O mês passou rápido e com ele os ensaios para o show, que estavam cada vez mais cansativos. Tinha dias que chegava em casa tão cansada que dormia no sofá mesmo. Eu estava dando duro, muito duro para poder me sair bem e conseguir uma vaga em Juilliard, mas assim como minha avó dizia "Não importa o quão grande seja o obstáculo, com trabalho duro e força de vontade o céu é o limite" e era isso que eu, assim como meus amigos estávamos fazendo. Estávamos trabalhando duro para alcançar nossos sonhos.
Eu havia mostrado minha música na primeira semana da volta das ferias para Angie e ela amou. Estava ficando tudo perfeito. Os figurinos, as músicas, as danças, a cada ensaio estávamos evoluindo mais. Mas minha parte preferida de todo o espetáculo era meu dueto com Peeta, iríamos cantar a música I Won't Give Up e estávamos ensaiando essa parte agora. Mas havia algo de errado com Peeta, ele estava errando constantemente a letra da música e a coreografia. Seu semblante estava mais triste do que nunca e aquilo estava me preocupando bastante.
Dês de aquele dia em seu quarto, quando ele me revelou toda sua história havíamos nos tornado tão próximos ao ponto de só nos separávamos na hora de dormir. Prim estava mais do que feliz com aquilo, a forma como Peeta a tratava chegava a ser surreal. Ele a tratava com tanto carinho, tanta devoção, tanto amor. Os dois tinham uma conexão inexplicável. Quase todos os dias saiamos os três para nos divertir e em muitas vezes nossos amigos iam junto. Às vezes levávamos Prim para tomar sorvete, para ir ao parque ou até mesmo para a praia. E eu amava estar com os dois.
Não importava o dia, a hora ou os minutos, Peeta e eu sempre estávamos juntos e a cada dia que passava eu podia ver que aos poucos, ele estava se recuperando daquela dor que o consumia, seus sorrisos mostravam mais felicidade, assim como seus olhos estavam deixando de ser vazios para adquirirem um leve brilho de alegria, ao qual vinham sendo a razão para minha felicidade. Eu estava conseguindo, mesmo que aos poucos, mas estava conseguindo fazê-lo feliz. E a cada dia que passava ao seu lado eu o admirava mais, eu o amava mais. Viramos confidentes um do outro, ele confiava em mim assim como eu confiava nele. Mas naquele momento o Peeta que eu via ali parado ao meu lado cantando e dançando, não era o mesmo do último mês. Aquele Peeta era o mesmo que conheci à quase oito meses atrás, o mesmo Peeta triste que apesar de estar sorrindo por fora, por dentro estava sufocando em dor e angustia. Em todos esses meses eu aprendi a decifra-lo apenas com um olhar, e foi através deles que eu percebi que ele não estava nada bem. Eu queria poder perguntar o que estava acontecendo, mas naquele momento os ensaios não permitiam.
– Para, para, para. – o professor Pablo interrompe nossa dança – Peeta você errou o passo mais uma vez. Você tem que ir para a direita, pra poder girar a Katniss e pegá-la nos braços. – explica mais uma vez fazendo Peeta suspirar.
– Desculpa professor. – pede cabisbaixo.
– Peeta o que está acontecendo? Hoje você está errando todas as notas, e principalmente a dança, sendo que até ontem você sabia de tudo. O que houve? – pergunta Angie preocupada.
– E que... Eu não estou muito bem hoje e peço mil desculpas a vocês, mas, não consigo, pelo menos não hoje. – diz com pesar.
– Tudo bem então. Você pode sair para pegar um pouco de ar. Deixamos a parte do dueto para amanhã. – Angie sorri pra ele que retribui. Então ele se prepara para sair do auditório e quando passa ao meu lado seguro em sua mão fazendo-o parar.
– Peeta... – sussurro perguntando com os olhos o que está acontecendo. Ele se aproxima e deposita um beijo suave em minha testa.
– Está tudo bem. – sussurra de volta e se afasta saindo do auditório.
Fico ali parada por alguns minutos até Angie me chamar para continuar com os ensaios. Ensaio por meia hora, mas meus pensamentos se mantinham em Peeta, não estava conseguindo me concentrar.
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Rock Story
FanfictionKatniss Everdeen: A minha vida é como uma música. Às vezes é alto astral, bem para cima, daquelas que o coração acelera igual a quando você ouve Rock Pauleira. Aí quando eu menos espero vira uma balada romântica, daquelas que faz seu coração bater m...