Capítulo 1

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Carpe Diem, uma expressão em latim que significa aproveite o presente.   

"Japão, Julho de 2017.

Nosso primeiro show no Japão, dois anos após nosso debut. Fiquei feliz quando disse que nos acompanharia em um momento especial como esse. Você é meu 'highlight'.

Eu amo você.  
                    
                             - Vernon"

  Foi olhando uma foto nossa que me lembrei de tudo o que vivemos juntos. As pessoas dizem que só temos um grande momento em toda nossa vida. Você me mostrou que elas estão erradas, afinal cada dia em que passamos juntos foram grandes momentos.

  Amo-te e meu amor por você nunca mudará em qualquer circunstância, época ou lugar.

Lembranças, 6 anos atrás


  Nossa vida era feita de inúmeros e pequenos "até logo". Sempre ficávamos meses sem nos ver por conta da rotina corrida dele. Namoro um cara famoso, devo respeitar seu tempo em turnê, pensava sempre, tentando controlar-me em momentos difíceis. Por um lado, fico feliz: Vernon, meu namorado, e o SEVENTEEN, o grupo no qual ele era integrante, estavam fazendo muito sucesso. Contudo, por conta de sua rotina maluca, ele ficava sem tempo para sua família, para mim e para pessoa mais importante: ele mesmo.

  Após três anos de sua estreia, SEVENTEEN estava prestes a realizar sua tão esperada primeira turnê mundial. Esta foi uma das poucas vezes que os acompanhei em um show. Não pude deixar de fazer uma rápida visita ao meu país de origem. Além da enorme saudade que sentia da minha mãe, padrasto e amigos de lá, durante a viagem, teria uma noticia a dar para Vernon, aproveitando o momento perfeito.

  A turnê começaria no Brasil, passando por toda a América e teria seu fim na Coreia.

  "— Foi meio que um presente para você... Tive que insistir muito ao CEO da empresa.", disse Vernon, quando veio à minha casa dar tal notícia.

  Naquele dia, ele estava tão desconfortável com minha presença. Era como se estivesse a esconder algo de mim. Porém, o quê e por quê? Por que eu não poderia saber?

  Encontrei-o no banheiro, após ouvir alguns gemidos e gritos abafados de dor. Ele estava chorando, tremendo, nervoso.

  Mesmo perguntando-o o que estava acontecendo, as únicas respostas que eu tinha eram "Estou bem. Por favor, não se preocupe.", "Estou bem, querida! Pare de pensar besteiras!".

    Isso era tão frustrante...

  Porém, a pior coisa era eu não conseguir dizer-lhe tudo o que sentia cara a cara.

  Feliz e talvez um pouco nervosa, passei as quase trinta horas de voo da Coreia do Sul até o Brasil imaginando sua reação. Nem sempre minha mente me permitia fantasiar coisas boas sobre o aguardado momento; isso me deixou ainda mais ansiosa.

  Além, é claro, dessa surpresa, minhas feições não demonstravam apenas tristeza, mas preocupação também. Vernon estava estranho há quase um ano. Parecia que ele escondia algo de nós. Os meninos, depois de um tempo, passaram a ficar da mesma forma.

  Comecei a sentir-me estranha e desconfortável. A cada dia que passava, sentia coisas erradas sobre a situação. Parecia que não confiavam mais em mim.

Carpe Diem [pt.1]Onde histórias criam vida. Descubra agora