- Já está salva, pode sair - Scott praticamente me jogou de seus braços. Queria dizer um obrigada ou algo assim, mas era impossível ser gentil com ele, mesmo porque sabia sua fama pelo escola, quem não sabia?! Até uma desenformada feito eu sabia quem era Scott David Brian.
Estávamos cansados. A música estava mais baixa, de uma batida frenética agora era uma voz fina que sumia aos poucos. Peguei o celular da pequena bolsa de mão e tentei ligar, o chaveiro abriria as oito.- Você dorme no chão - avisou ele, como se tivesse brigando pela maldita cama. Dei os ombros.
- Lógico que é no chão, imagina se me pegam com um garoto feito você - tentei parecer o mais grosseira possível, funcionou. Os olhos claros de Scott fecharam e suas sombrancelha ergueram, seus lábios tremiam, mas não era pra um sorriso largo como os que ele dava para as garotas. Ele estava sério e se o conhece-se diria que estava gritando de raiva por dentro.
- Um garoto feito eu? - Ele ficou mais sério, olhando para meu vestido e depois para mim, minhas bochechas pegaram fogo - Acho que eu devia estar preocupado com ser visto com você, não o contrário. Você devia se ver hoje, naquele maldito jogo, se eu transase com você eles iam me zuar eternamente, você conhece o cheiro de um homem? - agora ele ameaçava rir, não tinha certeza, meus olhos estavam cheios de lágrimas.
Scott David Brian tinha visto o jogo dá garrafa, Deus, como as garotas não tinha o notado? Ele é tipo um Deus grego sustentado pelos pais para elas.- Não, e nem quero. Vamos sair daqui ou não?
- você tem que sair, eu moro aqui.
Quase ri disso, mas não me deixei levar. Meus pais estariam furiosos se não estivesse em casa, pronta para ir para Campus de manhã. Eu iria começar o primeiro dia de aula de resseca... Isso se conseguisse ir ao primeiro dia de aula.
- Não acredito - disse ele incrédulo- garotinha do papai? Hora marcada? - Scott me largou e deitou na sua cama, de maneira que podia ver seus olhos fixados em mim, mesmo eu estando de costas- Eu já comi garotas mais interessantes que você, sabia?
- E o que tem a ver com isso?
Ele riu, não respondeu.
Fechei o celular e comecei a chorar, silenciosamente. Ele não pareceu perceber porque não disse nada, e estava feliz por isso.
- Voce pode tomar banho se quiser, tem umas camisas velhas no guarda roupa e uma calça jeans que Talvez sirva em você, eu acho - sua voz encheu o quarto, não tinha certeza se ele estava brincando ou realmente falando sério. Limpei os olhos e virei para encara-lo, para minha surpresa seus olhos estavam cravados nos meus - E eu vou mudar de ideia se você demorar.
- Jura?
Ele confirmou, destraido. E antes que ele mudasse de ideia fui até onde ele apontou, peguei uma blusa preta velha, e uma calça. Tinha alguns pertences como ; calcinha, colar, um brinco solto, um salto vermelho esvoaçante, era bem a cara dele. Quantas garotas já tinham feito loucuras por Scott? Tentei não responder mentalmente enquanto a água morna molhava minhas costas, a possibilidade de acordar com ressaca e de levar uma bronca ainda rodeavam minha cabeça quando sai.
Scott estava na mesma posição, do mesmo modo apenas suas madeixas crescidas estavam mais bagunçadas do que o habitual. Peguei a toalha me enxuguei, meus cabelos que parecia melhor que antes.
- Cadê a cama improvisada?- perguntei - você acha mesmo que eu vou dormir com você ? Você está muito enganado.
O quarto voltará ao breu novamente.
- Então o chão é todo seu donzela, se sinta a vontade.
Cruzei os braços. E olhei para o rosto mal iluminado dele. Ele não esboçava sentimento algum.
- Eu não posso dormir no chão...
- devia ter pensado nisso antes de invadir meu quarto - ele rosnou, raivoso. As trocas de humor dele eram traiçoeiras e vorazes, tentei ignorar seu tom quanto me sentava ao lado da penteadeira.
- Hum.
- Hum.
Não havia mais música quando Scott levantou -se da cama e tirou sua roupa quase que por completo. Scott David Brian estava apenas de cueca quando pulou para as cobertas macias da cama , quantas garotas pagariam para vê-lo tão desprovido de vestimentas? Umas pagariam os rins para vê-lo assim, tão a vontade em seu habitat natural.
- Você já dormiu?
- Estava quase - respondi sendo um pouco sincera. Estava frio, estava começando a chover e não tinha um pingo de bateria no celular.
Ouve silencio.
As gotas de chuva lá fora faziam uma espécia de canção desafinada, enquanto a ventania arrebatava as árvores, fazendo com que elas dançassem quase no mesmo ritmo.
- você pode dividir a cama, se não for espaçosa demais - disse ele, mais calmo.
- posso?
- é, pode.
Levantei calma, tateando a beirada da cama até encontrar Scott. Quando a ponta dos meus dedos encontraram o que devia ser seu ombro eu a recolhi junto ao peito. Sorte que estava escuro e talvez ele não tenha visto minha expressão, e agradeci aos céus por isso.
Deitei, por longos minutos fiquei pensando em como ia sair, em como ia chegar no Campus, em como ia explicar para meus pais que tinha dormido na mesma cama que um garoto. Era demais, demais para mim. Pensei em perguntar para ele o quanto ele tinha visto da festa, o quão vergonhoso foi, mas ele parecia estar dormindo.
- Posso te perguntar uma coisa? - Scott estava sereno, a luz vinda de fora dá janela o fazia parecer mais calmo, menos Scott, mais humano. Ele parecia realmente menos idiota. Seu rosto aos poucos ia ficando mais próximo, meu coração chegou a palpitar.
Balancei a cabeça, confirmando.
- Você usou a porra do meu shampoo!?
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O segredo da borboleta quase azul
Fiksi RemajaMiranda Carmen tinha tudo para ter uma boa reputação, ela nunca tinha ido em festas ( pelo menos não até aquela noite), nunca tinha bebido, nunca tinha feito nada de "errado"até conhecer o garoto que mudou sua vida. "A garota dos livros e o cara das...