A Procura Do Amor /1° Da Duologia

Capítulo 30

_Você quer entrar? -Porque eu mandei ele entrar?

Oh meu Deus.

Ele assente e entra devagar. Seguimos até o sofá e nos sentamos um ao lado do outro. Ele olha a casa e depois me observa.

Eu juro que a qualquer momento meu coração vai sair pela boca. Sem contar que minha filha não para de mexer. É como se ela sentisse que aquela pessoa ao meu lado é o pai dela.

_Então. Eu quero ser sincero com você, sem mentiras nenhuma. Então me fala a verdade. -Ele me observa e fico tensa.

Eu poderia contar tudo a ele nesse exato momento. Dizer que a filha é dele, que já está com seis meses e é uma garotinha. Mas não. Eu não vou falar. Eu não posso falar e me prender a ele de novo, porque eu ainda o amo e ele tem uma nova vida, longe daqui, não posso ser orgulhosa e pensar só em mim.

_A filha não é sua. Eu conheci um cara e acabou acontecendo isso. Ele não quis assumir, então eu tô aqui, mãe solteira e feliz. -Conto a mentira mais deslavada da minha vida.

_Nossa. Eu pensei que depois daquela nossa noite... -O interrompi.

_Eu tomei remédio no dia seguinte. Eu jamais iria deixar isso acontecer. - Falo sentindo meu coração doer.

_Você já sabe qual o sexo? -Ele pergunta bastante curioso.

_É uma menina.- Sorrio ao contar isso pra ele.

_Parabéns. Eu sabia que um dia você seria feliz.- Sinto que ele falou isso com pesar.

_Não poderia esperar minha vida toda por você. -Falei triste.

_Eu sei que não.

Ficamos em absoluto silêncio. Ele aceitou um café e ainda conversamos um pouco, ele me contou sobre várias coisas legais que é na Espanha. Minha curiosidade de conhecer lá aumentou. Um dos meus sonhos era ir pra Espanha.

_Eu já vou indo. Tenho que voltar ainda hoje pra casa.- Ele se levanta meio sem jeito e o acompanho até a porta.

_Bom! Até em breve. Quando nascer me liga. Vou adorar conhecer ela. -Ele sorri triste e olha pra minha barriga.

_Eu aviso sim. -O olho com vontade de chorar e respiro fundo.

_Posso te abraçar? -Com esse pedido minha filha vai acabar nascendo.

Assinto e ele vem até mim me abraçando logo em seguida.
Deus! Como eu senti falta disso, de abraça-lo, de sentir ele tão perto de mim. Eu juro que seria capaz dele ouvir as batidas do meu coração de tão acelerado que estava.

Ele separa de mim apenas pra ver meu rosto mais de perto e sinto sua respiração. Ele tá muito próximo, mas não posso me dar ao trabalho de continuar nisso, passei tempos construindo barreiras e agora ele está aqui destruindo todas apenas com um abraço.

_Acho melhor você ir. -Viro meu rosto de lado e ele se afasta.

_Até mais. -Foi a última coisa que ele disse ao sair de perto de mim e ir embora.

Mas uma vez, sem olhar pra trás.

(...)

_Você já está pronta? -Cecília pergunta pela quinta vez enquanto estou parada me fitando no espelho.