A sυℓisτα

O ataque

Meus pés doiam mais a cada degrau que eu subia correndo. Os guardas atrás de mim me caçavam como se eu fosse um cervo, mas eu não pararia, não importava o quanto meu corpo implorasse por descanso, eu tinha uma missão a ser cumprida ali, impedir o nascimento de mais um herdeiro da familía Andrjezewski. A rainha estava grávida de seis meses, seria ainda mais dificil derrubar a monarquia se mais um herdeiro viesse ao mundo. Era visivel que os guardas não me matariam, não enquanto eu tivesse preciosas informações sobre os rebeldes, tanto sulistas quanto nortistas. Entrei correndo por um corredor onde o corpo ensaguentado de um guarda deixava claro que um dos meus companheiros havia passado por ali, peguei a arma que estava ao lado do cadáver e disparei alguns tiros em direção aos guardas que me perceguiam, foi fatal.

Eu estava no terceiro andar, o andar da familía real. Haviamos entrado no castelo muito rapidamente, era impossivel que a rainha tivesse saido do quarto, ainda mais grávida e com complicações. Andei alguns cuidadosos passos até a porta branca com maçaneta de ouro que girei cuidadosamente. Entrei no quarto com a arma na mão, a rainha Candice estava deitada e ao seu lado seu filho mais velho, o príncipe Johann Friederich. Por um segundo eu exitei, eu iria acabar com quase toda a familía real em apenas uma invasão não podia desistir naquele momento. O príncipe me olhou com um olhar de medo, e se colocou a frente de sua mãe.

- Não a machuque, ela não vos fez nada!

Ele implorou em tom de ordem, como se seu título pudesse me fazer mudar de idéia e manter a rainha e o bebê vivos. Isso me fez ter ainda mais vontade de destruir aquela familía, eles queriam mandar nas pessoas até quando iam morrer. Dei um leve riso irônico.

- As injustiças nesse país são inúmeras, essa será apenas mais uma.

Afirmei antes de atirar no braço do príncipe que caiu de joelhos por conta da dor, os músculos dele eram apenas para beleza, eu nunca havia visto homem mais delicado em toda Illéa. Me aproximei da rainha e tirei uma faca da cintura.

- De adeus ao seu bebê rainha.

A rainha reagiu apenas colocando a mão sobre a bartiga, mas ela estava tão fraca que mal conseguia levantar a mão, seu olhar se encontrou com o meu como se sua ultima esperança fosse que eu desistisse, mas não. Levantei a faca e com força perfurei a barriga da monarca. Pude ouvir o príncipe cair em prantos e gritar algumas coisas que não consegui decifrar. Peguei novamente minha arma e apontei para a cabeça do príncipe, era a hora oportuna para acabar com o último herdeiro. Mas eu fraquejei, ele havia acabado de perder o irmão e provavelmente a mãe, eu não poderia fazer aquilo. Abaixei a arma sai do quarto. Eu jamais havia deixado uma missão pela metade, ainda mais no que se referia a acabar de uma vez com os Andrjezewski, mas a visão do príncipe Johann chorando ensanguentado no chão estava em minha mente. Desci as escadas atirando em alguns guardas, eu estava no pálacio matando todos que se atravessavam no meu caminho mas o único que me interessava matar eu não consegui. Me senti ínutil, eu assim como todos os sulistas tinha sido treinada durante anos para matar a familía real e a minha fraqueza reinou sobre mim no momento de matar um deles, senti nojo de mim mesma.

Corri pelo salão até a porta que dava para o jardim, eu havia feito aquele trajeto muitas vezes para fugir dos guardas que estavam sempre atrás de mim e dos meus companheiros. Depois de alguns minutos de correria eu cheguei até a floresta onde outros sulistas estavam a minha espera. Eles me olharam com satisfação ao ver minha roupa cheia de respingos de sangue, Louis foi o único que não sorriu, pelo contrario, ele estava completamente sério e focado. Olhei para ele e tirei o lenço vermelho que cobria meu nariz e minha boca.

- Calliope, preciso falar com você.

Disse Louis em tom sério, ele começou a andar em direção ao coração da floresta enquanto os outros iam saindo pela passagem no muro. O segui tentando acompanhar seu ritmo, permanecemos andando em silêncio até chegarmos em frente a uma arvore grande, eram poucos os raios de sol que ultrapassavam sua copa.