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Você já se sentiu tão triste a ponto de nem ter ânimo para dormir, ou ir a escola?

Eu sinto todos os dias, desde que minha mãe se foi, não por culpa da velhice ou do destino que sempre age antes de tudo, e sim, por minha culpa, apenas minha.

A tristeza toma conta de meu corpo, meus olhos inchados e meus cabelos bagunçados estão sempre presentes. Vejo a mim mesmo no espelho que está coberto de poeira, conforme nego os dias bagunçados dizendo que tudo irá passar. Eu desligo as luzes do meu quarto, conforme a noite impiedosa acaba. Tenho medo de fechar meus olhos e ter o mesmo pesadelo de sempre, ou melhor, as lembranças do meu terrível passado. É como se eu estivesse preso dentro da minha própria mente.

Olho para minha janela aberta, as luzes vindas do poste já não brilham mais, indicando mais uma noite sem dormir.

Sento em minha cama e olho para o meu despertador, estava um pouco cedo, mas não liguei. Me levanto e vou ao banheiro que havia em meu quarto, abro a porta e entro. Demorei tanto no banho que perdi o horário, saio com a toalha em volta de meu corpo, pego meu uniforme e o visto. Pego minha mochila e logo saio do quarto, hoje seria meu primeiro dia de aula. Desço as escadas e vou a cozinha, pego algumas bolachas que haviam em um pote de vidro e como elas olhando para o visor do meu celular, que indicava que eu estava quase atrasada, peguei meus fones em cima da mesa e sai em disparada à escola. A escola era longe da minha casa e isso dificultava tudo.

Cheguei na frente do portão da escola e vi aquela típica cena de um grupinho de meninos em frente a ele. Enquanto passavam por eles, vi que estavam rindo de mim, de tanto passar por isso acabei me acostumando. Andei por alguns corredores a procura da diretoria, eu havia a esquecido onde ficava mesmo tendo estudado ano passado aqui, até que a acho.

Bato na porta e logo recebo um "Entre". Entro e avisto uma mulher bonita, aparentava ter uns 30 anos, provavelmente era a nova secretária, já que todos os anos ocorria a mudança de funcionários.

— Bom dia, senhorita Tae. — me encarou com desdém e eu me curvei mesmo assim em respeito.

— Olá, bom dia. — Disse olhando para meus pés após ter me curvado.

— Você ficará no 2 A, ao lado da enfermaria,  seu armário fica no corredor 6, um pouco perto do banheiro, qualquer problema venha até mim, tenha um bom dia. — Ela disse rapidamente e me entregou uma folha qualquer e a chave do armário, julgo ser o mapa da minha classe. 

— Obrigada. —  Respondi me curvando e sai da sala.

Minutos se passavam e eu ainda não conseguia achar a maldita sala, estava andando distraída até que esbarro em alguém, fazendo com que eu caia no chão rapidamente. “que merda, isso daqui não é nenhuma fanfic.” pensei.

— Não olha pra onde anda? idiota. — Disse o garoto em pé a minha frente enquanto me olhava, logo reconheci a face e revirei os olhos. — Ah, é você — Ele riu balançando a cabeça negativamente. — Galera, vem ver quem está aqui nessa escola novamente. — Eu continuava no chão estática esperando tudo.

— A órfã suicida? — um outro garoto apareceu em minha frente me encarando com a cabeça de lado.

— Ela mesma. — me levantei e fiquei a sua frente olhando o garoto de cabelos escuros a minha frente. Peguei minhas coisas que estavam espalhadas pelo chão e sai, sem ligar para os xingamentos vindos logo atrás de mim, já estava acostumada. Os corredores pareciam não ter fim, por mais que eu andasse, parecia que eu voltava para o mesmo lugar.

“Parece quando você tenta fugir dos problemas” pensei.

Depois de longos minutos andando pelos largos corredores do colégio, finalmente eu consegui achar a minha maldita sala.

Lágrimas de Abril - Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora