Capítulo 3- Criando uma pseudo esperança

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Já se passaram 3 anos desde o meu primeiro evento de anime, e também da minha primeira paixão por alguém do mesmo sexo. E como o belo fracassado que eu sou nunca nesses três anos chamei o Mathias para conversar porém sempre curtia as coisas dele. Apenas via ele durante os eventos de animes, que aliás ele ia em toda edição assim como eu. Sempre que o via passar por mim meu coração passava à acelerar de uma forma incontrolável até minhas pernas balançarem com tamanho tremor, acreditava que ele ficava me encarando, mas como todo bom míope não confiava em meus olhos.
   Eu nunca tinha contado para ninguém desse amor platônico, porém resolvi contar dele para meu melhor amigo e a opinião dele seria igual a minha.
"Não tem condições de vocês namorarem ele é muito bonito e você não deve ser o único apaixonado por ele que nunca se declarou".
   Após o evento, assim que chego em casa ligo meu computador para assistir animes, como faço todos os dias. E normalmente eu deixo minhas redes sociais ligadas caso alguém queira falar comigo, só que hoje eu estava meio que de saco cheio de todo mundo e resolvi que não quero falar com ninguém, nem ver nada. No momento em que abro meu navegador de internet recebo uma notificação de mensagem de Mathias, primeiro achei que meus olhos estavam me pregando uma peça ou de que fosse algum outro Mathias da qual eu não conhecia, todas as possibilidades passavam pela minha cabeça menos a de que era mensagem dele. Resolvo ir checar e fiquei tão surpreso que acabei demorando para responder, era o mesmo Mathias na qual eu estou apaixonado a três anos! Eu não podia acreditar, resolvo abrir a conversa, tem apenas uma mensagem.
- Oi.
   A mesma pergunta que fiz a mim mesmo era de "Será que foi um engano?".
- Olá. Respondi com muita aflição.

