Capítulo 7

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Bateram na porta e Maite acordou do transe.

— Quem é? — perguntou secando as lágrimas que escorriam por seu rosto.

— Christian — respondeu e Maite arregalou os olhos.

— Um momento – ela disse indo até o banheiro lavar o rosto. — Bom dia, Chávez — desejou abrindo a porta e passando reto por Christian.

— Não vai me cumprimentar? — Christian perguntou decepcionado.

— Te desejei bom dia — Maite respondeu somente, de costas para ele, fingindo procurar algo nos armários.

— O que houve? Ontem estávamos tão bem — o moreno soou tristonho.

— Houve que você passou dos limites quando me beijou. Você se aproveitou que eu não estava bem, que precisava de apoio, de carinho... Que... Que eu estava carente e isso eu não aceito, Chávez! Não aceito que brinquem comigo e que me usem. Já passei por isso uma vez, mas eu não sou mais uma adolescente boba, não sou mais uma adolescente apaixonada e ninguém mais me usa — a morena disse com ódio, o rosto vermelho.

— Mas eu não fiz isso, Perroni! Eu não me aproveitei de você. Por mais que não tenhamos uma boa relação, eu não brincaria com você, não te usaria — Christian se defendeu assustado.

— Você é um hipócrita, imbecil! — Maite acusou.

— Você é mesquinha — Christian retrucou se irritando.

— Você é nojento — Maite retrucou indo para cima de Christian com as mãos prontas para lhe bater, porém Christian as segurou e prensou Maite contra a primeira coisa que encontrou: uma das enormes geladeiras da cozinha. — Me solta — a morena exigiu.

— O que você vai fazer se eu não te soltar? — Christian desafiou-a com um sorriso malicioso. Maite entrou no jogo.

— Quer mesmo saber? — a morena perguntou com a voz baixa, rouca e repleta de sedução. Christian estremeceu e assentiu com a cabeça. Maite abaixou a cabeça como se fosse beijar o peito descoberto de Christian pela camisa desabotoada nos primeiros botões, colando o corpo no dele, porém, com um movimento rápido, lhe deu uma joelhada nas partes baixas. Christian se ajoelhou no chão e se dobrou em posição fetal, gemendo de dor. Maite não gostou de fazer isso, mas não ia se entregar fácil assim. — Isso é para você aprender a não mexer com Maite Perroni Beorlegui — ela se dirigiu a porta da cozinha e a abriu. — A porta é a serventia da casa... Vaza — ordenou e, com o olhar furioso e cheio de dor, Christian saiu batendo os pés.

Maite fechou a porta e se encostou contra ela de costas, tinha o coração acelerado, as mãos tremiam e por sua cabeça passavam coisas que nem ela entendia, isso sem contar o estomago se contraindo e revirando.

— Merda — sussurrou olhando as mãos suadas e tremulas. Tudo culpa daquela repentina e maldita aproximação de Christian. — Ai Deus, o Senhor deve estar de graça comigo para que eu me sinta assim por causa daquele babaca — resmungou voltando ao trabalho.

— Não acredito que aquela... Aquela mulher fez isso comigo — Christian resmungou sentado no banco do motorista de seu carro, no estacionamento do restaurante de Maite, ainda com as partes baixas doloridas. — Como é que meu coração consegue ser tão idiota ao ponto de acelerar por causa dela? E como é que eu pude imaginar que ela ia mesmo se entregar? Ela não sente nada por mim e mesmo que sentisse não ia dar o braço a torcer — lamentou. — Ela te odeia Christian e você devia odiá-la também — disse para si mesmo dando partida no carro.

Uma mulher de cabelos longos e castanhos o olhava pela janela de uma cozinha com o coração apertado por não entender o que se passava com seus sentimentos... Uma lágrima escorreu por seu rosto de pele clara e macia...

∞∞∞

— Ei, que cara é essa? — Dulce perguntou ao irmão ao vê-lo chegar em casa com uma mistura de raiva e decepção estampada em seu semblante.

— Perroni — ele disse somente e foi para o seu quarto. Dulce mordeu o lábio e foi atrás dele.

— Posso? — a ruiva perguntou abrindo a porta.

—Entra — Christian respondeu deitando de barriga pra cima, os braços sob a cabeça.

— Quer me contar o que houve? — Dulce perguntou sentando perto do irmão que suspirou.

— Eu fui falar com a Perroni sobre ontem, aquilo que eu te contei mais cedo, mas... Ela acha que eu estou brincando com ela, que eu a estou usando e que eu vou fazê-la sofrer... Eu nem sequer sei o que sinto por ela, como é que eu iria usa-la? — Christian contou e Dulce mordeu o lábio. — Ela disse algo como "eu não sou mais uma adolescente boba e apaixonada e não vou cair nesse jogo de novo" – Christian tinha o semblante franzido, a expressão confusa, Dulce somente o olhou por algum tempo.

— Chris, você pode não entender ainda, mas eu acredito que você está apaixonado por ela — Christian fez menção de retrucar, mas Dulce estendeu a mão, num sinal para que ele esperasse ela terminar o que tinha a dizer e ele se calou. — Bom, ao que parece, Maite sofreu por amor na adolescência e isso a fez odiar os homens, digamos assim, ou, pelo menos, ela deixou de confiar neles – Dulce dizia e Christian somente a olhava querendo saber até onde ela chegaria. — Eu realmente acredito que você gosta dela e que ela também gosta de você, mas que não vai admitir pelos motivos citados anteriormente e...

— Dulce, vá direto ao ponto, por favor — Christian a interrompeu e ela sorriu.

— Como eu estava dizendo, eu tenho certeza que tu tá apaixonado pela Maite e acho que ela também gosta de você, mas que ela não vai aceitar isso... Enfim, você vai ter que conquistar a confiança dela, mostrar pra ela que você não quer fazê-la sofrer e que você só quer uma chance para fazê-la feliz — os olhos de Dulce brilhavam e Christian a olhava com os olhos arregalados.

— Irmãzinha, você está bem? Porque, assim, é meio retardice da sua parte pensar essas coisas, sabe? — Christian estava assustado, sua irmã estava enlouquecendo.

— Eu estou falando sério, Christian — Dulce olhou-o nos olhos e Christian viu que ela realmente estava certa do que dizia. — Você vai ver como eu estou certa — ela disse ainda séria e levantou-se, saindo do quarto. Christian franziu o cenho e ficou olhando para o teto até que adormeceu.

Eu sou o melhor... pra vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora