Capítulo - 32

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No caminho para o parque fico pensando no porque tive aquele sonho, eu estou tão longe de James e mesmo assim ele ainda tem poder sobre mim, eu preciso fazer alguma coisa para tirar ele dá minha cabeça de uma vez por todas. Mike será a única pessoa que poderá me ajudar de agora em diante, ele é meu amigo e eu nunca deveria ter perdido o contato com ele. Me faz tão mal pensar que tudo que aconteceu na minha vida poderia ter sido evitado se eu não tivesse me afastado dele. Mike está me esperando sentando no banco em frente ao parquinho das crianças. Tento chegar pelas costas dele sem que ele perceba mas ele prevê minha presença antes mesmo de eu chegar mais perto dele.

- Como é que você faz isso?
- É um dom.
- Fala sério.
Risos
- Você sempre me ajuda, sabe você não é nem um pouco sorrateira.
- Ah, então esse é o segredo?
- Sim, Você sempre fez muito barulho, por isso sempre que brincávamos de esconde-esconde eu te achava sem dificuldade.
- Você é uma pilantra, eu pensava que era porque você era muito bom em esconde-esconde.
- E eu sou.
- Hãm.
- Então, vamos ao assunto que me trouxe aqui.
- Ah, pensei que você tinha esquecido.
- Eu não me esqueço das coisas tão fácil, assim como não esqueci o dia em que você deu seu primeiro beijo.
- Ah nem me lembre, aquele dia foi o pior dia dá minha Adolescência.
Risos - Eu me diverti muito aquele dia, foi muito engraçado o jeito que vocês bateram a cabeça.
- Oh não, nem me lembre, minha cabeça ficou doendo pra caramba.
Risos - Você ficou com o maior galo na cabeça, eu lembro que até te dei um apelido.
- Ah nem ouse menciona-lo, eu ainda não sei se te perdoei por ter colocado ele em mim.
- Tá certo, eu não mencionarei, mas que era engraçado era.
- Ótimo.
Risos
- Então vamos direto ao assunto que me tirou dá cama no sábado tão cedo.
- Pois é, me desculpe por te chamar assim as pressas, meus pais querem que eu consulte um Psicólogo.
- E eu posso saber por que?
- Porque eu tentei me matar recentemente.
- Disso eu já sabia, mas o que mais que aconteceu que fez eles tomarem essa decisão.
- Essa madrugada eu tive um pesadelo.
- E sobre o que era esse pesadelo?
- Antes de conhecer o James eu fui atacada.
- Como assim atacada?
- Um homem me pegou num dia que eu estava saindo do trabalho e me levou para um galpão e me torturou por horas, eu quase morri.
- E como foi que você conseguiu se salvar.
- Eu realmente não sei, ele me largou na rua para morrer até sangrar e depois eu só lembro de acordar no hospital.

Eu odeio mentir para Mike mas é necessário, eu sei do que James é capaz e se eu contar o que realmente aconteceu Mike tentará ir atrás de James e isso só fará com que James me machuque ainda mais do que já machucou.

- E o que isso tem haver com os sonhos que você anda tendo?
- Eu sonhei com ele, o cara que me torturou.

Bom essa parte não é mentira.

- Entendi.
- O que você acha que eu devo fazer.
- Olha eu acho que você deve aceitar a proposta dos seus país. Só um psicólogo poderá ajudar você com isso.
- Mas e quanto a você, você sempre me ajudou quando eu precisei.
- É só que as coisas são diferentes agora, você esconde coisas de mim, e não diga que não porque eu te conheço muito bem e sei quando está mentindo. Então já que você não pode me contar tudo, vai pode dizer ao psicólogo.

Não consigo falar mais nada, abaixo minha cabeça e tento segurar para que as lágrimas não saiam. Eu sei que Mike quer me proteger, ele é como o irmão que eu nunca tive, Mike é bem parecido comigo só que seu Cabelo é Castanho quase loiro e seus olhos são azuis bem claros. Mike percebe minha tristeza ao ouvir o que ele acabará de dizer e tenta fazer com que eu me acalme.

- Olha não precisa ficar assim, eu ainda estarei aqui para o que você precisar. Você sempre poderá mandar um Bat-sinal.
Risos

Eu gosto de como Mike faz momentos ruins transformarem-se em momentos engraçados.

- Obrigado, obrigado por tudo que tem feito por mim desde que eu voltei.
- Eu só aceitarei seu obrigado se você pagar o café dá manhã pra mim, eu estou faminto.
- Tudo bem, mas não é para comer a lanchonete inteira, e principalmente as garçonetes.
- Ah nem as garçonetes?
- Não.
- OK, eu aceito só a comida.
Risos

***

Eu odeio ficar neste lugar sem nada pra fazer, pelo menos quando a Samanta estava comigo eu me distraia. Fico no meu quarto andando de um lado para o outro até a visita dá minha mãe. Acho que ela veio se gabar de que estava certa sobre a Samanta e que se eu tivesse escutado ela eu não teria me metido em metade dos problemas que eu andei me metendo.

- Eu soube o que aconteceu ontem.
- Hum, que bom pra você.
- Até quando você vai me tratar assim?
- Eu não sei mãe, eu estou magoado demais para pensar em quando eu vou perdoar a minha mãe por ter me internado aqui e ter feito com que ninguém dá nossa família viesse me ver, nem ao menos uma ligação. É me tirou a única coisa que me mantinha nos eixos.
- Um dia você entenderá que eu fiz tudo isso para o seu bem.
- Ah mas eu entendo, até porque se eu não entendesse eu não estaria tentando melhorar.
- Filho é ótimo que você esteja fazendo progresso mas não será tão fácil sair daqui.
- Eu não me importo se algum dia sairei daqui ou não, eu já perdi tudo que eu presava em minha vida.
- Não fale assim, você ainda tem a m.......
- A você? A mãe eu creio que eu já tive você por muito tempo. Eu não quero mais que a senhora venha aqui.
- O que?
- Eu acho melhor você voltar para casa.
- Por quê?
- Não é só eu que preciso de você, se você bem sabe eu tenho um irmão é um pai que estão precisando de você tanto quanto eu.
- Mas....
- E também será melhor para mim, se você estiver longe eu poderei seguir em frente sem me prender a raivas e mágoas do passado e assim poderei começar o tratamento.
- Eu vou conversar com o seu Psiquiatra, não sei se essa decisão é certa.
- Faça como quiser mas se continuar a vir aqui eu continuarei a te ignorar.
- Você não seria capaz.

O silêncio responde por mim, eu sei que fui duro demais com as palavras, partes delas são verdades e outras são mentiras mas eu não posso deixar que ela fique aqui e atrapalhe meu plano, eu sei que o médico concordará com a minha decisão. Eu finalmente estarei livre para provar que posso sair daqui e então eu voltarei para onde eu jamais deveria ter saído. Ouço ela bater a porta do quarto, acho que ela finalmente entendeu que eu não estou para brincadeiras. Quero saber como Emma está, quero poder toca-lá e pedir perdão por tudo que fiz ela passar, quero poder fazer ela se sentir segura. Eu sei que ela nunca mais vai me deixar voltar para a vida dela mas eu preciso tentar. Eu a amo demais para deixar que ela sai-a dá minha vida sem ao menos me dar a chance de lutar por ela. Eu farei de tudo para ter ela ao meu lado nem que para isso eu tenha que apelar para o lado mais sombrio dentro de mim.

***

O Psicopata e a Suicida (Em Revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora