Vamos embora

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                – Eu realmente sinto muito senhorita. – Mary falou sua cor um tom mais vermelho que o normal.

                – Não há problema algum querida, pode voltar para seus afazeres – Mamãe tranquiliza. – Quanto a você, Davina, Precisamos conversar.

                – Eu sinto muito, não queria escutar, mas a senhora nunca nos deixaria faltar aula assim. Muito menos por um motivo tão estranho. Poderia nos mandar para escola com um pedido para não assistir a aula de etiqueta.

                – Apenas não confio nela. Esse me parece um bom motivo para não querer que minhas filhas voltem para aquele lugar.

                – Mas você falou algo sobre Néctar. – Retruco. – O que é Néctar?

                – O que está falando? Não me lembro de ter falado nada sobre isso. E olha só! Mais um motivo para não deixa-las voltar para escola, minha filha não sabe nem o que é néctar!

                – Talvez eu tenha ouvido errado. – Concordo, ela está tentado esquecer o assunto!

                – Tudo bem, mas olhe, se você voltar a escutar nossas conversas, não se safará tão facilmente. Parece até que não aprendeu na escola que não se deve ouvir as conversas dos outros. – Papai fala voltando novamente ao assunto de que a escola não é capacitada.

                – Tudo bem, já entendi o que vocês estão querendo dizer.

                – Agora vá para seu quarto e só saia de lá quando for chamada. – Papai finalizou.

                – Sim papai. – Respondo e volto para meu quarto. Eles estão mentindo para nós. Mas por quê? Será que devo contar pra Malina? Eu sempre pedi para ter tutores e mamãe nunca deixou. O que a fez mudar de ideia? E porque não poderemos ficar com seu antigo quarto? Ele é o melhor da casa do vovô. E o que diabo é Néctar? Cada pergunta martelando em minha cabeça.

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                Uma semana depois estamos todos sentados na sala de estar, mamãe lendo um livro e papai o jornal, está um belo dia lá fora, mas Malina está um pouco resfriada e não pode sair. Uma batida na porta. Mary corre para abri-la e logo a fecha.

                – Senhora acaba de chegar uma carta de seu pai.

                – Que ótima notícia! Davina corra até a casa de seu tio e chame-os para vir até aqui. Mary prepare biscoitos e chá!

                – Sim mamãe. – Respondo e saio. Caminho até a casa deles e estou em frente a sua porta em poucos minutos. A criada abre para mim e me deixa passar sem fazer perguntas, tio Alec, tia Luna e Caroline tomam chá na sala.

                – Davina querida, que bom que veio! – Tia Luna fala como se soubesse da minha chegada. – Aceita um pouco de chá?

                – Não vim para passar muito tempo, sinto dizer. Mamãe pediu para que eu viesse chama-los.

                – Minha nossa, não me diga que ela desmaiou novamente. – Tio Alec perguntou.

                – Não! Longe disso. O Vovô respondeu sua carta, e minha mãe gostaria que vocês ouvissem o que ele escreveu. Pelo menos acho que foi para isso que ela pediu para chama-los.

                – Então vamos logo, há muito não recebo noticias do vovô. – Caroline falou. Ela é igual a mim, não nasceu ruiva. Quebrou a tradição da família. Ela loira e tem olhos azuis, realmente muito bonita. Tudo bem isso nós não somos iguais.

A Herdeira das BorboletasOnde histórias criam vida. Descubra agora