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-Então podes continuar, estamos todos curiosos por saber o resto

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-Então podes continuar, estamos todos curiosos por saber o resto. Quer dizer foste tu que conquistaste o coração de um dos homens mais desejados do mundo.

-Dito dessa forma parece que sou um troféu - o Shawn diz com as maçãs do rosto cor-de-rosas por estar envergonhado. Ele é tão querido. - continua a história, gostava de ouvir a tua versão.

Dou uma pequena gargalhada e recomeço a nossa história.

**

Já passou pouco mais de um mês desde que o senhor muito amado Zé Menezes partiu das nossas vidas. Afinal o eufemismo não é assim tão mau, até é bastante agradável. Quem é que quer dizer que o pai morreu? Muito vais fácil dizer que já não se encontra entre nós.

Não foi fácil continuar a vida, a casa não parece a mesma sem as piadas secas do meu pai. Um dia adormeci no sofá à tarde e quando acordei já estavam a jantar. Fui até à sala de jantar e achei estranho não ver o meu pai então perguntei por ele. A minha mãe apenas sorriu para mim, não me respondeu, deixou-me a pensar. Pensar no que era a minha vida agora. Foi nesse dia que percebi que tinha de continuar a ser a mesma rapariga que era antes. Suponho que era a rapariga bonitinha que tinha piada, e não é verdade? 

Decidi utilizar o que mais parecido que tinha com o meu pai para voltar a ser a Benedita, a falta de piada. Esta falta de piada ou piadas secas, tanto faz, ficam engraçadas por não terem nexo nenhum e é isso que eu sou. Uma rapariga de 17 anos, quase 18,  sem nexo nenhum no que diz. 

Ainda tenho que acabar o 12º ano, faltam apenas quatro meses e depois disso vou poder escolher o que quero fazer com a minha vida. Se quero fazer uma viagem pelo Europa e não ir logo para a faculdade. Escolher marketing ou até direito. 

Estou a estudar psicologia e a ouvir música, dizem que não é a melhor ideia juntar estudar e música, que simplesmente não resulta mas não é algo que eu me preocupe. 

A música que está a ser reproduzida no meu telemóvel pára e é substituída por o toque de chamada. Olho para o ecrã e tem Maria Branco  escrito. 

-Olá, tudo bem? - pergunto à minha melhor amiga.

-Benny! Não tens noção!! - a sua voz transmite uma energia incrível que cria um sorriso na minha cara. Como é que seria se eu nunca a tivesse encontrado? Com quem é que faria facetime até as 5 da manhã e falaria sobre os problemas masculinos?

-Diz rapariga, o quê que é assim tão bom que te deixa nesse estado?

-Assim não pode ser... - esta rapariga têm problemas só pode - vou te ligar por facetime espera.

E desliga a chamada. A Maria vai de mal a pior... mas agora estou curiosa para saber o que ela têm para me dizer. 

O meu telemóvel volta a tocar  mas agora devido ao facetime. Atendo e vejo a cara da Maria, ela é tão bonita. Quando a vi a primeira vez, o que me fez primeiro despertar nela foi o seu sorriso contagiante.

-Estás ai? - ela pergunta.

-Estou.

-Eu também - começamos a duas a rir da nossa típica piada. - agora vamos-nos concentrar Benedita.

-Isto deve ser mesmo importante para tu me tratares pelo meu nome -  Benedita, só consta no vocabulário dela quando é mesmo importante.

 -Preciso que me faças o maior favor à face da terra.

-Va lá, fala. - agora estou ansiosa.

-Eu e o Duarte vamos num encontro mas eu preciso que tu também venhas com o amigo dele porque ele está a dormir em casa do Duarte. O rapazote não vive em Lisboa acho que é de Viseu-  lindo - por favor Benny eu imploro-te.

-Tu sabes o que eu acho desta coisas... - isto é quase um encontro às cegas- não podes arranjar outra pessoa? Pergunta à Joana.

-Pois quanto a isso, ele quer que sejas tu, ele achou-te linda, perfeita, a rapariga de sonho.- consigo imagina-la a mexer as mãos e os braços como faz sempre, cheia de expressividade - Tens de ser tu, eu sei que não gostas destas coisas mas tens de fazer uma pela equipa. 

O meu cérebro diz Benedita não sejas parva, estas coisas são os tipos tormentos de que tu foges, não entres neste barco. Mas ela é a minha melhor amiga não posso dizer que não, se ela acha que vai ser feliz com este Duarte tenho que conhecer o sacana e ter  uma conversa séria com ele.

A resposta é não.

-Só desta vez - digo.

Do outro lado do ecrã vejo uma rapariga a gritar que nem uma louca e a fazer uma espécie de dança da vitoria (?).

-Quando é que é este tal encontro?- pergunto e ela volta a sentar-se na secretária.

-Amanhã às oito da noite. Já agora eles é que vão pagar por isso leva só dinheiro caso alguma coisa aconteça.

-AMANHÃ? MARIA! - que falta de senso, não vou ter tempo para nada.

-Desculpa, eu amo-te. Agora vamos estudar, beijinhos.

Eu aceno e desligo a chamada, esta rapariga é impossível. Calma, ela nem me disse o nome do rapaz e como vou para lá? E onde é!

**

-O quê que o Shawn tem haver com esse encontro? - uma das raparigas que se encontra na plateia pergunta depois de lhe entregarem um microfone.

-Paciência. Esta história não começa logo com a minha presença, infelizmente. - o Shawn diz olha para mim como sinal para prosseguir.



(N.A. Vim só explicar que as raparigas da fotografias são a Benedita, da esquerda, e a Maria, a da direita.)

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