Ponto final

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Atualidade
Uma semana após

Pov. Cristina Oliveira

Estou neste momento no meu escritório, sentada na minha mesa, a ver os lucros deste mês. Os lucros deste desceram 4%. Não é muito, mas tenho de começar a andar em cima dos funcionários da contabilidade.
Mando-lhe um e-mail para o meu secretário: Chama-me o Duarte. Rápido.
Desde o incidente que eu e o Alexandre nos falamos, sem ser por e-mail. Não sei o que sentir em relação a isso. Por um lado, sinto-me aliviada por ele não insistir mais. Por outro, frustada por ele aparentar ter desistido
Ouço uma batida na porta e mando entrar. É o Duarte!
"Porque me chamou, chefe?" perguntou
"Queria-te perguntar sobre a descida dos lucros."
"Isso tem haver com o encerramento da loja que tínhamos na Alemanha, em Frankfurt."
Já me lembro! Os idiotas que me andavam a roubar dinheiro. Até sentiria raiva, mas eu matei-os por isso acho que estamos quites.
"Muito bem. Podes ir." mando-o embora. Este sai e, nesse momento, o Alexandre entra no meu escritório. Foda-se! Ele ainda fica mais bonito com roupa formal. Ainda mais do que no secundário.

Alguns anos atrás
Décimo primeiro ano
Baile de final de ano

Pov. Cristina Oliveira

Estou em minha casa à espero do meu namorado, Alexandre, para ir para o baile. Tenho um vestido verde escuro com um decote em "v" até aos pés. Nos pés, tinha um salto preto simples e, no pescoço, tinha um colar simples com um pendente em forma de "A".
Ouço a buzina do carro do Alex lá fora.
Dirijo-me para o carro, entro, fechando a porta.
"Boa noite, amor"cumprimento-o "Boa noite. Estás linda." diz ele, baijando-me com desejo de seguida.
Afasto-me depois de um tempo e digo
"Acho melhor pararmos, senão não chegamos ao baile a tempo"
"Por mim, tudo bem." fala ele, dando um sorriso malicioso.
Foda-se! Ele fica mesmo bem de fato. Mesmo gostoso!

Atualidade

Pov. Cristina Oliveira

"Chefe" chama-me o Alexandre, despertando-me do meu transe "Venho lhe entregar um papéis para assinar"
"Tudo bem, pousa na mesa"
Dizendo isto, levantei-me da mesa e virei-me para a janela, observando o movimento lá fora. Ouço o barulho das folhas se encontrando com a mesa. Depois ouvi passos e, no minuto a seguir, o Alexandre encontra-se à minha beira.
"Temos de falar sobre o que aconteceu, Cris!"
"Não temos nada para falar. Aquilo foi um erro." respondo-lhe
"Um erro?" pergunta ele, virando-se para mim, fazendo-me olhá-lo " Um erro foi tu teres ido embora de manhã. Um erro foi eu ter-te deixado ir. Isso sim foi um erro. O que fizemos não foi um erro." Cala-te! Cala-te! Estou farta disto. Tenho de por um ponto final!
Quando ia abrir a boca para o mandar embora, o loiro beija-me com desejo. Primeiro, tentei resistir aos seus encantos. Mas, assim como o mais justos dos homens é tentado pelo diabo, também eu me rendi ao Alexandre.
Afinal, o ponto ainda não é final.

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