Capítulo - 31

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Acordo com a enfermeira me desamarrando, penso em como tinha sido desconfortável passar a noite toda amarrado, mas com certeza melhor do que Samanta eu estava. Eu não estou dando pulos de alegria por eu estar amarrado em uma cama e ela estar numa camisa de força em algum lugar deste maldito hospital mas isso é sinal de que tudo está correndo como o planejado. Depois de tomar os remédios e o Café dá manhã a enfermeira me leva até o consultório do Psiquiatra.

- Bom dia.
- Bom dia, devo perguntar o porquê dá sua alegria.
- Ah nada demais, apenas descobria as intenções de uma certa paciente.
- E de qual paciente você se refere?
- Não é óbvio?
- Samanta?
- E quem mais seria?
- E quais eram as intenções dela?
- Me enterrar neste lugar junto com ela.
- Como assim?
- Meu bom doutor o senhor deveria estar orgulhoso, foi você quem abriu meus olhos para a verdade.
- Ah foi é?
- Sim, eu fiquei pensando no que disse e fui conversar com Samanta educadamente e ela começou a gritar e dizer que eu havia chamado ela de louca.
- Sim, eu soube.
- Se você sabia por que fez com que eu dissesse tudo de novo?
- Porque eu queria saber o seu lado dá história. E pelo visto a controvérsias.
- Como assim?
- Samanta me contou que você fez com que ela te atacasse de propósito.
- E você acreditou nela.
- É claro que não, Samanta tem um sério caso de distúrbio de personalidade, ou seja ela mente muito. Já sabemos que não podemos confiar em nada do que ela diz. Não se preocupe em nenhum momento duvidamos de você. Agora esperamos que essa amizade entre vocês tenha acabado de uma vez por todas.
- Com certeza, depois do que ela fez.
- Ótimo, tirando isso como tem passado?
- Não sei ao certo mas eu me sinto bem, eu não sinto mais as dores de cabeça constantes e nem tenho excesso de raiva.
- Que ótimo, o que mais?
- Eu também sinto falta dos meus amigos, sinto falta principalmente do meu irmão. Ele acabou de casar, deve estar curtindo a lua de mel.
- Me conte mais sobre seu irmão.
- Ah meu irmão, ele sempre foi meu melhor amigo, somos gêmeos então dá pra entender porque nossa amizade é tão importante. Eu sinto falta dele, de como nós éramos grudados antes de sairmos de casa.
- O que houve depois que saíram?
- A distância veio, e com ela trouxe uma namorada é muito trabalho. Nós afastamos demais desde então.
- Pelo que eu entendi você teme que você e seu irmão nunca voltem a ser como antes.
- Por um lado sim mas por outro eu sei que ele está apenas seguindo em frente.
- Bom acho que nosso tempo acabou, nos vemos amanhã.
- Até amanhã doutor, foi ótimo conversar com o senhor.

Saio dá sala com um sorriso vitorioso, meu plano está finalmente em ação. Ele acreditou em tudo que eu disse. Aposto que deve estar passando o relatório para minha mãe. Ela mais do que ninguém ficará feliz com a notícia de que seu filho está entrando nos eixos.

***

Me despeço de Mike e volto para dentro de casa, minha mãe e meu pai estão em frente a TV, passo por eles despercebida e volto às pressas para o meu quarto. Eu não quero que eles fiquem me interrogando sobre o que eu falei com Mike. Eu odeio quando eles fazem isso. Entro no banho e tomo um banho rápido, a viagem me deixou exausta e eu preciso mesmo dormir. Deito na cama mas o sono demora a vir então fico virando de um lado para o outro até que pego no sono.

Eu estou caindo de um penhasco, não vejo nada lá em baixo. Ouço gritos vindo de cima, tento ver quem é mas minha visão está embaçada, estou prestes a cair no chão quando sinto mãos me pegarem, olho para o lado e vejo James. Me debato para que ele me solte mas isso só faz com que ele me aperte mais forte, vejo seu sorriso cínico e sei que ele não me soltará. Ele me coloca no chão mas não tira as mãos de mim, tento correr mas ele me contrai seu corpo contra o meu, ele me beija minha testa e esse é meu fim.

Acordo gritando desesperadamente, minha mãe entra no quarto correndo e ascende a luz.

- O que houve meu amor?
- Não me deixe voltar para lá.

Abraço minha mãe em busca de conforto e calma mas isso é impossível. O sonho mexeu demais comigo para que eu me acalme tão facilmente. Me trouxeram para está cidade para que eu esquecesse os problemas e ele me seguiu até aqui. Eu estou a Quilômetros de distância e mesmo assim ele me alcançou. Não importa o tempo que fosse eu nunca estarei em paz. Passo o resto dá noite acordada, tento ler um dos livros que eu lia na minha adolescência, meu favorito é Tristão e Isolda. Não sei porque mas eu encontro conforte em romances trágicos como esse. Meu pai sempre diz que eu nunca serei como minha mãe. É parece que ele tem razão.
Entro tanto na leitura que já nem vejo a hora passar, ouço minha mãe me chamar para o café dá manhã. Tomo um banho rápido e desço, pego meu celular e digo para Mike me encontrar no Parque onde íamos quando crianças. Não demora muito e ele responde que esperará ansioso. Tento tomar meu café o mais calmamente possível, minha mãe e meu pai ficam trocando olhares e logo em seguida eles me olham intrigados.

Emma - Se quiserem me perguntar alguma coisa é só perguntar, não precisa ficar olhando um para o outro para saber que fará a pergunta.
Mamãe - Filha sabe que queremos o seu bem né?!
Emma - Sei.
Mamãe - O que aconteceu com você essa madrugada nos deixou preocupados, achamos que você deve consultar um psicólogo.
Emma - Esse não foi nosso trato, vocês estão querendo me internar.
Papai - Filha não é isso.
Emma - Agora você fala comigo? Até ontem eu nem existia pra você. Me diz pai a quanto foi que eu te decepcionei para que você parasse de falar comigo?
Mamãe - A questão não é essa filha.
Emma - Não mesmo.

Saio batendo a porta pego a chaves do carro na cesta de frutas e saio pela porta dá frente. Entro no carro e saio para encontrar Mike. Eu não quero ter essa conversa, eu quero ir para bem longe daqui.

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Aviso, gente por enquanto eu estou postando um capítulo a cada dia eu espero mesmo que eu continue assim mas se ocorrer qualquer bloqueio comigo eu aviso.

O Psicopata e a Suicida (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora