais, as revistas se tornaram chatas, aquelas modelos magrelas pareciam tão superficiais e robóticas,

Ela já estava fora da realidade, ansiava em sentir as emoções que o perigo proporcionava,
seu espirito tinha um apetite estranho por diversão,

as festas se tornaram sua casa, as risadas acompanhadas do seu coração acelerado, era sua musica preferida,
Ela parou de falar com os pais,
Eles nem a impediam mais, a unica coisa a fazer era rezar

mas Carmen aprendeu que falsidade e sorrisos caminham juntos, e por isso ela sorria como ninguem .

Uma, duas, três noites, uma atrás da outra, sem parar,
ela estava obcecada pelas luzes brilhantes,  sonhava com o escuro e agradecia a chuva por lavar suas lagrimas,
Ela tinha orgulho de ser jovem e sosinha, totalmente perdida .

Eu o torturado telespectador, via sua vida passar como um filme sem sentido, e quando chegava no limite ela corria para os meu braços, eu me apaixonei pela suas lagrimas,
Eu era imaturo e egoista, pensava que ela me pertencia, meus abraços não puderam traze-la de volta .

O frio se foi quando a caminhonete cinzenta se acomodou no bairro, e com a chegada da chuva Jeremy não saia do seu abrigo enferrujado e cinzento,

disseram que ele morava na caminhonete, mas não acredito que alguem possa viver naquela coisa .

Sempre me perguntei o porque daquele cara ter escolhido rodear os predios descoloridos, seja lá oque era ele achou algo melhor .

Foi a epoca mais turbulenta na vida de Carmen, jeremy era louco e sua presença só piorou a mente dela, ele era muito mais velho, eu sentia horror em ver os dois juntos, parecia que a cada vez que ela voltava pra casa, estava mais fora de si e aquele sorriso no seu rosto não sumiu porque ainda tinha uma festa em sua alma .

O ronco do motor rugiu furioso embaixo da janela do 342, ela sempre estava atrasada e mesmo assim ele não se cansou dela .

Jeremy saiu do maldito carro com aquela jaqueta ridicula, Carmen que o obrigou a usar couro, porque ainda sonhava com um badboy na sua porta todas as noites .

Surgindo da sacada ela parecia mais feliz do que na noite anterior, balançou seu cillios de boneca e iludiu aquele coração sujo,

- hey anda logo gatinha -

Ele rosnou junto com o motor, eu sabia que aquela frase foi copiada de alguma musica,
Carmen se agitou com o carro chamando-a  cada vez mais alto, ela apelidou a caminhonete de Ted .

Mas o pai dela ainda não havia desistido, ele nunca desistiu de tentar te botar juizo .

E tudo ocorreu rapidamente, o velho desceu e gritou com o cara, disse que ele era doente, e ameaçou chamar a policia,

Mas Carmem só riu mais da situação e correu pros braços daquele homem, ela nunca mais correu até mim novamente .

Mais eu ainda insistia em ver a garota por quem me apaixonei,
Ela mudou mas não completamente,

lá dentro da sua casca, ela ainda estava vazia,

Ela ainda ouvia sussurros da chuva,

e pela manhã usava suas tradicionais trancinhas,

nunca tirou da boca o batom vermelho e não havia sapato mais limpo que o dela,

amarga e doce Carmen .

carmenOnde histórias criam vida. Descubra agora