A Babá dos Meus sonhos

Capítulo 1

Gabi - Nossa essas panquecas estão com um cheiro ótimo! E o papai como está?

Marta - Como sempre. (Respondeu desanimada)

Gabi - Vai dá tudo certo.

Marta - Minha filha eu sei que você está fazendo o que pode, mas é que o leite do Bruno acabou.

Gabi - Eu vou comprar mamãe, hoje é dia dos namorados então devo conseguir vender bastante flores, não se preocupe eu sempre dou um jeito, agora tenho que ir, não posso me atrasar. (Selei sua testa).

...

Mari - Bom dia Gabi, cinco minutos atrasada, se continuar assim vai acabar sendo demitida.

Gabi - Nem fale uma coisa dessa, preciso muito desse serviço.

Mari - Então você devia ser mais responsável e pontual.

Gabi - Mari você sabe dos meus problemas, não atraso porque quero.

Mari - Eu sei Gabi, mas você sabe como a Adriana é, se ela te pega chegando as presas te demite na hora.

Gabi - Eu serei mais pontual.

Mari - Assim espero, você sabe que falo isso para o seu bem né?!

Gabi - Sim, eu sei, olha eu vou atender a cliente.
- Bom dia posso ajudar?

Cliente - Eu gostaria de cinco brigadeiros para pra levar.

Gabi - Vou embrulhar para você.

- O dia foi cansativo, a loja de doces parecia um formigueiro, era um entra e sai o tempo todo, deve ser por causa do dia dos namorados, o bom que vou ter uma boa comissão, vai dá pra comprar um pouco mais de coisas esse mês.
- As seis em ponto fechei a loja, geralmente sou eu que fico com a responsabilidade de fechar e checar tudo, fui para casa e tomei um banho, peguei as flores e fui até um restaurante para ver se conseguia alguma coisa.

- Droga! Já é quase dez horas e não vendi nem metade das flores, e agora como vou comprar o leite do Bruno, o que ganhei não dá para nada. (Pensei)

- Um cara de aproximadamente seus 27 anos saía do restaurante com sua namorada, ou esposa né, não tem como eu saber, ele era lindo, usava uma roupa social, tinha os cabelos negros e um rosto perfeito, a mulher trajava um vestido vinho, era maravilhoso e aquele salto, deve custar seis meses do salário que ganho na loja de doces, fui até eles oferecer flores, quem sabe eles me compram algumas.

Gabi - Boa noite! Será que o senhor pode me comprar umas flores, eu preciso comprar leite para o meu irmão, o meu pai está doente e minha mãe não pode trabalhar pois tem que ficar em casa para cuidar dele e do meu irmãozinho.

Leonardo - Claro que sim!

Gabi - Ai obrigado! Quantas você vai querer?

Leonardo - Todas!

Priscila - Todas meu amor? Mas não precisa, Leonardo olha, você pode ir em uma loja e comprar um buquê lindo e maravilhoso pra mim.

Leonardo - Se você não quiser as flores eu as levo até o cemitério e as deixo lá para os meus pais, mas vou comprar para ajudar a moça, você não está vendo que ela está necessitada. (Priscila fez cara feia).

Gabi - Obrigada! Eu nem sei como agradecer.

Leonardo - Não é necessário, quanto deu?

Gabi - $ 45.

Leonardo - Deixa eu ver.. Aqui está!

Gabi - Muito obrigada.

- Meus olhos brilharam, sai dali saltitante de tanta felicidade, passei na padaria e comprei duas latas de leite para Bruno,o dinheiro foi a conta, mas pelo menos meu principezinho não vai ficar com fome.
- Cheguei em casa e mamãe estava dormindo no sofá, Bruninho estava brincando sozinho com um carrinho que comprei para ele a um tempo atrás.

Gabi - Ei meu amor. (O peguei no colo) Vou preparar seu leitinho, você quer?

Bruno - Quelo. (Balançou a cabeça).

- Preparei seu leitinho, e o deitei no meu colo para mamar, mamãe acordou assustada procurando por Bruno.

Marta - Gabi, você chegou.

Gabi - Sim mamãe, e trouxe duas latas de leite.

Marta - Como você conseguiu? Gabi você não andou roubando né?

Gabi - Claro que não mamãe, pirou foi? Um homem lindo comprou todas as flores.

Marta - Olha lá heim Gabrielle, cuidado com esses homens, eles só querem te usar minha filha.

Gabi - Que horror mamãe, credo! Ele já tem uma namorada!..
Sabe mamãe, eu espero algum dia arrumar um namorado lindo assim, igual ele. Leonardo...

Marta - Iii minha filha, não sonha alto não heim, deixa isso só nos contos de fadas viu.

Gabi - A senhora acha que eu nunca vou conseguir um namorado bonito né mamãe?!

Marta - Temos que pensar em outras coisas agora Gabi, olha a nossa condição, a comida acabou, só tem um resto de arroz, o seu pai está precisando de mais fraldas, só tem uma, os remédios dele estão no fim e o seu pagamento só sai daqui a duas semanas.

Gabi - Mamãe porque a senhora não me disse antes, eu teria dado um jeito.

Marta - Você vive se virando sozinha Gabi, eu sofro muito em saber que não posso fazer nada.

Gabi - Você já faz muito mamãe. (Estávamos chorando).

Marta - Vá descansar, você levanta cedo amanhã.

Gabi - Está bem, boa noite!

- No dia seguinte, me arrumei como sempre para ir ao trabalho, papai tossia muito, fui até o quarto ver como ele estava.

Gabi - Bom dia papai! Como o senhor está? (Selei sua testa).

João - Mal minha filha, acho que de hoje não passo.

Gabi - Papai não fala assim, o senhor vai ficar bem.

João - Não acredito nisso Gabi, a três anos estou travado nessa cama sem poder sair do lugar, e nesses últimos meses as coisas só pioraram, olha como estou tossindo.

Gabi - Tenha fé papai.

João - Vá trabalhar, você já deve estar atrasada.

Gabi - Ó meu Deus! O senhor tem razão, tenho que ir.

- Sai correndo, estava vinte minutos atrasada.

Adriana - Isso são horas mocinha?

Gabi - Desculpa senhora, o meu pai está muito doente, não consegui chegar mais cedo.

Adriana - O problema do seu pai você deixa na sua casa, aqui é lugar de trabalho, se você não tem pontualidade não pode permanecer nesse lugar, você sabia que tem muita gente querendo trabalhar?

Gabi - Eu sei senhora, isso não vai mais se repetir.

Adriana - Não mesmo você está DEMITIDA!

Gabi - O quê? A senhora não pode fazer isso, eu preciso desse emprego.

Adriana - Pensasse nisso antes, agora saía daqui e só volte no dia do seu acerto.

- Isso não pode estar acontecendo, sem esse emprego o que vai ser de mim? A minha mãe vai ficar tão magoada comigo quando souber, como irei pagar as dívidas, e os remédios do papai? O que vou fazer? Sentei em um banco que tinha ali perto e desabei em lágrimas.