Capítulo 3

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Tenho boas notícias! – foi o que li na mensagem marcada bem na tela do meu celular assim que acordei. Ainda estava sonolento e semicerrei os olhos quando vi o horário da mensagem:

06:40

Subi os olhos para o horário atual:

07:05

Sete e cinco! Porcaria! Eu estava incrivelmente atrasado, Willam iria me matar. Meu atraso não seria lá um grande problema se não fosse pelos dias que estávamos tendo. Reuniões e ligações, arrumando tudo para que conseguíssemos uma alta segurança sobre os negócios e sobre mim, o que era quase a mesma coisa. Eu teria que chegar as 07:30 para uma reunião. Sete e trinta da manhã! Isso não ia acontecer.

Bufei enquanto banhava com rapidez, quase me contorcendo sob a água para tentar ir mais rápido. Quando já estava terminando de pôr a gravata meu celular tocou. Era Willam, não atendi e só deixei que tocasse, o que era um lembrete, eu quase podia escutar a melodia da música se transformar e gritar: corra!

Peguei a pasta e o celular, quase correndo para fora. Assim que entrei no carro meu telefone voltou a tocar, apenas olhei de soslaio e ignorei. Ele vai insistir? Dirigi o mais rápido que pude, e quando finalmente estacionei e olhei para o celular:

07:48

5 chamadas não atendidas

Saí com minhas coisas e andei a passos largos para dentro. O celular voltou a tocar e dessa vez atendi, era o jeito.

— Estou subindo – falei logo e desliguei. Nem queria ver sua cara quando eu chegasse.

Passei pela recepcionista e assim que virei o corredor dei de cara com Willam. Seu rosto estava fechado e era claro que estava irritado.

— A reunião já começou? – falei tentando parecer casual. Claro que não começaria sem mim.

— Ora, esqueça a reunião – Willam jogou as mãos no ar. – Eu a transferi, temos algo mais urgente para resolver. – ele começou a andar e eu o segui até sua sala, onde Willam parou antes de entrar – Disse que tinha boas notícias, ou você ignorou minha mensagem como fez com as ligações?

— Eu não tinha tempo – tremi as pálpebras – Acordei atrasado e tinha que correr para cá. Mas sim, eu li sua mensagem.

— Ótimo – Willam abriu a porta e entrou. O segui e de imediato meus olhos encontraram aquele verde frio que pareceu enxergar o fundo da minha alma quando Hayden ergueu o rosto para mim. Ele estava sentado em um sofá do outro lado. – Os Sullivan são muito competentes e atenciosos, não acha? – o velho sorriu – Já está tudo pronto.

— Tudo pronto? – com dificuldade consegui livrar-me daqueles olhos e olhei para Willam.

— Sim, o senhor Manly está pronto para o trabalho – ele virou para mim – As malas estão na recepção.

— Ah, certo – caminhei até Hayden e estendi a mão em sua direção – Bem-vindo, senhor Manly.

Ele levantou e retribuiu meu cumprimento.

— Será um prazer trabalhar para o senhor – disse.

Willam deixou o restante em minhas mãos e saiu da sala. Eu precisava acertar as coisas sobre o trabalho com Hayden antes que começasse o meu. Havia muito o que fazer, e logo a tarde seria a reunião remarcada.

— Enquanto estou no trabalho você fica livre, não precisa me seguir – expliquei – Mas esteja pronto sempre que o chamar.

— Sim, senhor.

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