Spring: Um Mistério na Primavera

Um- onde tudo começou

Hoje era mais uma típica e fresca madrugada de sábado, mas esse sábado não é um sábado qualquer , hoje é o casamento da minha mãe.
Minha mãe se separou a alguns anos atrás. Eu sou a única filha que ainda mora com ela.

Meu pai? Meu pai me visita as vezes. E quando eu digo que ele me visita, eu quero dizer que realmente só me vê, ele não fala com a minha mãe, tanto é que eu tenho que vê-lo no portão de casa.
Meu futuro padrasto? Ele é legal, porém, ele é meio estranho comigo, mas isso pode ser coisa é minha cabeça. O nome dele é Jefferson, ele é fotógrafo, e eu posso sentir que a conversa fica mais interessante entre nós dois, quando a gente conversa sobre isso, mas depois, ele fica estranho comigo de novo. Ele também tem um filho de um outro casamento. O nome do menino é Thiago. Ele tem dezoito anos de idade, é super carinhoso comigo e ele também me chama de irmã. Ele é descendente de índios, ou seja, a parte de mãe dele é tudo indígena. Ele é alto, moreno, cabelo bem liso e preto. Ele anda sempre muito bem arrumado.
Meu padrasto parece um cafetão hipster, sempre bem vestido, usa um óculos preto, cabelo lambuzado de gel e pra completar, um cavanhaque. Seus olhos são num tom de um castanho escuro, quase preto e o cabelo também castanho.

Como não conseguia dormir mais, me levantei ás cinco e meia da manhã. Eu só me acordo ás seis e meia. Justo hoje que eu poderia faltar na escola, eu me acordo cinco e meia da manhã. Quando eu me levantei da minha cama, fui me rastejando até o banheiro. Lavei meu rosto e fui para a varanda. Quando fui abrir a porta da varanda, percebi que ela estava destrancada. Logo pensei que eu poderia ter me esquecido de trancar na noite passada, mas quando eu coloquei meus pés pra dentro da varanda, Thiago estava se balançando na rede.

-Também não consegue dormir Lili?- disse Thiago olhando para cima. Lili era um apelido de infância, do qual eu amava.

-Também? Você não tá conseguindo?-perguntei a ele, procurando um lugar para me sentar.

-É. Estou ansioso para o casamento. E você? -agora sim ele estava olhando pra mim, com aquela carinha fofa e sonolenta.

-Ansiosa não é a palavra certa, mas digamos que eu estou um tanto ansiosa.-eu estava sentada no chão, a poucos centímetros da rede.-Eu detesto usar roupa social.- fiz uma careta.

-Eu também, mas meu pai me acostumou a usar roupas assim. Mas mesmo assim, eu continuo não gostando.-Thiago cruzou os braços e ficou emburrado, depois voltou a sorrir.-Se eu fosse você, estaria dormindo.-ele falou dando um sorriso.

-Então porque não está?

-Perdi o sono- ele estava sempre olhando pra cima. Se sentou na rede, e deu um espaço para o lado, dando um tapinha na rede do lado dele e estendendo a mão para mim.
-Você pode ficar doente, sente aqui.-eu estava super envergonhada. Mesmo ele sendo meu "irmão", eu não conseguia ficar de pijama perto dele por muito tempo. Mas, me levantei e sentei do lado dele.
-Você está gelada.-ele me abraçou. Ele estava tão quentinho, mesmo estando com uma regata e um short. Estava tão cansada que acabei dormindo nos braços de Thiago.

Quando me acordei, já eram oito e meia da manhã, e eu estava na minha cama. Me sentei na cama, peguei o celular e olhei as minhas notificações e dentre as dez mensagens, cinco eram do grupo da minha sala. E as outras eram mensagens do meu melhor amigo.

Oii
Acorda
Tenho que falar com você
Acho que vou ai no domingo
Me responde !!!

Calma querido!
Estava dormindo!zzz
Não acredito!!!
Que bom. Não vejo a hora.
Tenho que ir, depois eu te chamo!!

Pelo menos uma notícia boa.
Finalmente me levantei, desci as escadas e, todos já estavam na mesa. Minha mãe estava fazendo o café, Thiago estava mexendo no celular, mas quando me viu, abriu um sorriso encantador, e meu padrasto estava lendo o jornal-acho que ele é a única pessoa que eu conheço que ainda lê jornal.