Epílogo

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x Valentina x

O céu estava tão claro. Era um dia perfeito. Então o fim do mundo chegou em forma de escuridão. Eu voei rápido. Não para o chão, onde a torre estava desabando, mas para o céu. Para a luz que havia sumido.

Quando eu estava quase lá, eu já podia ver um pedacinho de céu, minha visão periférica o notou. Um lindo pássaro caindo. Uma de suas asas parecia machucada. Eu não podia deixá-lo. Ele era especial.

Então voltei. Naquele eu não podia mais enxergar. Até aquele pedaço azul tinha desaparecido. Mas, eu precisava achar o pássaro. Então eu chamei. Era estúpido, mas eu tinha que fazer alguma coisa!

Ele começou a cantar. Ele me ouviu e respondeu com uma melodia que eu nunca tinha escutado antes. Segui o som até que finalmente o encontrei. Ele devia estar lutando muito com apenas uma asa. Eu mesma estava tendo dificuldades. Aquela escuridão fazia minha habilidade se esquecer de voar para tentar proteger minha pele, meus ossos de serem sugados para o fim.

Abracei o pássaro da melhor maneira que pude e voltei para cima. Cada vez mais alto, cada vez mais cansada. Eu estava esquecendo como era voar. Aquela noite ao redor estava me matando.

Mas vieram as luzes. De toda a parte, elas vieram e levaram as trevas.

Com medo de que aquela escuridão horrível voltasse, eu voei para longe.

Voei até encontrar o refúgio das árvores de uma floresta.

Coloquei delicadamente o pássaro no chão.

Foi então que ele se transformou.

O homem de cabelos cacheados tinha um dos braços quebrado. Tive medo de voltar para a capital, e também não consegui carregá-lo agora que ele não era mais um pássaro.

Ele demorou algumas horas para acordar. Quando abriu os olhos, ele me contou que se chamava Hugo. Eu comecei a tagarelar como sempre analisando, tentando descobrir se tinha feito uma coisa boa, salvando-o ou não.

Ele riu quando eu contei que provavelmente os pés dele iam ficar inchados de tanto andar. Meu desespero nos levou para longe, então levaríamos dias para voltar. Eu não teria problemas, porque eu não sou muito de andar. Mas, com o braço quebrado, ele não poderia fazer asas por um tempo.

Ele andou, eu voei. Ele falava quase tanto quanto eu.

Uma semana depois e nós ainda não tínhamos chegado.

Mas, estava tudo bem. Nós estávamos bem e toda vez que eu pedia desculpas por ter nos levado para tão longe, ele agradecia por eu ter salvado a sua vida.

Foi assim que nós nos apaixonamos.

xxx

Amo vocês. Desculpe pelos sustos nos últimos capítulos. Sejam sinceros sobre o que vocês acharam <3

A Lenda das EstrelasOnde histórias criam vida. Descubra agora