Depois de ter dormido por uma boa parte da viagem, Ohana começou a sentir uma forte lufada de vento por todo o seu corpo e os movimentos dos músculos do brutamonte chamado Gus se contraído a cada passo que ele dava em sua corrida. Ainda que vendada, ela sabia que estava sendo carregada, amarrada nas costas daquele grande homem que havia golpeado sua prima no abdome.
Durante o percurso acordada, tudo o que ela ouvira foram as risadas debochadas de Oromis, os discursos machistas de Gus e alguns breves comentários de Jedi a respeito dos assuntos que os três conversavam.
A corrida cessara, os estalos das folhas secas ao serem pisadas sumiram e os calçados dos três homens pareciam andar sobre uma superfície de terra batida. As lufadas de vento cederam espaço para um clima abafado e úmido. Agora se podia ouvir ecos.
"Onde será que estou?" – pensou a menina.
Como se estivesse lendo os pensamentos dela, Oromis disse:
- Você chegou ao nosso hotel cinco estrelas. Aproveite a estadia o quanto puder, pois, talvez, não passará muito tempo aqui.
Gus desamarrou-a de suas costas e retirou a venda dela. Seus olhos não demoraram para visualizar que lugar era aquele. Ohana estava em uma grande caverna, esculpida com sinuosos corredores e câmeras. Parecia algo feito por algum engenheiro muito talentoso. O sol não entrava ali, por isso, em todos os lugares da caverna, podia-se encontrar tochas que iluminavam aquele extenso lugar.
- Onde estamos? – perguntou Ohana aos seus sequestradores.
- Ora, menina! Você sofre de dislexia? Não entendeu o que acabei de falar? – perguntou Oromis, em tom debochado – Esse aqui é o nosso hotel cinco estrelas e você ganhou uma hospedagem vitalícia até...
- Até o que? – Ohana não demonstrava medo, seu semblante era pura seriedade.
Cutucando a testa da menina com seu dedo indicador, ele disse:
- Bem... Até que... – pausou, seu rosto mostrava excitação ao vê Ohana tão inquieta pela resposta – Quer saber? Deixa para lá. Logo suas amigas de quarto vão contar mesmo – disse, virando as costas e indo em direção a um dos muitos corredores daquela caverna.
- Quais são as ordens, Oromis? – perguntou Jedi.
- Levem-na ao quarto presidencial – ordenou e, lembrando-se de algo, parou e virou-se para seus companheiros – Vocês sabem do idiota do Marcus?
- Acho que ainda não voltou – respondeu Gus.
- Entendo – comentou, mostrando desinteresse, e entrou no corredor, desaparecendo.
Obedecendo as ordens de seu líder, Jedi levou Ohana ao um recinto no subsolo. Os dois caminharam por um corredor que, no final, levava a uma escada de terra. Ao descerem, Ohana viu-se em outro extenso corredor, mas esse era diferente, pois estava ladeado por celas, onde garotas que aparentavam ter sua idade, e outras um pouco mais velhas, estavam presas.
Jedi abriu uma das selas vazias e empurrou Ohana para dentro:
- Esse será seu quarto a partir de hoje, criança. É bom se comportar, porque aqui não toleramos bagunça.
- Idiota! – esbravejou ela – Você vai ver. Minha prima vai me tirar desse lugar e vocês vão pagar caro por isso – gritou, enquanto Jedi a trancafiava.
- Sua prima é aquela que vimos em Konoha? – perguntou – Que corre e salta lançando kunais? Puts, criança! Se você depender dela para sair daqui, acho bom desistir. Com habilidades como aquela até um ninja recém-formado na academia a derrotaria – desdenhou, voltando-se para as escadas que há minutos atrás havia descido com Ohana.
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Tenten Hiden: As Brisas da Primavera que Aquecem o Coração
FanfictionAlguns meses após a Quarta Grande Guerra Ninja, e com a morta de Hyuuga Neji, Tenten mergulha em um estado profundo de melancolia. Um misto de culpa e ressentimento dominam seu coração. Mas com a chegada de sua prima Ohana, a kunochi consegue aos po...