   Então veio o pior, ele visualizou porém não respomdeu, fiquei minutos com a janela aberta esperando ser respondido porém nada. Sinto uma lágrima escorrer pelo meu rosto.
- É, deve ter sido engano realmente. Digo a mim em voz alta  e com um tom de frustração.
   Resolvi então fechar minhas redes sociais e ficar apenas assistindo desenhos japoneses. Pensei então em fazer uma maratona de animes, arrumei a minha cama na posição mais confortável possível, preparei lanches e muito café para passar toda a noite acordado e conseguir ficar sem pensar nele. Depois disso não entrei em nenhuma rede social, nem sai de casa, passei uma semana inteira deprimido sem falar com ninguém, apenas assistindo animes, todos os dias.
   Até que então acordo em um domingo e recebo a notícia de que minhas férias de inverno acabaram, e que segunda-feira começa minhas aulas novamente. Depois de todo esse tempo abro minhas redes sociais para conversar com meus colegas sobre a volta das aulas, minha caixa de mensagem está cheia, com meus amigos perguntando se eu estava bem e bem abaixo uma mensagem de Mathias,  um dia após eu ter sido ignorado.
  - Você por acaso joga Ragnarok? Disse Mathias por meio de uma única mensagem.
   Pode não  ter sido engano, como pode ser que ele apenas queira ajuda de um otaku viciados em rpg's. Porém meu computador está cheio de vírus e não tenho mais contato com jogos de computador.
- Não. Meu computador não está funcionando direito. Disse a ele, respondendo sua pergunta.
   Dessa vez ele não demorou para responder.
- Hm, que pena. Quando você consertar ele nós podemos jogar juntos se quiser ^^. Disse ele, deixando um emoticon  amigável no final da frase.
- Claro, assim que eu arrumar eu te aviso, e ai jogamos xD. Respondi com muita animação e usando um emoticon bem divertido.
   Aqui a conversa acaba.
   Será que ele poderia estar interessado em mim? Nãão! Ele provavelmente só quer ajuda no jogo. Bom pelo menos isso ja é alguma coisa, nós podemos nos tornar amigos, isso já seria incrível, eu devia achar uma forma rápida de arrumar meu computador.
  Se passaram alguns dias desde que Mathias me convidou para jogar e nós não nos falamos mais, eu conversei sobre isso com  meu melhor amigo Erick, durante a aula, ele disse que eu deveria chamar ele e ter uma conversa normal.
   Durante todo o trajeto de volta para casa, me pergunto se deveria fazer isso, decido que vou chamar ele. Vou a um shopping e fico por la algumas horas jogando e comendo algumas porcarias de fast food.
   Chegando em casa, meu amigo Erick, estava no meu quarto mexendo em meu computador, ele sempre faz isso.
- Hoje é sexta, vamos sair pra tomar um trago. Disse ele logo que entro em meu quarto.
- Naaaah, hoje não. Rejeito seu convite. - Prefiro ficar em casa vendo animes. Respondi enquanto trocava de roupa.
- Nós podemos ir naquela praça aonde aqueles emos que você tanto gostam ficam bebendo como era o nome mesmo? Eu conheço algumas pessoas que vão lá, quem sabe você já não fala com o Mathias, haha. Disse com um tom de deboche.
- O Mathias vai na Praça do café? Parando pra pensar, nas vezes em que passei por lá eu pensei em te-lo visto, mas estava sem meu óculos. 
   Aquela Praça era conhecida por "Praça do Café", por todos na cidade, porque todos que a frequentam  são alcoólatras viciados em cafeína e nicotina. Isso claro, era a visão de toda a cidade sobre as pessoas que frequentam a Praça da café, que é extramemante generalizada, mas não  era bem assim.
- Nas ultimas vezes que eu fui vi ele por lá, mas ele parecia bem tímido. Não vai ser fácil para alguém tímido como você. Que situação ruim, em? Disse Erick, enquanto se virava para me olhar trocar de roupas, ele sempre faz isso.
  Eu tenho 1,50 de altura, com um cabelo até os ombros com uma franja quadrada e as pontas do cabelo platinadas. Coloco minha calça skin preta que da um belo destaque em minhas pernas gordas, um allstar branco, uma camiseta preta com a estampa do anime FullMetal Alchemist, uma toca preta para esconder o cabelo bagunçado e sujo, e claro, por cima de meus olhos escuro como a noite, meus óculos.
- Então, vamos? Já estou pronto. Acha que ele vai gostar de mim assim? Pergunto a Erick enquanto ele arruma minha mochila para irmos.
- Você esta uma frozinha como sempre, Dany. Mas não  te garanto que ele estará lá.  Respondeu Erick me chamando pelo apelido. Todos meus amigos me chamam assim, eles acham que Danth é muito másculo para mim. O que eu acho bem idiota, diga-se de passagem.
   Erick tem 1,70 e tem um cabelão que passa de sua cintura de um tom castanho claro, cabelo que dava inveja em muitas pessoas. Usava, uma camiseta da banda Suicide Silence, uma jeans em um tom azul escuro e um coturno preto.
   Estávamos quase saindo de casa quando me lembro de colocar para fora da camiseta o meu colar do One Piece. É...eu sou bem otakinho.
   Chegamos na Praça do Café por volta de umas 20 horas da noite, antes passamos no mercado para comprar Vodka e um vinho, eu sabia que Mathias adorava vinho assim como eu, então pensei em comprar um e caso o visse iria o chamar para beber comigo.  Bom, esse era o plano para a noite.
   Para nossa surpresa a Praça do Café estava cheia de pessoas, grupos totalmente diferente se encontram lá, é um córrego grande até, cercado por dois prédios enormes, com vários bancos e espaço para todos. As únicas pessoas que Erick conhecia e estavam ali presente, se situavam no final do córrego, a praça é dividida em três corredores, nós fomos pelo o do meio, era o que tinha menos pessoas desconhecidas. Assim que chegamos aos amigos de Erick, ele me apresenta para todos, porém Mathias não estava la, mas mesmo assim decidir ficar por ali, bebendo com aquelas pessoas, se são amigos de Erick então são legais.
   Olho para os outros grupos para ver se não encontro ninguém conhecido e ao longe, saindo da Praça do Café, uma pessoa alta, magra, com um cabelo todo azul, com uma jaqueta escura bem junta ao corpo, uma calça jeans preta e um allstar preto, chama minha atenção. Ele se parecia muito com Mathias, mas óbvio,  não tive coragem de ir atrás dele.
   Fico ali bebendo com aquele pessoal ate umas 23:40 e resolvemos ir para outro lugar, porque algumas pessoas ali da Praça do Café estavam arrumando briga. Fomos para a frente de um bar e ficamos por ali bebendo até umas 2:00, quando acaba a bebida, eu não digo a ninguém sobre o vinho, Erick até se esqueceu dele.  Mas ficamos por lá fazendo vários nadas até umas 4:00 horas, quando resolvo ir embora, frustrado por não ter encontrado Mathias.
- Mas tem ônibus que vai pra sua casa a essa hora? Pergunta Erick meio bêbado se fingindo de preocupado. Eu por sorte não fico bêbado facilmente.
- Tem sim, não se preocupe, é bem tranquilo para lá, você sabe. Disse enquanto me despedia de todos.
   Eu menti,  o próximo ônibus é as 6:00, mas eu vou caminhando, não demora mais de 40 minutos de caminhada em um ritmo lento. Assim que chego em meu bairro me sento em um banco de um caminhódromo e fico bebendo o vinho que tinha guardado em minha mochila. Pego meu celular, são  recem 5:00 horas, não posso chegar em casa antes das 7:00, disse que ia posar na casa de um amigo e voltaria no primeiro ônibus.
   Acho um Wi-Fi sem senha e funcionando ali, então recebo algumas notificações, e uma delas é de Mathias.
- Eu vi você la na Praça do Café hoje, mas eu já estava de saída.
   Leio sem abrir a mensagem e logo fico todo corado e um sorriso bobo em mim surge, não sei se é por ter achado ele ter vindo falar comigo algo muito fofo, é como se meu senpai estivesse me notando, ou se era por causa da bebida.
   Volto para casa e vou direto deitar, fico deitado olhando para o teto pensando comigo. "Como seria um relacionamento com ele? Será que ele beija bem?". Criou-se uma esperança muito grande dentro mim, comecei a ver uma esperança depois de muito tempo apenas imaginando, essa é a minha chance!

Depois que eu conheci os animes Onde histórias criam vida. Descubra agora